Comunicação multimodal: produção de vídeos em aulas de Matemática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oechsler, Vanessa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/154093
Resumo: Atualmente vários alunos utilizam vídeos para sanar dúvidas com relação ao que foi exposto em sala de aula. Mas, será que esses alunos, além de assistirem, também produzem vídeos? E, se produzem, como se comunicam em vídeos que exploram conteúdos de Matemática? Esta pesquisa, apresentada neste trabalho como uma metáfora da produção de vídeos, tem por objetivo investigar qual a natureza da comunicação na Escola Básica quando vídeos são produzidos em aulas de Matemática. O trabalho de campo foi desenvolvido com turmas de nono ano em três escolas municipais da cidade de Blumenau (SC): EBM Felipe Schmidt, EBM Quintino Bocaiúva e EBM Wilhelm Theodor Schürmann. Nessas escolas, os alunos trabalharam em grupos e cada um deles produziu um vídeo com conteúdo matemático. Esse processo de produção foi dividido em cinco etapas: (i) Apresentação da proposta e de ideias de vídeos (animação, videoaula, encenação, vídeo com slides, entre outros); (ii) Elaboração do roteiro; (iii) Gravação das Imagens; (iv) Edição das cenas e (v) Exibição dos vídeos para a turma. No total, foram produzidos 19 vídeos. Todas essas etapas foram registradas em áudio e vídeo, consistindo, junto com o diário de campo, as entrevistas e os vídeos produzidos, nos dados da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em que o foco principal de análise é o processo de produção dos vídeos, destacando-se as escolhas realizadas pelos produtores dos materiais. Esse processo de produção foi embasado e analisado à luz da Teoria da Semiótica Social, da multimodalidade e do construto teórico seres-humanos-com-mídias. O processo de produção consistiu em um coletivo de atores humanos (entre eles alunos, professores, familiares e colegas) aliados a um coletivo de atores não humanos (como câmeras, editores de vídeos, softwares, entre outros) que, ao final, contribuíram, em sua coletividade, na produção do significado emitido no vídeo. Percebe-se que os vídeos potencializaram a comunicação multimodal, tendo os produtores utilizado, para isso, diversos modos, como a oralidade, a escrita (em língua materna e a simbologia Matemática) e a representação visual, característicos da linguagem Matemática, aliados a gestos, áudio, imagem em movimento, figurino e cenário, característicos da linguagem cinematográfica. A escolha de cada um desses modos partiu de um processo de negociação entre os produtores, ao longo do qual optaram pelos modos que consideravam potencializar as explicações do conteúdo matemático explorado. Para que os produtores comuniquem o conteúdo, é necessário que o estudem e compreendam, de maneira que possam explicá-lo no vídeo. Essa explicação, muitas vezes, é a combinação de uma linguagem não formal da Matemática com gestos, imagens, som, entre outros. O aluno, em geral, verbaliza o seu entendimento do conteúdo com suas próprias palavras, aliado a outros modos, apresentando um indício daquilo que compreendeu desse mesmo conteúdo e que pode ser, posteriormente, discutido em sala de aula, levando a uma formalização da linguagem. A produção de vídeos se mostrou com um processo de caráter coletivo e multimodal, que, nessa interação dos seres-humanos-com-mídias, contribuiu para a comunicação dos produtores, culminando em sinais de sua aprendizagem.
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Nessas escolas, os alunos trabalharam em grupos e cada um deles produziu um vídeo com conteúdo matemático. Esse processo de produção foi dividido em cinco etapas: (i) Apresentação da proposta e de ideias de vídeos (animação, videoaula, encenação, vídeo com slides, entre outros); (ii) Elaboração do roteiro; (iii) Gravação das Imagens; (iv) Edição das cenas e (v) Exibição dos vídeos para a turma. No total, foram produzidos 19 vídeos. Todas essas etapas foram registradas em áudio e vídeo, consistindo, junto com o diário de campo, as entrevistas e os vídeos produzidos, nos dados da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em que o foco principal de análise é o processo de produção dos vídeos, destacando-se as escolhas realizadas pelos produtores dos materiais. Esse processo de produção foi embasado e analisado à luz da Teoria da Semiótica Social, da multimodalidade e do construto teórico seres-humanos-com-mídias. O processo de produção consistiu em um coletivo de atores humanos (entre eles alunos, professores, familiares e colegas) aliados a um coletivo de atores não humanos (como câmeras, editores de vídeos, softwares, entre outros) que, ao final, contribuíram, em sua coletividade, na produção do significado emitido no vídeo. Percebe-se que os vídeos potencializaram a comunicação multimodal, tendo os produtores utilizado, para isso, diversos modos, como a oralidade, a escrita (em língua materna e a simbologia Matemática) e a representação visual, característicos da linguagem Matemática, aliados a gestos, áudio, imagem em movimento, figurino e cenário, característicos da linguagem cinematográfica. A escolha de cada um desses modos partiu de um processo de negociação entre os produtores, ao longo do qual optaram pelos modos que consideravam potencializar as explicações do conteúdo matemático explorado. Para que os produtores comuniquem o conteúdo, é necessário que o estudem e compreendam, de maneira que possam explicá-lo no vídeo. Essa explicação, muitas vezes, é a combinação de uma linguagem não formal da Matemática com gestos, imagens, som, entre outros. O aluno, em geral, verbaliza o seu entendimento do conteúdo com suas próprias palavras, aliado a outros modos, apresentando um indício daquilo que compreendeu desse mesmo conteúdo e que pode ser, posteriormente, discutido em sala de aula, levando a uma formalização da linguagem. A produção de vídeos se mostrou com um processo de caráter coletivo e multimodal, que, nessa interação dos seres-humanos-com-mídias, contribuiu para a comunicação dos produtores, culminando em sinais de sua aprendizagem.Several students nowadays are using videos to address issues related to contents that have been exposed in the classroom. But do these students, in addition to watching, also produce videos? And, if they do, how do they communicate in videos that explore mathematical contents? This research, presented in this work as a metaphor for the production of videos, aims to investigate the nature of communication in the Middle School when videos are produced in Mathematics classes. The field work was developed with ninth grade classes in three public schools in the city of Blumenau (SC): EBM Felipe Schmidt, EBM Quintino Bocaiúva and EBM Wilhelm Theodor Schürmann. At these schools, students worked in groups and each group produced a video with mathematical content. This process of video production was divided into five stages: (i) Presentation of the proposal and ideas of videos (animation, video-lesson, staging, video with slides, among others); (ii) Elaboration of the script; (iii) Image Recording; (iv) Editing the scenes; and (v) Showing the videos to the class. In the whole, 19 videos were produced. All these steps were recorded in audio and video, consisting, together with the field diary, interviews and videos produced, in the research data. It is a qualitative research, in which the main focus of analysis is the process of production of the videos, highlighting the choices made by the producers of the materials. This process of production was based and analyzed in the light of the Social Semiotics Theory, of multimodality and of the theoretical construct humans-with-media. The production process consisted of a collective of human actors (among them students, teachers, family and colleagues) allied to a collective of non-human actors (such as cameras, video editors, software, among others) who worked in the production of the meaning communicated by the video. It is noticed that the videos enhanced the multimodal communication; in order to do so the producers used several modes, such as orality, writing (in mother tongue and Mathematical symbology) and visual representation, characteristic of the mathematical language allied with gestures, audio, moving image, costumes and scenery, characteristic of the cinematographic language. The choice of each of these modes was based on a process of negotiation between producers, in which they chose the ways they considered to potentiate the explanations of the mathematical content explored. In order to communicate the content, the producers had to study and understand it, so that they could explain it in the video. This explanation is often the result of the combination of a non-formal mathematical language with gestures, images, sound, among others. The student usually verbalizes his understanding of the content using his “own words” allied to other modes, presenting a clue to what he has understood of that content, which can later be discussed in the classroom, leading to a formalization of language. The production of videos showed to be a process of collective and multimodal character, which, in this interaction of humans-with-media, contributed to the communication of the producers, culminating in signs of their learning.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 142290/2016-5Universidade Estadual Paulista (Unesp)Borba, Marcelo de Carvalho [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Oechsler, Vanessa2018-05-25T16:25:01Z2018-05-25T16:25:01Z2018-04-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15409300090224333004137031P74055717099002218porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-07T06:13:42Zoai:repositorio.unesp.br:11449/154093Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-11-07T06:13:42Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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