Efeito da adição de nanopartículas de β-glicerofosfato de cálcio em dentifrícios fluoretados sobre a remineralização de lesões de cárie: estudo in situ

• Autor(a) principal: Quinteiro, Julia Paião [UNESP]
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/236580
• topic: Esmalte dentário; Fluoretos; Fosfatos; Desmineralização do dente; Dentifrícios; Nanopartículas; Micropartícula; Dental enamel

O objetivo do presente estudo foi avaliar in situ a capacidade de um dentifrício fluoretado convencional (1100 ppm F) contendo β-glicerofosfato de cálcio microparticulado (β-CaGPm) e β-glicerofosfato de cálcio nanoparticulado (β-CaGPn) sobre o processo de remineralização de lesões iniciais de cáries. Este estudo foi duplo cego e cruzado, realizado em 4 fases de 3 dias cada. 12 voluntários utilizaram dispositivos palatinos contendo quatro blocos de esmalte bovino com lesões de cárie artificial. Os voluntários foram distribuídos aleatoriamente nos seguintes dentifrícios de tratamento: 1) sem F/β-CaGPm/β-CaGPn (Placebo); 2) 1100 ppm F (1100 F); 3) 1100F com 0,5% de β-CaGPm (1100F-0,5%β-CaGPm) e 4) 1100F com 0,25%β-CaGPn (1100F-0,25% de β-CaGPn). Os voluntários foram instruídos a escovar os dentes naturais com os dispositivos palatinos na boca durante 1 min (3 vezes/dia), sendo tratados com slurry do dentifrício. Após cada fase experimental determinou-se a porcentagem de recuperação de dureza de superfície (%SHR), recuperação integrada de dureza de subsuperfície (ΔIHR) e concentração de F, Ca e P no esmalte. Os dados foram analisados por ANOVA 1-critério de medidas repetidas seguido pelo teste de Student-Newman-Keuls (p < 0,001). A superfície do esmalte tornou-se ~ 21% mais remineralizada quando tratada com o dentifrício 1100F-0,5%β-CaGPm em relação ao 1100F (p<0,001). Já o tratamento com o dentifrício 1100F-0,25%β-CaGPn promoveu uma remineralização superior em ~ 69% e 40% em relação aos dentifrícios 1100F e 1100F-0,5%β-CaGPm (p<0,001). Além disso, a capacidade de reduzir o corpo da lesão (ΔIHR) foi ~ 40% e ~ 17% maior com 1100F-0,25%β-CaGPn e 1100F-0,5%β-CaGPm (p < 0,001) quando comparado ao dentifrício de 1100F. A adição de β-CaGPm e β-CaGPn ao dentifrício fluoretado não influenciou a concentração de F no esmalte, seu efeito foi similar ao 1100F (p > 0,001). O tratamento com 1100F-0,25%β-CaGPn promoveu um aumento na concentração de Ca no esmalte em ⁓ 77% e ⁓ 28% quando comparado ao grupo 1100F e 1100F-0,5%β-CaGPm (p < 0,001). A concentração de P no esmalte foi maior para o grupo 1100F-0,25%β-CaGPn em ⁓ 64% e ⁓ 28% quando comparado aos grupos 1100F e 1100F-0,5%β-CaGPm (p < 0,001), respectivamente. Conclui-se que, a adição de 0,25% de β-CaGPn a um dentifrício convencional aumentou a biodisponibilidade de cálcio e fosfato no esmalte promovendo um efeito remineralizante significativamente maior quando comparado ao dentifrício 1100 ppm F.