Ao repique da marimba e do pandeiro: a voz e o verso de Luiz Gama e Inácio da Catingueira como “discursos fundadores” da poesia negra brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/217999 |
Resumo: | Zilá Bernd (1992) observa que a literatura brasileira negra que pode ser realmente considerada negra é aquela que exprime a experiência comum da opressão e de preconceitos sofridos por um grupo, caracterizando-se pela emergência de um sujeito enunciador que assume sua condição negra no tecido poético e que, ao fazê-lo, revoga o uso tradicional onde o negro era o outro, era o objeto, e não o sujeito. Nesta pesquisa, utilizando o conceito esboçado por Bernd, procuramos demonstrar que a poesia satírica de Luiz Gama se coloca como "discurso fundador" da literatura negra produzida no período romântico, como apontou a autora; e que, no âmbito da poesia popular oral e da literatura de cordel, produzida no mesmo período, as composições do repentista negro Inácio da Catingueira podem ser também assim consideradas, haja vista que, assim como Gama, Inácio emerge como sujeito enunciador que assume sua condição negra na sua tessitura poética no contexto do Nordeste pré-abolicionista. Ambos os poetas, sujeitos de seus discursos, se apropriaram de formas poéticas correntes para, por meio delas, construir espaços em que pudessem se fazer ouvir, uma vez que não só dialogavam com as noções correntes de raça, como afirmavam suas identidades a partir de fragmentos da memória da escravidão e de seu universo cultural. |
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Ao repique da marimba e do pandeiro: a voz e o verso de Luiz Gama e Inácio da Catingueira como “discursos fundadores” da poesia negra brasileiraThe marimba's and tambourine's sound: the voice and verse of Luiz Gama and Inácio da Catingueira as “founding speeches” of black brazilian poetryLuiz GamaInácio da CatingueiraPoesia SatíricaLiteratura de CordelSatirical PoetryCordel LiteratureZilá Bernd (1992) observa que a literatura brasileira negra que pode ser realmente considerada negra é aquela que exprime a experiência comum da opressão e de preconceitos sofridos por um grupo, caracterizando-se pela emergência de um sujeito enunciador que assume sua condição negra no tecido poético e que, ao fazê-lo, revoga o uso tradicional onde o negro era o outro, era o objeto, e não o sujeito. Nesta pesquisa, utilizando o conceito esboçado por Bernd, procuramos demonstrar que a poesia satírica de Luiz Gama se coloca como "discurso fundador" da literatura negra produzida no período romântico, como apontou a autora; e que, no âmbito da poesia popular oral e da literatura de cordel, produzida no mesmo período, as composições do repentista negro Inácio da Catingueira podem ser também assim consideradas, haja vista que, assim como Gama, Inácio emerge como sujeito enunciador que assume sua condição negra na sua tessitura poética no contexto do Nordeste pré-abolicionista. Ambos os poetas, sujeitos de seus discursos, se apropriaram de formas poéticas correntes para, por meio delas, construir espaços em que pudessem se fazer ouvir, uma vez que não só dialogavam com as noções correntes de raça, como afirmavam suas identidades a partir de fragmentos da memória da escravidão e de seu universo cultural.Zilá Bernd (1992) observes that the Brazilian black literature that can be really considered black is the one that expresses the common experience of the oppression and prejudices suffered by a group, being characterized by the emergence of an enunciating subject that assumes its black condition in the poetic fabric and that, in doing so, revokes the traditional use where the Negro was the other, was the object, not the subject. In this research, following the concept outlined by Bernd, we intend to demonstrate that, in the context of printed black literature, the satirical poetry of Luiz Gama stands as "founding discourse", as the author pointed out, and that in the ambit of popular sung poetry, of the black repentista Inácio da Catingueira can also be considered thus, since like Gama, Ignatius emerges as subject enunciator that assumes its black condition in its poetic texture in the context of the pre-abolitionist Northeast. Both poets, subjects of their discourses, appropriated the current notions of race, the idea of identity and the memory of slavery to create a poetic repertoire representative of the ethnic-racial relations that settled down to their time.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Marques, Francisco Cláudio Alves [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lima, Gustavo Henrique Alves de2022-04-26T11:14:29Z2022-04-26T11:14:29Z2022-02-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21799933004048019P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T12:58:26Zoai:repositorio.unesp.br:11449/217999Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:27:35.373207Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Zilá Bernd (1992) observa que a literatura brasileira negra que pode ser realmente considerada negra é aquela que exprime a experiência comum da opressão e de preconceitos sofridos por um grupo, caracterizando-se pela emergência de um sujeito enunciador que assume sua condição negra no tecido poético e que, ao fazê-lo, revoga o uso tradicional onde o negro era o outro, era o objeto, e não o sujeito. Nesta pesquisa, utilizando o conceito esboçado por Bernd, procuramos demonstrar que a poesia satírica de Luiz Gama se coloca como "discurso fundador" da literatura negra produzida no período romântico, como apontou a autora; e que, no âmbito da poesia popular oral e da literatura de cordel, produzida no mesmo período, as composições do repentista negro Inácio da Catingueira podem ser também assim consideradas, haja vista que, assim como Gama, Inácio emerge como sujeito enunciador que assume sua condição negra na sua tessitura poética no contexto do Nordeste pré-abolicionista. Ambos os poetas, sujeitos de seus discursos, se apropriaram de formas poéticas correntes para, por meio delas, construir espaços em que pudessem se fazer ouvir, uma vez que não só dialogavam com as noções correntes de raça, como afirmavam suas identidades a partir de fragmentos da memória da escravidão e de seu universo cultural. |
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