O estigma da branquitude nos escritos de Lygia Fagundes Telles
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/194472 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo investigar a aparição de personagens negras nas obras produzidas por Lygia Fagundes Telles, contos e romances, e demonstrar o quanto a elaboração dessas personagens segue um enraizamento de estereotipação, ao inserir a mulher negra sempre como imagem do subalterno. O intuito é observar e provar que, sejam textos produzidos na década de 1950, 1960 ou 2000, a mulher negra ocupa o mesmo lugar: o da subalternidade, existente desde o surgimento de uma literatura colonial. Muito se tem investigado sobre a obra de Lygia Fagundes Telles: a literatura de escrita feminina, o fantástico, a memória, entre outros temas, e faz-se necessário enfatizar que o fio que tece a sua produção artística é o embate da mulher frente ao mundo patriarcal, o desejo de Liberdade em seu sentido mais amplo. Porém, faz-se necessário pensar nos limites dessa mulher com a qual Lygia está produzindo a sua narrativa, e qual é o seu lugar de fala; assim, esses questionamentos fizeram nascer os anseios deste trabalho: Lygia ou a própria crítica literária ousaram nomear essa mulher em algum momento da trajetória de escrita da autora? Notando, assim, a inexistência desse olhar para a obra da escritora, nosso objetivo maior nesta tese é verificar em que medida as condições sociais, históricas e ideológicas possibilitam a construção histórico-discursiva do corpo feminino, majoritariamente branco em sua obra, delimitando esse corpo a partir da posição social que a autora ocupa, e deixando o corpo negro à margem da escrita literária. |
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O estigma da branquitude nos escritos de Lygia Fagundes TellesLos estigmas de la blanquitud en los escritos de Lygia Fagundes TellesMemóriaMulher negraSubalternidadeInvençãoFemininoRacismoEste trabalho tem como objetivo investigar a aparição de personagens negras nas obras produzidas por Lygia Fagundes Telles, contos e romances, e demonstrar o quanto a elaboração dessas personagens segue um enraizamento de estereotipação, ao inserir a mulher negra sempre como imagem do subalterno. O intuito é observar e provar que, sejam textos produzidos na década de 1950, 1960 ou 2000, a mulher negra ocupa o mesmo lugar: o da subalternidade, existente desde o surgimento de uma literatura colonial. Muito se tem investigado sobre a obra de Lygia Fagundes Telles: a literatura de escrita feminina, o fantástico, a memória, entre outros temas, e faz-se necessário enfatizar que o fio que tece a sua produção artística é o embate da mulher frente ao mundo patriarcal, o desejo de Liberdade em seu sentido mais amplo. Porém, faz-se necessário pensar nos limites dessa mulher com a qual Lygia está produzindo a sua narrativa, e qual é o seu lugar de fala; assim, esses questionamentos fizeram nascer os anseios deste trabalho: Lygia ou a própria crítica literária ousaram nomear essa mulher em algum momento da trajetória de escrita da autora? Notando, assim, a inexistência desse olhar para a obra da escritora, nosso objetivo maior nesta tese é verificar em que medida as condições sociais, históricas e ideológicas possibilitam a construção histórico-discursiva do corpo feminino, majoritariamente branco em sua obra, delimitando esse corpo a partir da posição social que a autora ocupa, e deixando o corpo negro à margem da escrita literária.This thesis aims to investigate the apparition of black characters in the works produced by Lygia Fagundes Telles, short stories and romances, and demonstrate to what extent the elaboration of these characters follow stereotype roots, portraying frequently the black woman in a subaltern condition. The object is to observe and prove that in texts written in different decades, such as in 1950, 1960 or in 2000, black women occupy the very same place: the one of subalternity, which persists since the emergence of a colonial literature. The work of Lygia Fagundes Telles has been researched in great detail: the feminine writing literature, the fantastic, the memory, among other themes −and it’s necessary to emphasize that what conduces her artistical production is the clash of women against the patriarchal world, the wish of freedom in its widest sense. However, after reflecting about which woman Lygia is producing her narrative with, where she speaks from, these questions brought to existence the desires of this work. Lygia or even her literary criticism dared to nominate this woman in any moment in the journey of her writing? Noticing, thus, the inexistence of this approach to the writer’s work, our main objective in this thesis is to verify how the social, historical and ideological conditions enable the historical-discursive construction of the feminine body, predominantly white in her writings, delimitating this body as of the social position that the author occupies, especially when black bodies are left in the margins of the literary writing.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Leite, Guacira Marcondes Machado [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rodrigues, Vanessa Aparecida Ventura [UNESP]2020-12-02T17:21:36Z2020-12-02T17:21:36Z2020-06-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19447233004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T19:22:03Zoai:repositorio.unesp.br:11449/194472Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:01:58.635277Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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