A educação Inclusiva sob o olhar dos gestores e dos processos de formação docente das escolas municipais de São José do Rio Preto SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Salomão, Érika Volpe Marangoni
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/193985
Resumo: A presente pesquisa tratou da temática da educação inclusiva para os alunos com deficiência, na rede escolar pública municipal de São José do Rio Preto. Para atender à Declaração de Salamanca (1994), da qual o Brasil é país signatário, e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 (LDBEN), os sistemas educacionais nacionais devem apresentar iniciativas voltadas à diversidade das necessidades dos estudantes. Dessa feita, no ano de 2001, a Secretaria Municipal de Educação (SME) iniciou a implementação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas escolas da rede, para atendimento dos alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, de modo a elaborar e organizar os recursos necessários para eliminar barreiras e promover sua plena participação no processo escolar. Diante disso, estabeleceu-se como objetivo geral identificar e compreender as concepções dos gestores sobre a prática inclusiva de suas escolas, que determinam o encaminhamento do aluno para o AEE. Para tanto, orientou-se por três objetivos específicos, quais sejam, i) descrever o trabalho do AEE realizado no município; ii) perfilhar as considerações de educação inclusiva na rede municipal; iii) reconhecer as expectativas dos profissionais da comunidade escolar sobre o AEE, pela ótica do gestor. Nesse sentido, a investigação visou responder à pergunta sobre quando e por que as crianças são encaminhadas para o AEE, com indicações de deficiência, mesmo sem um laudo médico. Optou-se por uma pesquisa de natureza básica, de abordagem qualitativa, com objetivos exploratórios. Em relação aos procedimentos metodológicos, passou-se pelo estudo bibliográfico, documental e levantamento para obtenção dos dados, análises e estudos mais aprofundados. O universo da investigação se delimitou aos gestores de cinco escolas de Ensino Fundamental – Anos Iniciais, e a coleta de dados se deu por meio de entrevistas, para se chegar a possíveis respostas. Como resultados, encontrou-se que 100% das escolas pesquisadas reconhecem o AEE como fundamental para uma educação inclusiva assertiva, e que a presença do especialista na escola é necessária, pois, conta-se com o saber diferenciado de um perito, no apoio à condução da prática pedagógica. Paralelamente, verificou-se que 80% dos professores acreditam que o reforço escolar não dá conta das necessidades de leitura e alfabetização dos estudantes e, por esse motivo, todas as crianças com dificuldades de aprendizagem são encaminhadas para o AEE, a qualquer tempo, independentemente da existência de laudo médico, o que responde à pergunta proposta e evidencia a ocorrência de mesma categorização para deficientes e não deficientes. Outrossim, aparece na pesquisa a recorrência da crença de que as estratégias de ensino, recursos e alternativas utilizadas pelo AEE correspondem em maior grau às expectativas do ideário de sucesso escolar. Nesse pressuposto, concluiu-se que, a despeito dos avanços relacionados à educação inclusiva nas escolas do município, o investimento em processos formativos deve ser fortalecido, não somente por meio da SME, mas também no contexto da unidade escolar, com vistas ao entendimento das atribuições específicas do docente do AEE, bem como das questões que perpassam a educação inclusiva, em face das reais necessidades pedagógicas dos alunos, deficientes ou não.
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Dessa feita, no ano de 2001, a Secretaria Municipal de Educação (SME) iniciou a implementação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas escolas da rede, para atendimento dos alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, de modo a elaborar e organizar os recursos necessários para eliminar barreiras e promover sua plena participação no processo escolar. Diante disso, estabeleceu-se como objetivo geral identificar e compreender as concepções dos gestores sobre a prática inclusiva de suas escolas, que determinam o encaminhamento do aluno para o AEE. Para tanto, orientou-se por três objetivos específicos, quais sejam, i) descrever o trabalho do AEE realizado no município; ii) perfilhar as considerações de educação inclusiva na rede municipal; iii) reconhecer as expectativas dos profissionais da comunidade escolar sobre o AEE, pela ótica do gestor. Nesse sentido, a investigação visou responder à pergunta sobre quando e por que as crianças são encaminhadas para o AEE, com indicações de deficiência, mesmo sem um laudo médico. Optou-se por uma pesquisa de natureza básica, de abordagem qualitativa, com objetivos exploratórios. Em relação aos procedimentos metodológicos, passou-se pelo estudo bibliográfico, documental e levantamento para obtenção dos dados, análises e estudos mais aprofundados. O universo da investigação se delimitou aos gestores de cinco escolas de Ensino Fundamental – Anos Iniciais, e a coleta de dados se deu por meio de entrevistas, para se chegar a possíveis respostas. Como resultados, encontrou-se que 100% das escolas pesquisadas reconhecem o AEE como fundamental para uma educação inclusiva assertiva, e que a presença do especialista na escola é necessária, pois, conta-se com o saber diferenciado de um perito, no apoio à condução da prática pedagógica. Paralelamente, verificou-se que 80% dos professores acreditam que o reforço escolar não dá conta das necessidades de leitura e alfabetização dos estudantes e, por esse motivo, todas as crianças com dificuldades de aprendizagem são encaminhadas para o AEE, a qualquer tempo, independentemente da existência de laudo médico, o que responde à pergunta proposta e evidencia a ocorrência de mesma categorização para deficientes e não deficientes. Outrossim, aparece na pesquisa a recorrência da crença de que as estratégias de ensino, recursos e alternativas utilizadas pelo AEE correspondem em maior grau às expectativas do ideário de sucesso escolar. Nesse pressuposto, concluiu-se que, a despeito dos avanços relacionados à educação inclusiva nas escolas do município, o investimento em processos formativos deve ser fortalecido, não somente por meio da SME, mas também no contexto da unidade escolar, com vistas ao entendimento das atribuições específicas do docente do AEE, bem como das questões que perpassam a educação inclusiva, em face das reais necessidades pedagógicas dos alunos, deficientes ou não.The present research dealt with the theme of inclusive education for students with disabilities, in the municipal public school system in São José do Rio Preto. In order to comply with the Salamanca Declaration (1994), of which Brazil is a signatory country, and with the National Education Guidelines and Bases Law nº. 9.394 / 96 (LDBEN), national education systems must present initiatives aimed at the diversity of students’ needs. This time, in 2001, the Municipal Education Secretariat (SME) started implementing Specialized Educational Assistance (AEE), in the schools of its network, for attending students with disabilities, global developmental disorder and high skills / giftedness, in order to elaborate and organize the necessary resources to eliminate barriers and promote their full participation in the school process. Given this, it was established as a general objective to identify and understand the conceptions of managers about the inclusive practice of their schools, which determine the referral of the student to the AEE. For that, it was guided by three specific objectives, namely, i) to describe the work of the AEE carried out in the municipality; ii) to profile the considerations of inclusive education in the municipal network; iii) recognize the expectations of professionals in the school community about AEE, from the perspective of the manager. In this sense, the investigation aimed to answer the question about when and why children are referred to the ESA, with indications of disability, even without a medical report. We opted for a basic research, with a qualitative approach, with exploratory objectives. In relation to the methodological procedures, a bibliographic, documentary and survey to obtain data study was carried out for further analysis and studies. The universe of investigation was limited to the managers of five elementary schools - initial years, and the data collection took place through interviews, in order to arrive at the intended answer. As a result, it was found that 100% of the researched schools recognize the AEE as fundamental for an assertive inclusive education, and that the presence of the specialist in the school is necessary, because, in this way, one has the differentiated knowledge of an expert, in supporting the conduct of pedagogical practice. At the same time, it was found that 80% of teachers believe that the school reinforcement does not meet the students' reading and literacy needs and, for this reason, all children with learning difficulties are referred to the AEE, at any time, regardless the existence of a medical report, which answers the proposed question and shows the occurrence of the same categorization for disabled and non-disabled people. Furthermore, the research shows the recurrence of the belief that the teaching strategies, resources and alternatives used by the AEE correspond to a greater degree to the expectations of the school success idea is rigid. Based on this assumption, it was concluded that, despite advances related to inclusive education in schools in the municipality, investment in training processes should be strengthened, not only through SME, but also in the context of the school unit, with a view to understanding the specific duties of the teacher of the AEE, as well as of the regular schools, in face of the real pedagogical needs of the students, disabled or not.Universidade Estadual Paulista (Unesp)D’Água, Solange Vera Nunes de Lima [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Salomão, Érika Volpe Marangoni2020-10-09T20:41:40Z2020-10-09T20:41:40Z2020-08-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19398533004153078P4porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-09-30T06:07:51Zoai:repositorio.unesp.br:11449/193985Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T13:35:42.816032Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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