Corticosteroides no tratamento da orbitopatia de Graves: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/183113 |
Resumo: | Introdução: A Doença de Graves (DG) é uma afecção autoimune que se caracteriza por hipertireoidismo, bócio, dermopatia, e oftalmopatia infiltrativa ou orbitopatia de Graves (OG). Os corticosteroides são drogas de escolha para a OG grave, porém apesar de sua eficácia, existem morbidades associadas ao uso crônico e uma porcentagem significativa de pacientes não apresenta boa resposta ao tratamento, podendo evoluir com baixa visão por neuropatia compressiva. As novas terapias propostas como alternativa aos corticosteroides são promissoras mas ainda não tem eficácia comprovada. Objetivo: avaliar a eficácia e a segurança dos corticosteroides no tratamento da orbitopatia de Graves. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada utilizando a metodologia da Colaboração Cochrane e plataformas eletrônicas de busca para identificar ensaios clínicos randomizados (ECRs) sobre OG, que envolvessem a comparação aleatória de corticosteroides versus qualquer outro esquema de tratamento medicamentoso, terapias combinadas ou nenhuma intervenção. A qualidade da evidência foi avaliada pelo sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Resultados: Foram incluídos 17 ECRs, com 845 participantes. Os ensaios clínicos foram conduzidos na Europa (10), Europa/Ásia (dois), Ásia (três), África (um) e América Latina (um). A qualidade metodológica dos ECRs mostrou baixo risco de viés, porém a avaliação da qualidade da evidência variou de muito baixa a baixa. O corticosteroide intravenoso se mostrou superior em comparação ao oral na redução do clinical activity score (CAS): (DM -0,64, [IC 95% 1,12 a 0,16], p<0.0001, evidência de muito baixa qualidade), na taxa de resposta ao tratamento (RR 1,49 [IC 95% 1,25 a 1,77], p<0,00001, evidência de baixa qualidade), e na ocorrência de efeitos colaterais sistêmicos (RR 0,58 [IC 95% 0,44 a 0,75], p< 0.0001, evidencia de muito baixa qualidade). Não houve diferença na comparação corticosteroides versus outras terapias em relação à melhora da proptose (evidência de baixa qualidade) e também na taxa de resposta ao tratamento e melhora da diplopia (evidência de muito baixa qualidade). Houve menor ocorrência de eventos adversos sistêmicos com outras terapias em comparação com os corticosteroides. Conclusões: Existem evidências de muito baixa a baixa qualidade de que o corticosteroide intravenoso é mais eficaz e seguro que o oral no tratamento da OG. As novas terapias podem ser tão eficazes quanto os corticosteroides, porém as evidências geradas ainda carecem de confiança no efeito estimado. Novos estudos randomizados com qualidade metodológica, desfechos padronizados e tamanho amostral adequado são necessários para confirmar e aumentar a força das evidências encontradas. |
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Corticosteroides no tratamento da orbitopatia de Graves: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizadosCorticosteroids in the treatment of Graves' orbitopathy: systematic review of randomized clinical trialscorticosteroidesdoença de Gravesoftalmopatia de Gravesrevisão sistemáticacorticosteroidsGraves' diseaseGraves’ ophthalmopathysystematic reviewtIntrodução: A Doença de Graves (DG) é uma afecção autoimune que se caracteriza por hipertireoidismo, bócio, dermopatia, e oftalmopatia infiltrativa ou orbitopatia de Graves (OG). Os corticosteroides são drogas de escolha para a OG grave, porém apesar de sua eficácia, existem morbidades associadas ao uso crônico e uma porcentagem significativa de pacientes não apresenta boa resposta ao tratamento, podendo evoluir com baixa visão por neuropatia compressiva. As novas terapias propostas como alternativa aos corticosteroides são promissoras mas ainda não tem eficácia comprovada. Objetivo: avaliar a eficácia e a segurança dos corticosteroides no tratamento da orbitopatia de Graves. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada utilizando a metodologia da Colaboração Cochrane e plataformas eletrônicas de busca para identificar ensaios clínicos randomizados (ECRs) sobre OG, que envolvessem a comparação aleatória de corticosteroides versus qualquer outro esquema de tratamento medicamentoso, terapias combinadas ou nenhuma intervenção. A qualidade da evidência foi avaliada pelo sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Resultados: Foram incluídos 17 ECRs, com 845 participantes. Os ensaios clínicos foram conduzidos na Europa (10), Europa/Ásia (dois), Ásia (três), África (um) e América Latina (um). A qualidade metodológica dos ECRs mostrou baixo risco de viés, porém a avaliação da qualidade da evidência variou de muito baixa a baixa. O corticosteroide intravenoso se mostrou superior em comparação ao oral na redução do clinical activity score (CAS): (DM -0,64, [IC 95% 1,12 a 0,16], p<0.0001, evidência de muito baixa qualidade), na taxa de resposta ao tratamento (RR 1,49 [IC 95% 1,25 a 1,77], p<0,00001, evidência de baixa qualidade), e na ocorrência de efeitos colaterais sistêmicos (RR 0,58 [IC 95% 0,44 a 0,75], p< 0.0001, evidencia de muito baixa qualidade). Não houve diferença na comparação corticosteroides versus outras terapias em relação à melhora da proptose (evidência de baixa qualidade) e também na taxa de resposta ao tratamento e melhora da diplopia (evidência de muito baixa qualidade). Houve menor ocorrência de eventos adversos sistêmicos com outras terapias em comparação com os corticosteroides. Conclusões: Existem evidências de muito baixa a baixa qualidade de que o corticosteroide intravenoso é mais eficaz e seguro que o oral no tratamento da OG. As novas terapias podem ser tão eficazes quanto os corticosteroides, porém as evidências geradas ainda carecem de confiança no efeito estimado. Novos estudos randomizados com qualidade metodológica, desfechos padronizados e tamanho amostral adequado são necessários para confirmar e aumentar a força das evidências encontradas.Introduction: Graves' disease (GD) is an autoimmune condition characterized by hyperthyroidism, goiter, dermopathy, and infiltrative ophthalmopathy or Graves' orbitopathy (OG). Corticosteroids are drugs of choice for severe OG, but despite their efficacy, there are morbidities associated with chronic use and a significant percentage of patients do not present a good response to treatment, and may evolve with low vision due to compressive neuropathy. The new therapies proposed as an alternative to corticosteroids are promising but still have no proven efficacy. Objective: to evaluate the efficacy and safety of corticosteroids in the treatment of Graves' orbitopathy. Methods: A systematic review of the literature was conducted using the Cochrane Collaboration methodology and electronic search platforms to identify randomized controlled trials (RCTs) on OGs involving randomized comparison of corticosteroids versus any other drug treatment regimen, combination therapies, or none intervention. The quality of the evidence was evaluated by the GRADE system (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Results: 17 RCTs were included, with 845 participants. The trials were conducted in Europe (10), Europe / Asia (two), Asia (three), Africa (one) and Latin America (one). The methodological quality of RCTs showed low risk of bias but the quality of evidence evaluation varied from very low to low certainty evidence. Intravenous corticosteroid was superior in comparison to oral, in the reduction of CAS (DM -0.64, [95% CI 1.12 to 0.16], p <0.0001, very low-certainty evidence), in the treatment response rate (RR 1.49 [95% CI 1.25 to 1.77], p <0.00001, low certainty evidence), and in the occurrence of systemic adverse effects (RR 0.58 [95% CI 0.44 to 0.75], p <0.0001, very low certainty evidence). There was no difference in the comparison of corticosteroids versus other therapies in relation to improvement of proptosis (low certainty evidence), and treatment response rate and improvement of diplopia (very low certainty evidence). There was less occurrence of systemic adverse efects with other therapies compared to corticosteroids. Conclusions: There is very low to low certainty evidence that intravenous corticosteroid is more effective and safer than oral, in the treatment of OG. The new therapies may be as effective as corticosteroids, but the evidence generated still lacks confidence in the estimated effect. New randomized trials with methodological quality, standardized endpoints and adequate sample size are needed to confirm and increase the strength of the evidence found.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Jorge, Eliane Chaves [UNESP]Jorge, Edson Nacib [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Kiappe, Olívia Pereira2019-08-02T17:42:40Z2019-08-02T17:42:40Z2019-07-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18311300091899333004064088P466922279033003802601204863559340000-0003-3121-440X0000-0002-9362-1505porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T18:52:13Zoai:repositorio.unesp.br:11449/183113Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T18:52:13Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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