A avifauna como suporte ao Plano de Manejo do Sítio Ramsar Guaratuba, litoral sul do Paraná

• Autor(a) principal: Rivas, Maria Fernanda Ferreira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/244707
• topic: Áreas úmidas; Terras inundáveis; Aves; Conservação da natureza; Áreas protegidas; Mata Atlântica; Inventário; Wetlands; Conservation measures; Inventory; Atlantic forest; Priority areas; Birds

Apesar da importância das áreas úmidas, elas estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo. Em 1971, surgiu a Convenção Ramsar, incentivando a delimitação de áreas úmidas para sua proteção e uso racional. O Brasil se tornou signatário em 1993 e foi eficaz na delimitação de 27 sítios, porém não foi eficiente na sua caracterização, realização de inventários e da criação de planos de manejos. O Sítio Ramsar Guaratuba (SRG), localizado no município de Guaratuba, litoral sul do Paraná, sul do Brasil, está inserido dentro da APA de Guaratuba e não apresenta plano de manejo próprio, assim como ações de conservação específicas para a área. Também falta reconhecimento dos órgãos executores sobre o sítio. Tendo isso em vista, o presente estudo buscou propor ações de manejo e conservação do SRG, com base na avifauna. Para isso, foram realizados levantamentos de aves, com base na literatura, em dados não-publicados e na plataforma e-Bird. Foi utilizada a taxonomia proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO) de 2021, exceto por [Ramphastos ariel] e [Agelasticus cyanopus], que foi de 2015. Classificamos as aves registradas pelo seu status de conservação, status de ocorrência e hábitos. Por fim, propusemos áreas prioritárias para conservação dentro do SRG. Obtivemos 421 espécies para a área, das quais 40 são ameaçadas de extinção. Das espécies registradas, 240 são residentes, 22 residentes de verão, uma residente ocasional, 17 são visitantes, 41 são migrantes (12 migrantes do Sul, 17 migrantes do Norte, uma migrante do Oeste, 11 migrantes altitudinais), 24 são consideradas acidentais e 88 de status indeterminado. Foram delimitadas cinco áreas prioritárias para conservação no SRG com base na presença de nidificação e/ou dormitórios de espécies ameaçadas. Essas foram as ilhas de brejos salinos subtropicais, o Parque Natural Municipal da Lagoa do Parado, a Lagoa do Rio Preto, a Ilha do Capim e a mata entre Nereidas e Coroados. As principais ameaças a esses ambientes são as mudanças climáticas, a invasão de espécies exóticas, as pastagens, a agricultura e obras de grade porte. O SRG abriga notável quantidade de espécies de aves, representando 58% das registradas no Paraná e 34% das ameaçadas desse Estado. As principais ações propostas para o manejo das áreas prioritárias do SRG são o monitoramento populacional, fiscalização, restauração ambiental e a proibição de obras que possam causar desequilíbrio ambiental.