Literatura de expressão popular, colagens e costuras na sintaxe fílmica de João César Monteiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/214630 |
Resumo: | O seguinte trabalho tem como objetivo estudar as relações intertextuais presentes em O amor das três romãs e Silvestre, do cineasta João César Monteiro. Os filmes em questão apresentam uma rede intertextual com a literatura popular portuguesa que delineia uma sintaxe fílmica intricada, quase como uma selva bravia de intertextos a serem desvendados. Em O Amor das três romãs e Silvestre a linguagem poética do roteiro se une às citações e trechos de histórias populares (líricas ou em prosa) construindo um texto de “recortes e colagens”. O curtametragem O amor das três romãs é uma transposição do conto popular “O amor das três romãs” (transcrição de Italo Calvino) ou “As três cidras do amor” (transcrição de Teófilo Braga). Já os intertextos que aparecem em Silvestre e são abordados na pesquisa são o conto popular “A mão do finado” e a cantiga popular “La laranja”. As obras em questão foram escolhidas entre outros intertextos aludidos no filme por se relacionarem de maneira significativa nas cenas. Ademais, estuda-se a relação das duas obras mencionadas acima com o romance em verso “Donzela que vai à guerra” que é parte essencial do enredo fílmico de Silvestre. Nos intertextos de Silvestre, as heroínas apresentam destaque, presença que não é típica dos contos maravilhosos. Esse elemento ganha contornos importantes no filme e é a mulher o ponto de união das referências no enredo. Tanto em O amor das três romãs quanto em Silvestre o cenário dialoga com a estrutura intertextual do filme. Assim, os cenários que representam espaços exteriores e interiores são desenhados e pintados em duas dimensões, juntamente com alguns elementos do dècor. Por exemplo, em O amor das três romãs, um cavalo é substituído por um cavalo de pau. Esse recurso contribui para a construção de filmes com referências que se enredam e se confundem, mas que apontam principalmente para o universo maravilhoso em que, assim como no cenário artificial, “fabula” uma realidade. E o curta-metragem O amor das três romãs vai mais longe, mostrando o processo de elaboração do cenário e se aventurando no processo do metacinema e do antiilusionismo. |
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Literatura de expressão popular, colagens e costuras na sintaxe fílmica de João César MonteiroPopular literature and collages in the syntax of João César MonteiroCinema portuguêsJoão César MonteiroLiteratura popular portuguesaIntertextualidadePoesiaO seguinte trabalho tem como objetivo estudar as relações intertextuais presentes em O amor das três romãs e Silvestre, do cineasta João César Monteiro. Os filmes em questão apresentam uma rede intertextual com a literatura popular portuguesa que delineia uma sintaxe fílmica intricada, quase como uma selva bravia de intertextos a serem desvendados. Em O Amor das três romãs e Silvestre a linguagem poética do roteiro se une às citações e trechos de histórias populares (líricas ou em prosa) construindo um texto de “recortes e colagens”. O curtametragem O amor das três romãs é uma transposição do conto popular “O amor das três romãs” (transcrição de Italo Calvino) ou “As três cidras do amor” (transcrição de Teófilo Braga). Já os intertextos que aparecem em Silvestre e são abordados na pesquisa são o conto popular “A mão do finado” e a cantiga popular “La laranja”. As obras em questão foram escolhidas entre outros intertextos aludidos no filme por se relacionarem de maneira significativa nas cenas. Ademais, estuda-se a relação das duas obras mencionadas acima com o romance em verso “Donzela que vai à guerra” que é parte essencial do enredo fílmico de Silvestre. Nos intertextos de Silvestre, as heroínas apresentam destaque, presença que não é típica dos contos maravilhosos. Esse elemento ganha contornos importantes no filme e é a mulher o ponto de união das referências no enredo. Tanto em O amor das três romãs quanto em Silvestre o cenário dialoga com a estrutura intertextual do filme. Assim, os cenários que representam espaços exteriores e interiores são desenhados e pintados em duas dimensões, juntamente com alguns elementos do dècor. Por exemplo, em O amor das três romãs, um cavalo é substituído por um cavalo de pau. Esse recurso contribui para a construção de filmes com referências que se enredam e se confundem, mas que apontam principalmente para o universo maravilhoso em que, assim como no cenário artificial, “fabula” uma realidade. E o curta-metragem O amor das três romãs vai mais longe, mostrando o processo de elaboração do cenário e se aventurando no processo do metacinema e do antiilusionismo.This research discusses the intertextual relationships in O amor das três romãs and Silvestre, by the filmmaker João César Monteiro. These movies present an intertextual web of Portuguese folk literature references that delineates a complex syntax, almost like a “wild jungle” to be explored. O Amor das três romãs and Silvestre can be called movies of “collages”, once the language in the script is poetic, with quotes and references from folk tales. The short movie O amor das três romãs is a “transposition” from the folk tale “O amor das três romãs” (Italo Calvino’s transcription) or “As três cidras do amor” (Teófilo Braga’s transcription). On the other hand, this research also analyses the intertexts of Silvestre “A mão do finado” (folk tale) and the folk song “La laranja”. In addition, the verse novel “Donzela que vai à guerra” is an essential part of the plot. These pieces relate significantly on the scenes. Both O amor das três romãs and Silvestre have a set (scenario) that dialogue with the intertextual structure of the movies. Thus, the external and internal scenarios are drawn and painted in two dimensions, together with some elements of the décor. For example, in O amor das três romãs a rocking horse substitutes a horse. This aspect contributes to the creation of movies with entangled and confusing references, but that dialog with the universe of Fairy Tales that “fabulate” a reality, just like the artificial set does. O amor das três romãs goes further, showing the process of creation of the scenarios (décor), and, thus, discussing the metacinema and antiilusionism. Another aspect of the intertexts of Silvestre are the woman as heroes, which is not typical in fairy tales. This element is important in the movie, because the woman is the factor that connects the references in the plot.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Borsato, Fabiane Renata [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ribeiro, Heloísa Helena [UNESP]2021-10-01T16:54:41Z2021-10-01T16:54:41Z2021-07-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21463033004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T14:26:49Zoai:repositorio.unesp.br:11449/214630Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:53:55.866644Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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