A formação dos mercados da reforma agrária popular pelo MST no Brasil (2003-2023)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Angela dos Santos
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/255978
Resumo: O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem uma longa trajetória de luta pela transformação da sociedade e pela democratização do acesso à terra no Brasil. Sua luta promoveu o assentamento de centenas de milhares de famílias por meio da reforma agrária. Após o assentamento, inicia-se as lutas por condições de produção e geração de renda. Políticas públicas emancipatórias, entre 2003 e 2016, foram importantes para o fortalecimento das cadeias produtivas e abriram caminhos para a formação de mercados da Reforma Agrária Popular (RAP). Dentre esses mercados estão a rede Armazém do Campo, fruto das lutas do MST, e o mercado institucional, conquista dos movimentos e instituições do campo. Também analisamos a estratégia de acesso ao mercado convencional através da marca Raízes do Campo. O objetivo da tese é compreender o processo de formação e territorialização dos mercados da RAP pelo MST no Brasil, entre 2003 e 2023, buscando entender as alternativas construídas pelo Movimento para comercializar os produtos oriundos da reforma agrária, mapear os mercados e dimensionar suas potencialidades. Para atingir esse objetivo, utilizamos os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, pesquisa documental, trabalho de campo e entrevistas com militantes atuantes nos mercados da RAP, sistematização de dados e elaboração de mapas para analisar a espacialização do fenômeno. Conclui-se que os mercados são essenciais para a reprodução das famílias assentadas e que sua auto-organização promove mercados alternativos que tendem a desenvolver a autonomia e o controle das cadeias produtivas. As políticas públicas emancipatórias são importantes para o fortalecimento da produção e criação de novos mercados. A rede Armazém do Campo se constitui como território do MST no espaço urbano, possibilitando um diálogo permanente entre campo e cidade, além de promover atividades culturais e espaços de formação política.
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Dentre esses mercados estão a rede Armazém do Campo, fruto das lutas do MST, e o mercado institucional, conquista dos movimentos e instituições do campo. Também analisamos a estratégia de acesso ao mercado convencional através da marca Raízes do Campo. O objetivo da tese é compreender o processo de formação e territorialização dos mercados da RAP pelo MST no Brasil, entre 2003 e 2023, buscando entender as alternativas construídas pelo Movimento para comercializar os produtos oriundos da reforma agrária, mapear os mercados e dimensionar suas potencialidades. Para atingir esse objetivo, utilizamos os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, pesquisa documental, trabalho de campo e entrevistas com militantes atuantes nos mercados da RAP, sistematização de dados e elaboração de mapas para analisar a espacialização do fenômeno. Conclui-se que os mercados são essenciais para a reprodução das famílias assentadas e que sua auto-organização promove mercados alternativos que tendem a desenvolver a autonomia e o controle das cadeias produtivas. As políticas públicas emancipatórias são importantes para o fortalecimento da produção e criação de novos mercados. A rede Armazém do Campo se constitui como território do MST no espaço urbano, possibilitando um diálogo permanente entre campo e cidade, além de promover atividades culturais e espaços de formação política.The Landless Workers' Movement (MST) has a long history of fighting to transform society and democratise access to land in Brazil. Its struggle has led to the settlement of hundreds of thousands of families through land reform. After the settlement, the struggles for production conditions and income generation began. Emancipatory public policies between 2003 and 2016 were important for strengthening production chains and opened the way for the formation of the Popular Agrarian Reform (RAP) markets. Among these markets are the Armazém do Campo network, the result of MST struggles, and the institutional market, an achievement of rural movements and institutions. We also analysed the strategy of accessing the conventional market through the Raízes do Campo brand. The aim of this thesis is to understand the process of formation and territorialisation of RAP markets by the MST in Brazil between 2003 and 2023, seeking to understand the alternatives built by the Movement to market products from agrarian reform, map the markets and size their potential. To achieve this goal, we used the following methodological procedures: a literature review, documentary research, fieldwork and interviews with activists working in RAP markets, data systematisation, and mapping to analyse the spatialisation of the phenomenon. The conclusion is that markets are essential for the reproduction of settled families and that their selforganisation promotes alternative markets that tend to develop autonomy and control over the supply chain. Emancipatory public policies are important for strengthening production and creating new markets. The Armazém do Campo network is the MST's territory in the urban space, enabling a permanent dialogue between the countryside and the city, as well as promoting cultural activities and spaces for political education.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)FAPESP: 2020/14998-7CAPES: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fernandes, Bernardo Mançano [UNESP]Machado, Angela dos Santos2024-06-13T19:28:16Z2024-06-13T19:28:16Z2024-06-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMACHADO, Angela dos Santos. A formação dos mercados da reforma agrária popular pelo MST no Brasil (2003-2023). Orientador: Bernardo Mançano Fernandes. 2024. 246 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2024.https://hdl.handle.net/11449/25597868258839655340000000-0001-9831-5307porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-14T06:08:25Zoai:repositorio.unesp.br:11449/255978Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:04:31.817109Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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