O movimento maker como enfrentamento à despotencialização neoliberal na sociedade pós-industrial: um estudo acerca dos impactos sociais da rede FAB LAB Livre da cidade de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/192477 |
Resumo: | Há uma problemática imensa entre as produções e os consumos em nossa sociedade. Se o nosso desejo opera por produção, registro e consumo, nas sociedades pré-industriais eles eram esferas da mesma subjetividade, mas com o surgimento do ‘casa de ferreiro espeto é de pau’, dos modelos de produção da sociedade industrial, começou-se a fabricar aquilo que não se consumia, e começou a se produzir muito. O registro se estabeleceu pelas narrativas que nos são despejadas diariamente, e o consumo, ora, é só o que fazemos. Essa dissociação do processo do viver impera sobre nós limitações cruéis. Identificamos aqui nosso foco: a despotencialização da subjetividade pela expropriação da produção desejante de si, pela introjeção de consumos pelas vias do capitalismo mundial integrado e que se registra pela lógica do mais-valor. E assim apontamos nossa hipótese: de que a reapropriação de máquinas desejantes das mais diversas pela experiência do fazer será capaz de acordar o corpo, despertar a mente e reativar os mecanismos do desejo no sujeito despotencializado. O objetivo geral deste trabalho é compreender as forças repressivas que atuam sobre os corpos numa dita sociedade pós-industrial e neoliberal e apontar o movimento maker como um modo de subjetivação que nos permita enfrentar tais forças repressivas, encontrando nos FAB LABs, e principalmente na rede FAB LAB Livre da cidade de São Paulo, a primeira e única rede de laboratórios públicos do mundo, apontamentos sobre como o empoderamento e o aprendizado através do fazer podem modificar comunidades com pouca presença ou atuação do Estado, bem como condicionar e potencializar diversos arranjos produtivos que se utilizem das tecnologias de fabricação digital para alavancar seus processos produtivos. Nosso caso se volta para entrevistas feitas com influentes do movimento maker e com as coordenações, tanto da prefeitura, quanto da ITS (Instituto de Tecnologia Social), dos laboratórios livres da cidade de São Paulo, as quais serão analisadas no capítulo 4 deste trabalho em busca de controvérsias entre os modelos projetados de funcionamento de um FAB LAB, do MIT, com as premissas da prefeitura de São Paulo, no cotidiano de um laboratório central e outro periférico, bem como entre diversos modelos de espaços que podem ser chamados de makerspaces, mas que possuem entre si somente a relação entre conhecimento, prática e as máquinas empregadas no processo de criação. Esperamos, assim, nortear as ações de um movimento que, embora recente no Brasil, guarda um potencial tremendo de revolucionar a produção do comum em nossas sociedades. |
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O movimento maker como enfrentamento à despotencialização neoliberal na sociedade pós-industrial: um estudo acerca dos impactos sociais da rede FAB LAB Livre da cidade de São PauloThe maker movement as confrontation to the neoliberal depotentialization in the post-industrial society: a study about the social impacts of the FAB LAB Livre network in the city of São PauloMovimento makerFAB LABSociedade Pós-industrialNeoliberalismoDesignMaker MovementPost-industrial societyNeoliberalismHá uma problemática imensa entre as produções e os consumos em nossa sociedade. Se o nosso desejo opera por produção, registro e consumo, nas sociedades pré-industriais eles eram esferas da mesma subjetividade, mas com o surgimento do ‘casa de ferreiro espeto é de pau’, dos modelos de produção da sociedade industrial, começou-se a fabricar aquilo que não se consumia, e começou a se produzir muito. O registro se estabeleceu pelas narrativas que nos são despejadas diariamente, e o consumo, ora, é só o que fazemos. Essa dissociação do processo do viver impera sobre nós limitações cruéis. Identificamos aqui nosso foco: a despotencialização da subjetividade pela expropriação da produção desejante de si, pela introjeção de consumos pelas vias do capitalismo mundial integrado e que se registra pela lógica do mais-valor. E assim apontamos nossa hipótese: de que a reapropriação de máquinas desejantes das mais diversas pela experiência do fazer será capaz de acordar o corpo, despertar a mente e reativar os mecanismos do desejo no sujeito despotencializado. O objetivo geral deste trabalho é compreender as forças repressivas que atuam sobre os corpos numa dita sociedade pós-industrial e neoliberal e apontar o movimento maker como um modo de subjetivação que nos permita enfrentar tais forças repressivas, encontrando nos FAB LABs, e principalmente na rede FAB LAB Livre da cidade de São Paulo, a primeira e única rede de laboratórios públicos do mundo, apontamentos sobre como o empoderamento e o aprendizado através do fazer podem modificar comunidades com pouca presença ou atuação do Estado, bem como condicionar e potencializar diversos arranjos produtivos que se utilizem das tecnologias de fabricação digital para alavancar seus processos produtivos. Nosso caso se volta para entrevistas feitas com influentes do movimento maker e com as coordenações, tanto da prefeitura, quanto da ITS (Instituto de Tecnologia Social), dos laboratórios livres da cidade de São Paulo, as quais serão analisadas no capítulo 4 deste trabalho em busca de controvérsias entre os modelos projetados de funcionamento de um FAB LAB, do MIT, com as premissas da prefeitura de São Paulo, no cotidiano de um laboratório central e outro periférico, bem como entre diversos modelos de espaços que podem ser chamados de makerspaces, mas que possuem entre si somente a relação entre conhecimento, prática e as máquinas empregadas no processo de criação. Esperamos, assim, nortear as ações de um movimento que, embora recente no Brasil, guarda um potencial tremendo de revolucionar a produção do comum em nossas sociedades.There is intense problem between production and consumption in our society. If our desire functions through production, registration and consumption, in the pre-industrial society these were all spheres within the same subjectivity, but with the appearance of the “the shoemaker’s son always goes barefoot”, the mode of production in the industrial society, were have started producing that which we do not consume. The record was established by the narratives that are poured onto us daily, and consumption, well, that is just what we do. This dissociation of the process of living, reigns over us setting its cruel boundaries. Here we identify our focus: the depotentialization of subjectivity by the expropriation of desiring production itself, by the introjection of consumption through the paths of integrated world capitalism and registered by surplus value logic. And so, propose our hypothesis: that the re-appropriation of the most diverse desiring machines by the experience of doing, will be able to wake the body, awaken the mind and reactivate the mechanisms of desire in the depotentialized subject. The general objective of this work is to comprehend the repressive forces that act over bodies in the so called post-industrial and neoliberal society and indicate the maker movement as the mode of subjectivation that allows us to face these repressive forces, finding in FAB LABs, and mainly in the FAB LAB Livre SP network, in São Paulo, the first and only public laboratories network of the world, notes on how to empower and learn by doing can change the reality of poor communities with little or no State intervention, as well to condition and potentiate diverse productive arrangements that use digital fabrication technologies as leverage to favour the development of their productive processes. In our case, interviews were carried out with maker movement influencers and the coordination of the public laboratories, not only those in city hall, but also with ITS (Institute of Social Technology) and independent laboratories in the city of São Paulo, all that which are analysed in the chapter 4 of this dissertation, seeking controversies between the models projected for the functioning FAB LAB at MIT, with those functioning on the premises of the São Paulo city hall, in the daily life of the central and a peripheric laboratories, as well other models for spaces that can be called makerspaces, but have in common only the relation between knowledge and experience and the machines used in the creation process. Thus, we hope to guide the actions of this movement that, although recent in Brazil, has tremendous potential to revolutionize the production of the common in our society.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rossi, Dorival Campos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Moon, Rodrigo Malcolm de Barros2020-05-06T14:51:32Z2020-05-06T14:51:32Z2020-03-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19247700093039733004056088P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-04-22T13:54:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/192477Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:10:14.077682Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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