O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Queiroz, Oriel da Rocha
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/243113
Resumo: O problema da justiça (dikaiosunӗ) e do homem justo (dikaion) em Aristóteles é assaz complexo, dado que o Estagirita concebe justiça e injustiça como termos ambíguos e plurívocos, traçando que podem ser ditos de vários modos. Aristóteles concebe a Justiça tanto no plano da lei em sentido amplo, ou, em sua feição política, como um “bem de um outro” (Justiça Completa), e na esfera privada, enquanto a lei em sentido estrito que condiz com a distribuição de bens pessoais ou de grupos (Justiça Particular), esta subdividida em Justiça Distributiva, respeitante a bens de origem pública, e, Justiça Corretiva, respeitante a negócios individuais entre duas partes, e, ainda, a Justiça Retributiva, relacionada aos atos de comércio (trocas). Para cada uma delas Aristóteles estabelece uma noção própria de meio-termo e de homem justo. Aristóteles concebe o homem justo em duas dimensões aparentemente opostas: em sentido completo, como aquele dotado de conhecimento prático que implica a escolha (proairesis) daquilo que é bom para sua comunidade política, e, em sentido particular ou parcial, como o homem que, conforme sua disposição de caráter escolhe o meio-termo em recusa a um excesso e uma falta, de acordo com a regra justa (phrônesis). Neste compasso, o objetivo buscado nesta dissertação será o de estudar o sentido próprio de homem justo tratado nesta arquitetura moral de Aristóteles. Em ambas as espécies de justiça o Estagirita exige a intervenção do caráter normativo da phrônesis ou da experiência prática (praktike), investigada no Livro VI da EN. Procuraremos atender a esse propósito com base nos referenciais teóricos do corpus aristotélico e literatura complementar sobre o tema.
id UNSP_6ef08ad6f95899856cef7ff7774b03e2
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/243113
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling O homem justo na ética nicomaquéia de AristótelesThe just man in Aristotle's nicomachean ethicsJustiçaCompletaParticularMeio-termoHomem justoJusticeCompleteMeanJust manO problema da justiça (dikaiosunӗ) e do homem justo (dikaion) em Aristóteles é assaz complexo, dado que o Estagirita concebe justiça e injustiça como termos ambíguos e plurívocos, traçando que podem ser ditos de vários modos. Aristóteles concebe a Justiça tanto no plano da lei em sentido amplo, ou, em sua feição política, como um “bem de um outro” (Justiça Completa), e na esfera privada, enquanto a lei em sentido estrito que condiz com a distribuição de bens pessoais ou de grupos (Justiça Particular), esta subdividida em Justiça Distributiva, respeitante a bens de origem pública, e, Justiça Corretiva, respeitante a negócios individuais entre duas partes, e, ainda, a Justiça Retributiva, relacionada aos atos de comércio (trocas). Para cada uma delas Aristóteles estabelece uma noção própria de meio-termo e de homem justo. Aristóteles concebe o homem justo em duas dimensões aparentemente opostas: em sentido completo, como aquele dotado de conhecimento prático que implica a escolha (proairesis) daquilo que é bom para sua comunidade política, e, em sentido particular ou parcial, como o homem que, conforme sua disposição de caráter escolhe o meio-termo em recusa a um excesso e uma falta, de acordo com a regra justa (phrônesis). Neste compasso, o objetivo buscado nesta dissertação será o de estudar o sentido próprio de homem justo tratado nesta arquitetura moral de Aristóteles. Em ambas as espécies de justiça o Estagirita exige a intervenção do caráter normativo da phrônesis ou da experiência prática (praktike), investigada no Livro VI da EN. Procuraremos atender a esse propósito com base nos referenciais teóricos do corpus aristotélico e literatura complementar sobre o tema.The problem of justice (dikaiosunӗ) and the just man (diakaion) in Aristotle is quite complex, given that the Stagirite conceives justice and injustice as ambiguous and plural terms, tracing that they can be said in several ways. Aristotle conceived Justice both in terms of the law in the broad sense, or, in its political aspect, as a “good of another” (Complete Justice), and in the private sphere, as the law in the strict sense that matches the distribution of rights. personal or group goods (Private Justice), which is subdivided into Distributive Justice, regarding goods of public origin, and, Corrective Justice, regarding individual transactions between two parties, and, also, Retributive Justice, related to acts of commerce (exchanges). For each of them, Aristotle establishes his own notion of the middle ground and the just man. Aristotle conceived the just man in two apparently opposite dimensions: in a complete sense, as the one endowed with practical knowledge that implies the choice (proairesis) of what is good for his political community, and, in a particular or partial sense, as the man who, according to his disposition of character to choose the middle ground in refusing an excess and a lack, according to the just rule (phronesis). In this compass, the objective sought in this dissertation will be to study the proper meaning of the man exactly treated in this moral architecture of Aristotle. In both kinds of justice, the Stagirite requires the intervention of the normative character of phrônesis or practical experience (praktike), investigated in Book VI of the EN. We will try to meet this purpose based on the theoretical references of the aristotelian corpus and complementary literature on the subject.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Pereira, Reinaldo Sampaio [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Queiroz, Oriel da Rocha2023-04-25T14:40:05Z2023-04-25T14:40:05Z2023-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfQUEIROZ, Oriel da Rocha. O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles. Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023.http://hdl.handle.net/11449/24311333004110041P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T17:50:03Zoai:repositorio.unesp.br:11449/243113Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T17:50:03Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
The just man in Aristotle's nicomachean ethics
title O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
spellingShingle O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
Queiroz, Oriel da Rocha
Justiça
Completa
Particular
Meio-termo
Homem justo
Justice
Complete
Mean
Just man
title_short O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
title_full O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
title_fullStr O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
title_full_unstemmed O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
title_sort O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
author Queiroz, Oriel da Rocha
author_facet Queiroz, Oriel da Rocha
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pereira, Reinaldo Sampaio [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Queiroz, Oriel da Rocha
dc.subject.por.fl_str_mv Justiça
Completa
Particular
Meio-termo
Homem justo
Justice
Complete
Mean
Just man
topic Justiça
Completa
Particular
Meio-termo
Homem justo
Justice
Complete
Mean
Just man
description O problema da justiça (dikaiosunӗ) e do homem justo (dikaion) em Aristóteles é assaz complexo, dado que o Estagirita concebe justiça e injustiça como termos ambíguos e plurívocos, traçando que podem ser ditos de vários modos. Aristóteles concebe a Justiça tanto no plano da lei em sentido amplo, ou, em sua feição política, como um “bem de um outro” (Justiça Completa), e na esfera privada, enquanto a lei em sentido estrito que condiz com a distribuição de bens pessoais ou de grupos (Justiça Particular), esta subdividida em Justiça Distributiva, respeitante a bens de origem pública, e, Justiça Corretiva, respeitante a negócios individuais entre duas partes, e, ainda, a Justiça Retributiva, relacionada aos atos de comércio (trocas). Para cada uma delas Aristóteles estabelece uma noção própria de meio-termo e de homem justo. Aristóteles concebe o homem justo em duas dimensões aparentemente opostas: em sentido completo, como aquele dotado de conhecimento prático que implica a escolha (proairesis) daquilo que é bom para sua comunidade política, e, em sentido particular ou parcial, como o homem que, conforme sua disposição de caráter escolhe o meio-termo em recusa a um excesso e uma falta, de acordo com a regra justa (phrônesis). Neste compasso, o objetivo buscado nesta dissertação será o de estudar o sentido próprio de homem justo tratado nesta arquitetura moral de Aristóteles. Em ambas as espécies de justiça o Estagirita exige a intervenção do caráter normativo da phrônesis ou da experiência prática (praktike), investigada no Livro VI da EN. Procuraremos atender a esse propósito com base nos referenciais teóricos do corpus aristotélico e literatura complementar sobre o tema.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-04-25T14:40:05Z
2023-04-25T14:40:05Z
2023-02-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv QUEIROZ, Oriel da Rocha. O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles. Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023.
http://hdl.handle.net/11449/243113
33004110041P1
identifier_str_mv QUEIROZ, Oriel da Rocha. O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles. Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023.
33004110041P1
url http://hdl.handle.net/11449/243113
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128151623041024