Rutáceas como potenciais hospedeiras de Diaphorina citri e reservatórios de Candidatus Liberibacter asiaticus
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/157512 |
Resumo: | Huanglongbing (HLB) é a doença mais devastadora dos citros. Está associada a bactérias de floema disseminadas eficientemente pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto altamente prolífico e com ampla gama de hospedeiros dentre as rutáceas. Diversas espécies desta família ocorrem em matas onde o inseto poderia estar se reproduzindo e reinfestando pomares além de servir como fonte de multiplicação de Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), dificultando o controle do HLB. Nesse sentido foram realizados dois estudos, sendo o primeiro para avaliar a sobrevivência de D. citri em folhas jovens recém-diferenciadas e totalmente expandida e a reprodução de D. citri em brotos em 20 espécies de rutáceas. E o segundo para avaliar a reação dessas espécies após inoculação do patógeno por meio de enxertia de tecidos infectados e uso de adultos infectivos de D. citri. No primeiro, classificou-se as espécies quanto a favorabilidade em reproduzir D. citri em quatro grupos de plantas: Grupo I (altamente favorável ao inseto) incluiu Citrus ×aurantium 'Valência', Citrus limonia, Murraya paniculata (syn. Murraya exotica L.) (Aurantioideae: Aurantieae) e Bergera koenigii (Aurantioideae: Clauseneae). As espécies do Grupo II (de intermédiio a baixa favorabilidade) incluiu Citrus (Poncirus) trifoliata ‘Pomeroy’, Citrus wintersii, Swinglea glutinosa (Aurantieae) e Clausena lansium (Clauseneae). O grupo III (não favorável) incluiu Aegle marmelos, Atalantia buxifolia e Citrus (‘Microcitrus’) sp. (Aurantieae) e Helietta apiculata (Amyridoideae). O grupo IV (não hospedeiro) incluiu Glycosmis pentaphylla (Clauseneae), Balfourodendron riedelianum, Casimiroa edulis, Esenbeckia febrifuga, Esenbeckia leiocarpa, Metrodorea stipularis, Zanthoxylum rhoifolium (Amyridoideae) e Dictyoloma vandellianum (Cneoroideae). Os insetos sobreviveram por mais tempo em folhas jovens recém-diferenciadas do que em folhas totalmente expandidas. No segundo, confirmou-se a suscetibilidade de laranjeira ‘Valência’ em multiplicar CLas. Quando a inoculação foi por enxertia C. trifoliata ‘Pomeroy’ tornou-se mais suscetível à multiplicação da bactéria e a ausência de sintomas não significa que a planta não esteja infectada por CLas. B. koenigii não multiplica CLas e M. paniculata não favorece a multiplicação de CLas tanto quanto os citros. G. pentaphylla não é uma espécie favorável a multiplicação de CLas. Z. rhoifolium, E. febrifuga, E. leiocarpa, M. stipularis, B. riedelianum e D. vandellianum ocorrem quase que exclusivamente em matas brasileiras próximas a áreas de produção comercial de citros e não apresentam risco para aumento da incidência de HLB. Por fim, acredita-se que as principais fontes de inóculo de CLas e D. citri são principalmente pomares de citros abandonados, mal manejados ou ainda plantas de citros existentes em fundos de quintais e chácaras sem manejo. M. paniculata é importante hospedeiro do vetor e portanto quando próximas de citros o problema seria o grande número de psilídeos se movimentando entre as plantas de M. paniculata e citros, infectados e saudáveis. |
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Rutáceas como potenciais hospedeiras de Diaphorina citri e reservatórios de Candidatus Liberibacter asiaticusRutaceous as potential hosts of Diaphorina citri and reservoirs of Candidatus Liberibacter asiaticusCitrosCitrusAsian citrus psyllidGreeningHuanglogbingPsilídeoHuanglongbing (HLB) é a doença mais devastadora dos citros. Está associada a bactérias de floema disseminadas eficientemente pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto altamente prolífico e com ampla gama de hospedeiros dentre as rutáceas. Diversas espécies desta família ocorrem em matas onde o inseto poderia estar se reproduzindo e reinfestando pomares além de servir como fonte de multiplicação de Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), dificultando o controle do HLB. Nesse sentido foram realizados dois estudos, sendo o primeiro para avaliar a sobrevivência de D. citri em folhas jovens recém-diferenciadas e totalmente expandida e a reprodução de D. citri em brotos em 20 espécies de rutáceas. E o segundo para avaliar a reação dessas espécies após inoculação do patógeno por meio de enxertia de tecidos infectados e uso de adultos infectivos de D. citri. No primeiro, classificou-se as espécies quanto a favorabilidade em reproduzir D. citri em quatro grupos de plantas: Grupo I (altamente favorável ao inseto) incluiu Citrus ×aurantium 'Valência', Citrus limonia, Murraya paniculata (syn. Murraya exotica L.) (Aurantioideae: Aurantieae) e Bergera koenigii (Aurantioideae: Clauseneae). As espécies do Grupo II (de intermédiio a baixa favorabilidade) incluiu Citrus (Poncirus) trifoliata ‘Pomeroy’, Citrus wintersii, Swinglea glutinosa (Aurantieae) e Clausena lansium (Clauseneae). O grupo III (não favorável) incluiu Aegle marmelos, Atalantia buxifolia e Citrus (‘Microcitrus’) sp. (Aurantieae) e Helietta apiculata (Amyridoideae). O grupo IV (não hospedeiro) incluiu Glycosmis pentaphylla (Clauseneae), Balfourodendron riedelianum, Casimiroa edulis, Esenbeckia febrifuga, Esenbeckia leiocarpa, Metrodorea stipularis, Zanthoxylum rhoifolium (Amyridoideae) e Dictyoloma vandellianum (Cneoroideae). Os insetos sobreviveram por mais tempo em folhas jovens recém-diferenciadas do que em folhas totalmente expandidas. No segundo, confirmou-se a suscetibilidade de laranjeira ‘Valência’ em multiplicar CLas. Quando a inoculação foi por enxertia C. trifoliata ‘Pomeroy’ tornou-se mais suscetível à multiplicação da bactéria e a ausência de sintomas não significa que a planta não esteja infectada por CLas. B. koenigii não multiplica CLas e M. paniculata não favorece a multiplicação de CLas tanto quanto os citros. G. pentaphylla não é uma espécie favorável a multiplicação de CLas. Z. rhoifolium, E. febrifuga, E. leiocarpa, M. stipularis, B. riedelianum e D. vandellianum ocorrem quase que exclusivamente em matas brasileiras próximas a áreas de produção comercial de citros e não apresentam risco para aumento da incidência de HLB. Por fim, acredita-se que as principais fontes de inóculo de CLas e D. citri são principalmente pomares de citros abandonados, mal manejados ou ainda plantas de citros existentes em fundos de quintais e chácaras sem manejo. M. paniculata é importante hospedeiro do vetor e portanto quando próximas de citros o problema seria o grande número de psilídeos se movimentando entre as plantas de M. paniculata e citros, infectados e saudáveis.Huanglongbing (HLB) is the most devastating disease of citrus. It is associated with phloem bacteria efficiently disseminated by the psilid Diaphorina citri, a highly prolific insect with a wide range of hosts among the rutaceous. Several species of this family occur in forests where the insect could be reproducing and reinfesting orchards besides serving as a source of multiplication of Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), hindering the control of HLB. In this sense, two investigations were carried out, the first one to evaluate the survival of D. citri on newly differentiated and fully-expanded soft leaves and the shoots reproduction of D. citri in 20 species of rutaceous. And the second to evaluate the reaction of these species after inoculation of the pathogen by grafting of infected tissues and use of infective adults of D. citri. In the first, this allowed suitability of the plants as hosts of the psyllid to be separated into 4 groups of plants. Group I (highly suitable to the insect) species included Citrus ×aurantium ‘Valencia’, Citrus limonia, and Murraya paniculata (syn. Murraya exotica L.) (Aurantioideae: Aurantieae), and Bergera koenigii (Aurantioideae: Clauseneae). Group II (intermediate to low suitability) species included Citrus (Poncirus) trifoliata ‘Pomeroy’, Citrus wintersii, and Swinglea glutinosa (Aurantieae), and Clausena lansium (Clauseneae). Group III (not suitable) included Aegle marmelos, Atalantia buxifolia, and Citrus (‘Microcitrus’) sp. (Aurantieae), and Helietta apiculata (Amyridoideae). Group IV (non-hosts) included Glycosmis pentaphylla (Clauseneae), Balfourodendron riedelianum, Casimiroa edulis, Esenbeckia febrifuga, Esenbeckia leiocarpa, Metrodorea stipularis, Zanthoxylum rhoifolium (Amyridoideae) and Dictyoloma vandellianum (Cneoroideae). The insects survived longer on newly differentiated than fully-expanded soft leaves. In the second, the susceptibility of 'Valencia' orange tree in multiplying CLas was confirmed. When the inoculation was by grafting C. trifoliata 'Pomeroy' becomes more susceptible to multiplication of the bacteria and the absence of symptoms does not mean that the plant is not infected by CLas. B. koenigii does not multiplicate CLas and M. paniculata does not multiplicate CLas as much as citrus. G. pentaphylla is not a good species to CLas multiplication. Z. rhoifolium, E. febrifuga, E. leiocarpa, M. stipularis, B. riedelianum and D. vandellianum occur almost exclusively in Brazilian forests near of citrus commercial production areas and do not represent a risk for HLB incidence increasing. Finally, it is believed that the main inoculum sources of CLas and D. citri are mainly abandoned citrus orchards, poorly managed or even citrus plants existing in backyards and unmanaged small farms. M. paniculata is an important host of the vector and therefore when close to citrus the problem would be the large number of psyllids moving between M. paniculata and citrus infected and healthy orchards.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lopes, Silvio Aparecido [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Felisberto, Patrícia Aparecida de Carvalho2018-11-12T17:10:38Z2018-11-12T17:10:38Z2018-09-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15751200090991633004102001P4porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T15:16:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/157512Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:53:17.515999Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Huanglongbing (HLB) é a doença mais devastadora dos citros. Está associada a bactérias de floema disseminadas eficientemente pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto altamente prolífico e com ampla gama de hospedeiros dentre as rutáceas. Diversas espécies desta família ocorrem em matas onde o inseto poderia estar se reproduzindo e reinfestando pomares além de servir como fonte de multiplicação de Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas), dificultando o controle do HLB. Nesse sentido foram realizados dois estudos, sendo o primeiro para avaliar a sobrevivência de D. citri em folhas jovens recém-diferenciadas e totalmente expandida e a reprodução de D. citri em brotos em 20 espécies de rutáceas. E o segundo para avaliar a reação dessas espécies após inoculação do patógeno por meio de enxertia de tecidos infectados e uso de adultos infectivos de D. citri. No primeiro, classificou-se as espécies quanto a favorabilidade em reproduzir D. citri em quatro grupos de plantas: Grupo I (altamente favorável ao inseto) incluiu Citrus ×aurantium 'Valência', Citrus limonia, Murraya paniculata (syn. Murraya exotica L.) (Aurantioideae: Aurantieae) e Bergera koenigii (Aurantioideae: Clauseneae). As espécies do Grupo II (de intermédiio a baixa favorabilidade) incluiu Citrus (Poncirus) trifoliata ‘Pomeroy’, Citrus wintersii, Swinglea glutinosa (Aurantieae) e Clausena lansium (Clauseneae). O grupo III (não favorável) incluiu Aegle marmelos, Atalantia buxifolia e Citrus (‘Microcitrus’) sp. (Aurantieae) e Helietta apiculata (Amyridoideae). O grupo IV (não hospedeiro) incluiu Glycosmis pentaphylla (Clauseneae), Balfourodendron riedelianum, Casimiroa edulis, Esenbeckia febrifuga, Esenbeckia leiocarpa, Metrodorea stipularis, Zanthoxylum rhoifolium (Amyridoideae) e Dictyoloma vandellianum (Cneoroideae). Os insetos sobreviveram por mais tempo em folhas jovens recém-diferenciadas do que em folhas totalmente expandidas. No segundo, confirmou-se a suscetibilidade de laranjeira ‘Valência’ em multiplicar CLas. Quando a inoculação foi por enxertia C. trifoliata ‘Pomeroy’ tornou-se mais suscetível à multiplicação da bactéria e a ausência de sintomas não significa que a planta não esteja infectada por CLas. B. koenigii não multiplica CLas e M. paniculata não favorece a multiplicação de CLas tanto quanto os citros. G. pentaphylla não é uma espécie favorável a multiplicação de CLas. Z. rhoifolium, E. febrifuga, E. leiocarpa, M. stipularis, B. riedelianum e D. vandellianum ocorrem quase que exclusivamente em matas brasileiras próximas a áreas de produção comercial de citros e não apresentam risco para aumento da incidência de HLB. Por fim, acredita-se que as principais fontes de inóculo de CLas e D. citri são principalmente pomares de citros abandonados, mal manejados ou ainda plantas de citros existentes em fundos de quintais e chácaras sem manejo. M. paniculata é importante hospedeiro do vetor e portanto quando próximas de citros o problema seria o grande número de psilídeos se movimentando entre as plantas de M. paniculata e citros, infectados e saudáveis. |
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