Paradigmas, valores e educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022009000200002
http://hdl.handle.net/11449/6370
Resumo: O texto levanta os perfis epistemológico e socianalítico da questão paradigmática. Mauss evidenciara o moule affectif das noções científicas de força e causa. Posteriormente Baudouin falaria na indução arquetípica das noções e a antropologia do imaginário de Durand concluiria pela indução arquetipal do conceito pela imagem. Chegava-se, assim, ao desvendamento do substrato inconsciente das ideações, de um substrato regido pela catexis vetorializada, traduzindo-se nos valores como cerne das ideações. É o famoso a priori emotivo. Portanto, no texto, questionam-se dois mitos, esteios da ciência clássica: o mito da objetividade científica e o da neutralidade axiológica. Destaca, assim, a falácia da existência de uma ruptura epistemológica entre ciência e ideologia. A partir daí, as ideações tornam-se ideologias, sobretudo nas ciências do homem e nas ciências da educação que, ademais, tornam-se suporte de uma disfarçada luta ideológica, na qual, num colonialismo cognitivo, as estratégias de conhecimento dissimulam as de preconceito. Entretanto, assumir a realidade desse suporte fantasmanalítico e ideológico propicia uma tarefa educativa salutar: os paradigmas tornam-se fantasias e, nessa relativização crítica, podem ser usados como um campo de objetos transicionais coletivos num ludismo cultural e educativo. No policulturalismo da sociedade contemporânea, o politeísmo de valores de Weber transforma-se num politeísmo epistemológico, regido pelo relativismo ontológico de Feyerabend e por uma ética do pragmatismo. Articulando cultura, organização e educação, a antropologia das organizações educativas e a culturanálise de grupos de Paula Carvalho traduzem as heurísticas dessa dialética transicional.
id UNSP_6869eabc0de8abab7d24d3f6572e0293
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/6370
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Paradigmas, valores e educaçãoParadigms, values and educationQuestão paradigmáticaAxiologiaFantasmanáliseAção educativaParadigmatic questionAxiologyPhantasmanalysisEducative actionO texto levanta os perfis epistemológico e socianalítico da questão paradigmática. Mauss evidenciara o moule affectif das noções científicas de força e causa. Posteriormente Baudouin falaria na indução arquetípica das noções e a antropologia do imaginário de Durand concluiria pela indução arquetipal do conceito pela imagem. Chegava-se, assim, ao desvendamento do substrato inconsciente das ideações, de um substrato regido pela catexis vetorializada, traduzindo-se nos valores como cerne das ideações. É o famoso a priori emotivo. Portanto, no texto, questionam-se dois mitos, esteios da ciência clássica: o mito da objetividade científica e o da neutralidade axiológica. Destaca, assim, a falácia da existência de uma ruptura epistemológica entre ciência e ideologia. A partir daí, as ideações tornam-se ideologias, sobretudo nas ciências do homem e nas ciências da educação que, ademais, tornam-se suporte de uma disfarçada luta ideológica, na qual, num colonialismo cognitivo, as estratégias de conhecimento dissimulam as de preconceito. Entretanto, assumir a realidade desse suporte fantasmanalítico e ideológico propicia uma tarefa educativa salutar: os paradigmas tornam-se fantasias e, nessa relativização crítica, podem ser usados como um campo de objetos transicionais coletivos num ludismo cultural e educativo. No policulturalismo da sociedade contemporânea, o politeísmo de valores de Weber transforma-se num politeísmo epistemológico, regido pelo relativismo ontológico de Feyerabend e por uma ética do pragmatismo. Articulando cultura, organização e educação, a antropologia das organizações educativas e a culturanálise de grupos de Paula Carvalho traduzem as heurísticas dessa dialética transicional.The text draws the epistemological and socioanalytic profiles of the paradigmatic question. Mauss evinced the moule affectif of the scientific notions of force and cause. Later, Baudouin would speak of the archetypical induction of the notions, and Durand's anthropology of the imaginary would conclude for the archetypical induction of the concept by the image. That was the unveiling of the unconscious substrate of ideations, of a substrate governed by the vectorialized cathexis translated into values as the kernel of ideations. It is the famous emotive a priori. The text therefore questions two myths, mainstays of classical science: the myth of scientific objectivity, and that of axiological neutrality. It brings forward the fallacy of the existence of an epistemological rupture between science and ideology. Henceforth, ideations become ideologies, particularly in the sciences of Man and in the sciences of education which, in addition to that, are made to give support to a hidden ideological struggle in which the knowledge strategies, in a cognitive colonialism, conceal those of prejudice. At any rate, assuming the reality of this phantasmanalytic and ideological support allows a salutary educative task: paradigms become fantasies and, in this critical relativization, can be used as a field of collective transitional objects in a cultural and educative gameness. In the polyculturalism of contemporary society, Weber's polytheism of values becomes an epistemological polytheism governed by Feyerabend's ontological relativism and by an ethics of pragmatism. Articulating culture, organization and education, the anthropology of educational organizations and the group culturanalysis of Paula Carvalho represent the heuristics of this transitional dialectics.Universidade Estadual PaulistaUniversidade Estadual PaulistaUniversidade de São Paulo (USP), Faculdade de EducaçãoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]2014-05-20T13:21:56Z2014-05-20T13:21:56Z2009-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article233-249application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022009000200002Educação e Pesquisa. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, v. 35, n. 2, p. 233-249, 2009.1517-9702http://hdl.handle.net/11449/637010.1590/S1517-97022009000200002S1517-97022009000200002S1517-97022009000200002.pdf2883027830027921SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporEducação e Pesquisa0,163info:eu-repo/semantics/openAccess2024-06-10T18:11:06Zoai:repositorio.unesp.br:11449/6370Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:12:44.784390Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Paradigmas, valores e educação
Paradigms, values and education
title Paradigmas, valores e educação
spellingShingle Paradigmas, valores e educação
Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
Questão paradigmática
Axiologia
Fantasmanálise
Ação educativa
Paradigmatic question
Axiology
Phantasmanalysis
Educative action
title_short Paradigmas, valores e educação
title_full Paradigmas, valores e educação
title_fullStr Paradigmas, valores e educação
title_full_unstemmed Paradigmas, valores e educação
title_sort Paradigmas, valores e educação
author Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
author_facet Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Badia, Denis Domeneghetti [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Questão paradigmática
Axiologia
Fantasmanálise
Ação educativa
Paradigmatic question
Axiology
Phantasmanalysis
Educative action
topic Questão paradigmática
Axiologia
Fantasmanálise
Ação educativa
Paradigmatic question
Axiology
Phantasmanalysis
Educative action
description O texto levanta os perfis epistemológico e socianalítico da questão paradigmática. Mauss evidenciara o moule affectif das noções científicas de força e causa. Posteriormente Baudouin falaria na indução arquetípica das noções e a antropologia do imaginário de Durand concluiria pela indução arquetipal do conceito pela imagem. Chegava-se, assim, ao desvendamento do substrato inconsciente das ideações, de um substrato regido pela catexis vetorializada, traduzindo-se nos valores como cerne das ideações. É o famoso a priori emotivo. Portanto, no texto, questionam-se dois mitos, esteios da ciência clássica: o mito da objetividade científica e o da neutralidade axiológica. Destaca, assim, a falácia da existência de uma ruptura epistemológica entre ciência e ideologia. A partir daí, as ideações tornam-se ideologias, sobretudo nas ciências do homem e nas ciências da educação que, ademais, tornam-se suporte de uma disfarçada luta ideológica, na qual, num colonialismo cognitivo, as estratégias de conhecimento dissimulam as de preconceito. Entretanto, assumir a realidade desse suporte fantasmanalítico e ideológico propicia uma tarefa educativa salutar: os paradigmas tornam-se fantasias e, nessa relativização crítica, podem ser usados como um campo de objetos transicionais coletivos num ludismo cultural e educativo. No policulturalismo da sociedade contemporânea, o politeísmo de valores de Weber transforma-se num politeísmo epistemológico, regido pelo relativismo ontológico de Feyerabend e por uma ética do pragmatismo. Articulando cultura, organização e educação, a antropologia das organizações educativas e a culturanálise de grupos de Paula Carvalho traduzem as heurísticas dessa dialética transicional.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-08-01
2014-05-20T13:21:56Z
2014-05-20T13:21:56Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022009000200002
Educação e Pesquisa. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, v. 35, n. 2, p. 233-249, 2009.
1517-9702
http://hdl.handle.net/11449/6370
10.1590/S1517-97022009000200002
S1517-97022009000200002
S1517-97022009000200002.pdf
2883027830027921
url http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022009000200002
http://hdl.handle.net/11449/6370
identifier_str_mv Educação e Pesquisa. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, v. 35, n. 2, p. 233-249, 2009.
1517-9702
10.1590/S1517-97022009000200002
S1517-97022009000200002
S1517-97022009000200002.pdf
2883027830027921
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Educação e Pesquisa
0,163
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 233-249
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Educação
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Educação
dc.source.none.fl_str_mv SciELO
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128773243011072