Suicídio revolucionário: a luta armada e a herança da quimérica revolução em etapas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rezende, Claudinei Cássio de [UNESP]
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/88781
Resumo: Com o objetivo de dilucidar o processo de exaurição da esquerda comunista no Brasil, esta dissertação analisa o construto acerca da teoria da revolução social na esquerda derrotada pela ditadura bonapartista, colocando em relevo a última fase do pensamento de Carlos Marighella. Perdendo pela primeira vez e definitivamente a hegemonia na esquerda comunista após a instauração, em 1964, da ditadura militar, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) congregou a última esquerda comunista organizada – objetivando a revolução social – que ainda mantinha substantiva inserção sindical, apoio das classes subalternas e posição de centro gravitacional dos movimentos sociais. Ao entrar em processo de depleção após a exacerbação da repressão, o PCB se diluiu numa constelação de agremiações que intempestivamente se desvincularam do interlocutor racional do trabalho, provocando nos movimentos sociais uma ablação do partido. Coordenando a imersão geral da esquerda comunista na luta armada, Carlos Marighella estruturou a Ação Libertadora Nacional (ALN), a mais substantiva facção oriunda da fratura pecebista. Por influência da então recente Revolução Cubana e por imposição violenta da ditadura, a ruptura tática efetuada por Marighella teve como princípio seu descrédito diante das organizações partidárias, motivando a sua convicção de que a guerra de guerrilhas nutriria a vanguarda da revolução brasileira. A análise imanente da integralidade dos escritos de Carlos Marighella desvela que sua inflexão que rumou em oposição à matriz tática pecebista – tática que o partido seguia pelo menos desde sua Declaração de Março de 1958, ancorada na orientação soviética da revolução pacífica e do binômio proletariado–burguesia – não experimentara um rompimento de aporte estratégico, retendo intacto o núcleo teórico pecebista mais infesto: a quimérica...
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Ao entrar em processo de depleção após a exacerbação da repressão, o PCB se diluiu numa constelação de agremiações que intempestivamente se desvincularam do interlocutor racional do trabalho, provocando nos movimentos sociais uma ablação do partido. Coordenando a imersão geral da esquerda comunista na luta armada, Carlos Marighella estruturou a Ação Libertadora Nacional (ALN), a mais substantiva facção oriunda da fratura pecebista. Por influência da então recente Revolução Cubana e por imposição violenta da ditadura, a ruptura tática efetuada por Marighella teve como princípio seu descrédito diante das organizações partidárias, motivando a sua convicção de que a guerra de guerrilhas nutriria a vanguarda da revolução brasileira. A análise imanente da integralidade dos escritos de Carlos Marighella desvela que sua inflexão que rumou em oposição à matriz tática pecebista – tática que o partido seguia pelo menos desde sua Declaração de Março de 1958, ancorada na orientação soviética da revolução pacífica e do binômio proletariado–burguesia – não experimentara um rompimento de aporte estratégico, retendo intacto o núcleo teórico pecebista mais infesto: a quimérica...With the objective of explaining the drainage of the communist left in Brazil, this thesis analyzes the construct around the social revolution theory of defeated left by the military dictatorship, raising the last phase of Carlos Marighella’s thoughts in prominence. Loosing the supremacy of the communist left for the first and final time after the instauration of Bonapartist military dictatorship in 1964, the Partido Comunista Brasileiro (PCB) rallied the last communist left members around the revolution, wich had substantially maintained for unionist insertions in support of the working classes, and the gravitational center of the social movements. At the start of process of prostration after the amplification of persecution, the PCB became diluted into a constellation of groupings, which rapidly became detached from the rational interlocutor work causing the emptying of the party in the social movements. Carlos Marighella at the head of the general immersion of the communist left in the armed struggle, formed the Ação Libertadora Nacional (ALN), the most significant branch originating from the PCB breakup. Due to the influence of the recent Cuban Revolution and due to the violent imposition of the military dictatorship the tactical rupture caused by Marighella counted as discredit within the party organizations, giving rise to the conviction that the war of guerrilla were nurturing the Brazilian revolution’s vanguard. The ontological critical on the writings by Carlos Marighella reveals its breakup with the PCB’s tactical matrix – tactical which the party had been following since its Declaration in March of 1958, the Soviet orientation of a pacific revolution and the binomial bourgeoisie–proletariat – does not contain a disruption of strategic contribuition, but maintain the PCB’s theoretical more negative: the chimerical two stage theoryUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Roio, Marcos Del [UNESP]Mazzeo, Antonio Carlos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rezende, Claudinei Cássio de [UNESP]2014-06-11T19:23:37Z2014-06-11T19:23:37Z2010-03-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis185 f.application/pdfREZENDE, Claudinei Cássio de. Suicídio revolucionário: a luta armada e a herança da quimérica revolução em etapas. 2010. 185 f. 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