Avaliação da segurança oncológica e cosmese em pacientes submetidas a tratamento conservador da mama utilizando a “técnica de compensação geométrica”
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/213708 |
Resumo: | Atualmente, o câncer de mama é a neoplasia mais incidente dentre as mulheres no Brasil. A cirurgia conservadora da mama associada à radioterapia apresenta taxas de sobrevida semelhantes à mastectomia, não prejudicando o tratamento oncológico e promovendo consequentemente, uma melhora na qualidade de vida. Recentemente foi descrita a técnica de “compensação geométrica” (TCG), alternativa à mastectomia em pacientes com tumores limítrofes e/ou em locais desfavoráveis, previamente candidatas a mastectomia. Há limitados estudos sobre esta técnica, sua segurança oncológica e resultados estéticos. Métodos: O presente estudo retrospectivo avaliou indicações, resultado cosmético, segurança oncológica e o perfil das pacientes submetidas à TCG entre março de 2013 e outubro de 2018. Foram avaliados nos prontuários as indicações, características clínicas, sociodemográficas, técnica cirúrgica, tratamento cirúrgico e segurança oncológica. A cosmese mamária foi avaliada de forma prospectiva e transversal através do software BCCT.core (Breast Cancer Conservative Treatment. Cosmetic results) no pré e no pós-operatório, além da classificação de Harris e autoavaliação do resultado estético pós-operatório. Para análise estatística, foram realizadas coleta e análise descritiva dos dados, o teste de Kappa e Weighted Kappa para avaliar os resultados cosméticos. Para seguimento e recorrência utilizou-se o modelo de Kaplan e Meier. Houve a empregabilidade de uso do software IBM SPSS® v.20 for Mac®. Realizou-se também a revisão sistemática da literatura utilizando a metodologia PRISMA. Resultados: Trinta e seis pacientes com carcinoma mamário invasivo ou carcinoma ductal in situ foram indicadas para cirurgia conservadora pela TCG. A maioria (26 pacientes, 72.2%) das pacientes apresentava mamas médias ou grandes com ou sem ptose, e sete (19,4%) apresentavam mamas pequenas com ou sem ptose, perfil de paciente submetida à técnica de compensação geométrica não identificada previamente na literatura. A média do tamanho clínico do tumor ao diagnóstico foi 3,65±1,59 cm. O tipo histológico e o perfil imuno-histoquímico mais comuns foram carcinoma mamário invasivo sem outras especificações (33 pacientes, 91,7%) e luminal B (17 pacientes, 47,2%), respectivamente. A cirurgia conservadora da mama foi realizada em 34 (94,4%) pacientes, duas (5,6%) tiveram sua proposta inicial modificada durante a cirurgia para mastectomia devido achados da biópsia por congelação. Tamanho médio anatomopatológico do tumor foi 2,41±1,65 cm, todos ressecados com margens livres, cujo tamanho anatomopatológico médio foi 0,93±0,6 cm (mínimo 1,00 cm; máximo: 2,7 cm). O tempo médio de seguimento total e após a cirurgia foi de 36,6±16.8 e 33,5±16,7 meses, respectivamente. Nenhuma paciente apresentou recidiva local. Pelo BCCT.core, a estética pós-operatória foi classificada como excelente em quatro (12,1%) pacientes, 17 (51,5%) como bom, 11 (33,3%) como razoável e uma paciente (3%) como ruim. Na revisão sistemática foram encontradas 19 publicações com 243 pacientes submetidas a TCG, com evolução das indicações, segurança oncológica e bons resultados estéticos. Conclusão: A TCG é uma opção de cirurgia conservadora e segura oncologicamente para pacientes com mamas pequenas e médias com ptose, com tumores grandes em relação à mama ou em locais de ressecção desfavoráveis, e que inicialmente possui indicação de mastectomia. Esta técnica apresenta resultados estéticos satisfatórios e nível de satisfação estético alto pelas pacientes, principalmente pela correção da ptose e pela manutenção da mama, determinando potenciais impactos positivos na qualidade de vida. |
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Avaliação da segurança oncológica e cosmese em pacientes submetidas a tratamento conservador da mama utilizando a “técnica de compensação geométrica”Evaluation of oncologic safety and cosmesis in patients undergoing breast conservative treatment using the "geometric compensation technique"Neoplasia da mamaMastectomia segmentarCirurgia plásticaMamoplastiaTratamento conservadorBreast cancerSegmental mastectomyPlastic surgeryMammoplastyConservative treatmentAtualmente, o câncer de mama é a neoplasia mais incidente dentre as mulheres no Brasil. A cirurgia conservadora da mama associada à radioterapia apresenta taxas de sobrevida semelhantes à mastectomia, não prejudicando o tratamento oncológico e promovendo consequentemente, uma melhora na qualidade de vida. Recentemente foi descrita a técnica de “compensação geométrica” (TCG), alternativa à mastectomia em pacientes com tumores limítrofes e/ou em locais desfavoráveis, previamente candidatas a mastectomia. Há limitados estudos sobre esta técnica, sua segurança oncológica e resultados estéticos. Métodos: O presente estudo retrospectivo avaliou indicações, resultado cosmético, segurança oncológica e o perfil das pacientes submetidas à TCG entre março de 2013 e outubro de 2018. Foram avaliados nos prontuários as indicações, características clínicas, sociodemográficas, técnica cirúrgica, tratamento cirúrgico e segurança oncológica. A cosmese mamária foi avaliada de forma prospectiva e transversal através do software BCCT.core (Breast Cancer Conservative Treatment. Cosmetic results) no pré e no pós-operatório, além da classificação de Harris e autoavaliação do resultado estético pós-operatório. Para análise estatística, foram realizadas coleta e análise descritiva dos dados, o teste de Kappa e Weighted Kappa para avaliar os resultados cosméticos. Para seguimento e recorrência utilizou-se o modelo de Kaplan e Meier. Houve a empregabilidade de uso do software IBM SPSS® v.20 for Mac®. Realizou-se também a revisão sistemática da literatura utilizando a metodologia PRISMA. Resultados: Trinta e seis pacientes com carcinoma mamário invasivo ou carcinoma ductal in situ foram indicadas para cirurgia conservadora pela TCG. A maioria (26 pacientes, 72.2%) das pacientes apresentava mamas médias ou grandes com ou sem ptose, e sete (19,4%) apresentavam mamas pequenas com ou sem ptose, perfil de paciente submetida à técnica de compensação geométrica não identificada previamente na literatura. A média do tamanho clínico do tumor ao diagnóstico foi 3,65±1,59 cm. O tipo histológico e o perfil imuno-histoquímico mais comuns foram carcinoma mamário invasivo sem outras especificações (33 pacientes, 91,7%) e luminal B (17 pacientes, 47,2%), respectivamente. A cirurgia conservadora da mama foi realizada em 34 (94,4%) pacientes, duas (5,6%) tiveram sua proposta inicial modificada durante a cirurgia para mastectomia devido achados da biópsia por congelação. Tamanho médio anatomopatológico do tumor foi 2,41±1,65 cm, todos ressecados com margens livres, cujo tamanho anatomopatológico médio foi 0,93±0,6 cm (mínimo 1,00 cm; máximo: 2,7 cm). O tempo médio de seguimento total e após a cirurgia foi de 36,6±16.8 e 33,5±16,7 meses, respectivamente. Nenhuma paciente apresentou recidiva local. Pelo BCCT.core, a estética pós-operatória foi classificada como excelente em quatro (12,1%) pacientes, 17 (51,5%) como bom, 11 (33,3%) como razoável e uma paciente (3%) como ruim. Na revisão sistemática foram encontradas 19 publicações com 243 pacientes submetidas a TCG, com evolução das indicações, segurança oncológica e bons resultados estéticos. Conclusão: A TCG é uma opção de cirurgia conservadora e segura oncologicamente para pacientes com mamas pequenas e médias com ptose, com tumores grandes em relação à mama ou em locais de ressecção desfavoráveis, e que inicialmente possui indicação de mastectomia. Esta técnica apresenta resultados estéticos satisfatórios e nível de satisfação estético alto pelas pacientes, principalmente pela correção da ptose e pela manutenção da mama, determinando potenciais impactos positivos na qualidade de vida.Currently, breast cancer is the most common cancer among women in Brazil. Conservative breast surgery associated with radiotherapy has survival rates similar to mastectomy, without impairing cancer treatment and consequently promoting an improvement in quality of life. Recently, the oncoplastic mammoplasty technique with geometric compensation (GCT) has been described, an alternative to mastectomy in patients with borderline tumors and / or in unfavorable locations, previously candidates for mastectomy. There are limited studies on this technique, its oncological safety and aesthetic results. Methods: This retrospective study evaluated indications, cosmetic results, cancer safety and the profile of patients who underwent GCT between March 2013 and October 2018. Indications, clinical and sociodemographic characteristics, surgical technique, surgical treatment and cancer safety were evaluated in the medical records. Breast cosmesis was evaluated prospectively and cross-sectionally using the BCCT.core software (Breast Cancer Conservative Treatment. Cosmetic results) in the pre and postoperative period, in addition to the Harris classification and selfevaluation of the postoperative aesthetic result. For statistical analysis, descriptive collections, the Kappa and Weighted Kappa tests were performed to evaluate cosmetic results. For follow-up and recurrence, the Kaplan and Meier model was used. There was the employability of using IBM SPSS® v.20 for Mac® software. A systematic literature review was also carried out using the PRISMA methodology. Results: Thirty-six patients with invasive breast carcinoma or ductal carcinoma in situ were referred for conservative surgery with GCT. Most patients had medium or large breasts with or without ptosis, and seven (19.4%) had small breasts with or without ptosis, a profile of a patient submitted to the geometric compensation technique not previously identified in the literature. 72.2% had clinical stages T1 and T2 and the average clinical tumor size at diagnosis was 3.65±1.59 cm. The most common histological type and immunohistochemical profile were invasive breast carcinoma without other specifications (33 patients, 91.7%) and luminal B (17 patients, 47.2%), respectively. Conservative breast surgery was performed in 34 (94.4%) patients, two (5.6%) had their initial proposal modified during surgery for mastectomy due to intraoperative margins evaluation. Average anatomopathological size of the tumor was 2.41±1.65 cm. The margin was free in 33 patients (91.7%) and close (<2mm) in three (8.3%). The average anatomopathological size of the surgical margins was 0.93±0.6 cm (minimum 1.00 cm; maximum: 2.7 cm). The average time of total follow-up and after surgery was 36.6±16.8 and 33.5±16.7 months respectively. No patient had local recurrence. According to BCCT.core, postoperative aesthetics were classified as excellent in four (12.1%) patients, 17 (51.5%) as good, 11 (33.3%) as fair and one patient (3%) as poor. Three patients did not have the postoperative aesthetic result evaluated, as they died before the photos. In the systematic review, 19 publications were found with 243 patients undergoing GCT, with evolution of indications, oncological safety and good aesthetic results. Conclusion: The GCT is an option of conservative and oncologically safe surgery for patients with small and medium breasts with ptosis, with large tumors in relation to the breast or in unfavorable resection sites, and which initially has an indication for mastectomy. This technique presents satisfactory aesthetic results and a high level of aesthetic satisfaction by patients, mainly due to the correction of ptosis and the maintenance of the breast, determining potential positive impacts on quality of life.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Vieira, René Aloísio da Costa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Franca, Flavia Cardoso2021-07-28T18:10:14Z2021-07-28T18:10:14Z2021-05-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21370833004064077P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T18:30:18Zoai:repositorio.unesp.br:11449/213708Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T18:30:18Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Atualmente, o câncer de mama é a neoplasia mais incidente dentre as mulheres no Brasil. A cirurgia conservadora da mama associada à radioterapia apresenta taxas de sobrevida semelhantes à mastectomia, não prejudicando o tratamento oncológico e promovendo consequentemente, uma melhora na qualidade de vida. Recentemente foi descrita a técnica de “compensação geométrica” (TCG), alternativa à mastectomia em pacientes com tumores limítrofes e/ou em locais desfavoráveis, previamente candidatas a mastectomia. Há limitados estudos sobre esta técnica, sua segurança oncológica e resultados estéticos. Métodos: O presente estudo retrospectivo avaliou indicações, resultado cosmético, segurança oncológica e o perfil das pacientes submetidas à TCG entre março de 2013 e outubro de 2018. Foram avaliados nos prontuários as indicações, características clínicas, sociodemográficas, técnica cirúrgica, tratamento cirúrgico e segurança oncológica. A cosmese mamária foi avaliada de forma prospectiva e transversal através do software BCCT.core (Breast Cancer Conservative Treatment. Cosmetic results) no pré e no pós-operatório, além da classificação de Harris e autoavaliação do resultado estético pós-operatório. Para análise estatística, foram realizadas coleta e análise descritiva dos dados, o teste de Kappa e Weighted Kappa para avaliar os resultados cosméticos. Para seguimento e recorrência utilizou-se o modelo de Kaplan e Meier. Houve a empregabilidade de uso do software IBM SPSS® v.20 for Mac®. Realizou-se também a revisão sistemática da literatura utilizando a metodologia PRISMA. Resultados: Trinta e seis pacientes com carcinoma mamário invasivo ou carcinoma ductal in situ foram indicadas para cirurgia conservadora pela TCG. A maioria (26 pacientes, 72.2%) das pacientes apresentava mamas médias ou grandes com ou sem ptose, e sete (19,4%) apresentavam mamas pequenas com ou sem ptose, perfil de paciente submetida à técnica de compensação geométrica não identificada previamente na literatura. A média do tamanho clínico do tumor ao diagnóstico foi 3,65±1,59 cm. O tipo histológico e o perfil imuno-histoquímico mais comuns foram carcinoma mamário invasivo sem outras especificações (33 pacientes, 91,7%) e luminal B (17 pacientes, 47,2%), respectivamente. A cirurgia conservadora da mama foi realizada em 34 (94,4%) pacientes, duas (5,6%) tiveram sua proposta inicial modificada durante a cirurgia para mastectomia devido achados da biópsia por congelação. Tamanho médio anatomopatológico do tumor foi 2,41±1,65 cm, todos ressecados com margens livres, cujo tamanho anatomopatológico médio foi 0,93±0,6 cm (mínimo 1,00 cm; máximo: 2,7 cm). O tempo médio de seguimento total e após a cirurgia foi de 36,6±16.8 e 33,5±16,7 meses, respectivamente. Nenhuma paciente apresentou recidiva local. Pelo BCCT.core, a estética pós-operatória foi classificada como excelente em quatro (12,1%) pacientes, 17 (51,5%) como bom, 11 (33,3%) como razoável e uma paciente (3%) como ruim. Na revisão sistemática foram encontradas 19 publicações com 243 pacientes submetidas a TCG, com evolução das indicações, segurança oncológica e bons resultados estéticos. Conclusão: A TCG é uma opção de cirurgia conservadora e segura oncologicamente para pacientes com mamas pequenas e médias com ptose, com tumores grandes em relação à mama ou em locais de ressecção desfavoráveis, e que inicialmente possui indicação de mastectomia. Esta técnica apresenta resultados estéticos satisfatórios e nível de satisfação estético alto pelas pacientes, principalmente pela correção da ptose e pela manutenção da mama, determinando potenciais impactos positivos na qualidade de vida. |
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