Biologia populacional do caranguejo fantasma Ocypode quadrata (Fabricius, 1787) (Decapoda, Ocypodidae) no litoral sudeste do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/138163 |
Resumo: | Os caranguejos do gênero Ocypode distribuem-se ao redor do globo nas regiões tropical e subtropical e são representados, no Atlântico ocidental, pela espécie Ocypode quadrata (Fabricius, 1787), comumente chamada de caranguejo fantasma. Essa espécie apresenta uma alta plasticidade de comportamentos e respostas aos estímulos ambientais, o que o torna um excelente bioindicador na região das praias arenosas. Os objetivos do presente estudo foram: investigar os padrões de crescimento relativo e somático, assim como estimar a longevidade, além de realizar um estudo populacional detalhado quanto aos aspectos da reprodução, da distribuição temporal e da estrutura populacional da espécie nas duas praias. Os espécimes foram capturados em duas praias (“Barra Seca” e “Vermelha do Centro”) no município de Ubatuda, litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil, de janeiro a dezembro de 2002. Os indivíduos foram identificados quanto ao sexo, quanto ao estágio ontogenético (juvenil ou adulto), pela aderência do abdômen aos esternitos torácicos, e quanto ao estágio de desenvolvimento gonadal. Os caranguejos foram mensurados quanto à largura da carapaça (LC), comprimento da carapaça (CC), comprimento do própodo do quelípodo maior (CPQ) e altura do corpo (AC). A relação entre o tamanho do corpo e as diferentes partes foram analisadas por meio de regressões, a partir das quais foram estabelecidos os padrões de crescimento (Alometria). O padrão alométrico positivo foi obtido para a maioria das relações, com exceção das relações LC vs. CC para fêmeas jovens e LC vs. CPQ para machos jovens. Caranguejos jovens apresentaram taxas de crescimento diferentes dos adultos, principalmente, em estruturas relacionadas com a reprodução. As diferenças entre jovens e adultos está relacionada a muda puberal, considerando que, após a mesma, alteram-se as taxas de crescimento. A maturidade sexual para machos foi de 17,46 mm e de 18,97 mm para fêmeas. Não foi observado dimorfismo sexual, quanto ao tamanho dos quelípodos. Machos atingem tamanhos maiores (LC∞ = 40,52 mm), mas crescem mais lentamente (k = 2,117/ano) do que as fêmeas (LC∞ = 38,79 mm, k = 2,664/ano); além disso, os machos vivem por mais tempo (2,16 anos ante 1,72 anos, respectivamente). Tais diferenças, provavelmente, sejam devido ao fato dos machos dispenderem menos energia para a reprodução, o que permite que atinjam tamanhos maiores e vivam mais. A razão sexual diferiu do esperado 1:1 em favor dos machos, somente em “Barra Seca”. Em ambas as praias, tanto machos quanto fêmeas apresentaram um padrão de distribuição polimodal e a reprodução ocorreu sazonalmente, da primavera ao outono. O padrão de reprodução descontínuo se deu, provavelmente, por conta do período mais chuvoso e de temperaturas mais altas, porém o recrutamento se dá ao longo de todo o ano. A descontinuidade reprodutiva encontrada pode estar relacionada ao comportamento de muitas fêmeas ovígeras permanecerem nas tocas, o que causou uma falha amostral. Embora as praias sejam diferentes geomorfologicamente, não foi possível observar grandes diferenças entre os padrões populacionais da espécie. |
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Biologia populacional do caranguejo fantasma Ocypode quadrata (Fabricius, 1787) (Decapoda, Ocypodidae) no litoral sudeste do BrasilPopulation biology of the ghost crab Ocypode quadrata (Fabricius, 1787) (Decapoda, Ocypodidae) at brazilian southeast coastBrachyuraOcypodidaePraia arenosaCrescimentoAlometriaOs caranguejos do gênero Ocypode distribuem-se ao redor do globo nas regiões tropical e subtropical e são representados, no Atlântico ocidental, pela espécie Ocypode quadrata (Fabricius, 1787), comumente chamada de caranguejo fantasma. Essa espécie apresenta uma alta plasticidade de comportamentos e respostas aos estímulos ambientais, o que o torna um excelente bioindicador na região das praias arenosas. Os objetivos do presente estudo foram: investigar os padrões de crescimento relativo e somático, assim como estimar a longevidade, além de realizar um estudo populacional detalhado quanto aos aspectos da reprodução, da distribuição temporal e da estrutura populacional da espécie nas duas praias. Os espécimes foram capturados em duas praias (“Barra Seca” e “Vermelha do Centro”) no município de Ubatuda, litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil, de janeiro a dezembro de 2002. Os indivíduos foram identificados quanto ao sexo, quanto ao estágio ontogenético (juvenil ou adulto), pela aderência do abdômen aos esternitos torácicos, e quanto ao estágio de desenvolvimento gonadal. Os caranguejos foram mensurados quanto à largura da carapaça (LC), comprimento da carapaça (CC), comprimento do própodo do quelípodo maior (CPQ) e altura do corpo (AC). A relação entre o tamanho do corpo e as diferentes partes foram analisadas por meio de regressões, a partir das quais foram estabelecidos os padrões de crescimento (Alometria). O padrão alométrico positivo foi obtido para a maioria das relações, com exceção das relações LC vs. CC para fêmeas jovens e LC vs. CPQ para machos jovens. Caranguejos jovens apresentaram taxas de crescimento diferentes dos adultos, principalmente, em estruturas relacionadas com a reprodução. As diferenças entre jovens e adultos está relacionada a muda puberal, considerando que, após a mesma, alteram-se as taxas de crescimento. A maturidade sexual para machos foi de 17,46 mm e de 18,97 mm para fêmeas. Não foi observado dimorfismo sexual, quanto ao tamanho dos quelípodos. Machos atingem tamanhos maiores (LC∞ = 40,52 mm), mas crescem mais lentamente (k = 2,117/ano) do que as fêmeas (LC∞ = 38,79 mm, k = 2,664/ano); além disso, os machos vivem por mais tempo (2,16 anos ante 1,72 anos, respectivamente). Tais diferenças, provavelmente, sejam devido ao fato dos machos dispenderem menos energia para a reprodução, o que permite que atinjam tamanhos maiores e vivam mais. A razão sexual diferiu do esperado 1:1 em favor dos machos, somente em “Barra Seca”. Em ambas as praias, tanto machos quanto fêmeas apresentaram um padrão de distribuição polimodal e a reprodução ocorreu sazonalmente, da primavera ao outono. O padrão de reprodução descontínuo se deu, provavelmente, por conta do período mais chuvoso e de temperaturas mais altas, porém o recrutamento se dá ao longo de todo o ano. A descontinuidade reprodutiva encontrada pode estar relacionada ao comportamento de muitas fêmeas ovígeras permanecerem nas tocas, o que causou uma falha amostral. Embora as praias sejam diferentes geomorfologicamente, não foi possível observar grandes diferenças entre os padrões populacionais da espécie.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Negreiros-Fransozo, Maria Lucia [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silveira, Augusto Rysevas [UNESP]2016-04-29T21:12:30Z2016-04-29T21:12:30Z2016-03-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/13816300087033533004064012P8porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-17T06:26:39Zoai:repositorio.unesp.br:11449/138163Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:15:22.513748Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Os caranguejos do gênero Ocypode distribuem-se ao redor do globo nas regiões tropical e subtropical e são representados, no Atlântico ocidental, pela espécie Ocypode quadrata (Fabricius, 1787), comumente chamada de caranguejo fantasma. Essa espécie apresenta uma alta plasticidade de comportamentos e respostas aos estímulos ambientais, o que o torna um excelente bioindicador na região das praias arenosas. Os objetivos do presente estudo foram: investigar os padrões de crescimento relativo e somático, assim como estimar a longevidade, além de realizar um estudo populacional detalhado quanto aos aspectos da reprodução, da distribuição temporal e da estrutura populacional da espécie nas duas praias. Os espécimes foram capturados em duas praias (“Barra Seca” e “Vermelha do Centro”) no município de Ubatuda, litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil, de janeiro a dezembro de 2002. Os indivíduos foram identificados quanto ao sexo, quanto ao estágio ontogenético (juvenil ou adulto), pela aderência do abdômen aos esternitos torácicos, e quanto ao estágio de desenvolvimento gonadal. Os caranguejos foram mensurados quanto à largura da carapaça (LC), comprimento da carapaça (CC), comprimento do própodo do quelípodo maior (CPQ) e altura do corpo (AC). A relação entre o tamanho do corpo e as diferentes partes foram analisadas por meio de regressões, a partir das quais foram estabelecidos os padrões de crescimento (Alometria). O padrão alométrico positivo foi obtido para a maioria das relações, com exceção das relações LC vs. CC para fêmeas jovens e LC vs. CPQ para machos jovens. Caranguejos jovens apresentaram taxas de crescimento diferentes dos adultos, principalmente, em estruturas relacionadas com a reprodução. As diferenças entre jovens e adultos está relacionada a muda puberal, considerando que, após a mesma, alteram-se as taxas de crescimento. A maturidade sexual para machos foi de 17,46 mm e de 18,97 mm para fêmeas. Não foi observado dimorfismo sexual, quanto ao tamanho dos quelípodos. Machos atingem tamanhos maiores (LC∞ = 40,52 mm), mas crescem mais lentamente (k = 2,117/ano) do que as fêmeas (LC∞ = 38,79 mm, k = 2,664/ano); além disso, os machos vivem por mais tempo (2,16 anos ante 1,72 anos, respectivamente). Tais diferenças, provavelmente, sejam devido ao fato dos machos dispenderem menos energia para a reprodução, o que permite que atinjam tamanhos maiores e vivam mais. A razão sexual diferiu do esperado 1:1 em favor dos machos, somente em “Barra Seca”. Em ambas as praias, tanto machos quanto fêmeas apresentaram um padrão de distribuição polimodal e a reprodução ocorreu sazonalmente, da primavera ao outono. O padrão de reprodução descontínuo se deu, provavelmente, por conta do período mais chuvoso e de temperaturas mais altas, porém o recrutamento se dá ao longo de todo o ano. A descontinuidade reprodutiva encontrada pode estar relacionada ao comportamento de muitas fêmeas ovígeras permanecerem nas tocas, o que causou uma falha amostral. Embora as praias sejam diferentes geomorfologicamente, não foi possível observar grandes diferenças entre os padrões populacionais da espécie. |
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