Suplementação aguda de chá verde modula a expressão de miRNAs após refeição rica em gordura em mulheres com obesidade: ensaio clínico crossover randomizado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos, Rodrigo V. S. [UNESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/217344
Resumo: Introdução: A obesidade é uma desordem complexa cuja etiologia envolve fatores biológicos, ambientais e comportamentais. O padrão de dieta ocidental composto por refeições ricas em gordura saturada é capaz de elevar marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo, o que tem sido associado ao aumento do risco cardiovascular e desenvolvimento de neoplasias. Em contrapartida, uma dieta rica em frutas, vegetais e legumes está negativamente associada ao ganho de peso, estresse oxidativo e comorbidades associadas à obesidade. O chá é a bebida mais consumida no mundo depois da água e a epigalocatequina galato (EGCG), catequina mais abundante no chá verde, tem recebido particular atenção por evidências que mostram ação anti-inflamatória e antioxidante. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar se a suplementação aguda de chá verde atenua os marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo induzidos por refeição rica em gordura saturada em mulheres com obesidade e avaliar a sua capacidade de modular a expressão de microRNAs (miRNAs). Métodos: Trata-se de um ensaio clínico tipo crossover, randomizado, controlado e duplo cego. Foram incluídas mulheres com índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m2, sem comorbidades, que receberam por via oral 2 cápsulas contendo chá verde (738 mg de chá verde) ou placebo na véspera na refeição rica em gordura saturada. As pacientes foram convocadas em dois momentos com washout de duas semanas. M1: ingestão de refeição rica em gordura precedida pela ingestão aguda de chá verde ou placebo na noite anterior às 22:00h; M2: Ingestão dieta rica em gordura precedida pela ingestão aguda chá verde ou placebo na noite anterior às 22:00h. Foram realizadas coletas de sangue antes (t0) e cinco horas (t5) após a refeição. Foram dosados os marcadores de processo inflamatório interleucina 6 (IL-6), proteína C- reativa (PCR) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), de estresse oxidativo e a expressão global de microRNAs foi avaliada. Resultados: Quinze mulheres com idade média de 35,5±9,9 anos, IMC de 35.2±3,1 kg/m2 e circunferência abdominal de 111,8±9,4 cm foram incluídas na análise final. Não houve diferença em relação aos marcadores inflamatórios. Apesar de alterar a atividade das enzimas antioxidantes, a ingestão aguda de chá verde não alterou a concentração sérica de hidroperóxido de lipídeo. No entanto, a ingestão de chá verde inibiu o aumento de expressão de 62 miRNAs induzidos pela refeição hiperlipídica. A análise de predição de genes-alvo resultou em 1757 alvos, que estão envolvidos nas vias do TGF-beta, CARM1, RSK e BMP. Essas vias estão associadas à carcinogênese e à formação do tecido adiposo. Conclusão: Em conclusão, não houve diferença nos marcadores de processo inflamatório e estresse oxidativo após a ingestão de chá verde e refeição hiperlipídica. Apesar disso, nossos dados sugerem que o chá verde é capaz de impedir o aumento da expressão de miRNAs induzidos pela refeição hiperlipídica. Os genes alvos desses miRNAs estão envolvidos principalmente em vias moleculares associadas à carcinogênese e à adipogênese. Esses resultados trazem avanços no conhecimento dos mecanismos envolvidos nos efeitos benéficos do chá verde.
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