Movimento Quadril: dos ricochetes da bunda feminina preta à articulação de subjetividades afrocentradas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Toledo, Ana Carolina Alves de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/216917
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo con_textu_alizar as danças de quadril enquanto corpo-oralidade ancestral negra, articuladoras de subjetividades femininas afrocentradas. Considero, em definição por mim criada neste estudo, danças de quadril as danças de matriz cultural africana onde há isolamento ou ênfase da movimentação da região pélvica, com clara acentuação do quadril em movimentos de báscula, deslocamentos laterais, chacoalhos e movimentos sinuosos e circulares (tal qual o “rebolado”), em diferentes níveis e intensidades. A minha intenção com esta definição não é reduzir estas danças, estas manifestações culturais, e suas origens a um único aspecto, mas, sim, reconhecê-las como uma rede identitária afroatlântica que se configura a partir do quadril. Proponho-me, aqui, a relacionar mobilidade e liberdade da articulação do quadril enquanto fundamento quando falamos sobre corpo-oralidade negra, e a pensar alguns sentidos estéticos afro-orientados das danças de quadril, ricocheteando com a bunda os valores epistemológicos ocidentais que tendem a ressignificá-las pejorativamente, invisibilizando-as enquanto local de memória, principalmente quando pensadas dentro da indústria cultural. A partir dos relatos de vivências de treze mulheres negras, e tendo a minha própria como fio condutor desta pesquisa, reflito sobre nossos processos de produção de subjetividade articulados pelas danças de quadril, considerando as subjetividades negras ancoradas no corpo em complexas coexistências com imagens de controle racistas e sexistas que tendem a nos objetificar. Em Movimento Quadril, a objetificação é entendida como desdobramento da outridade, mecanismo de diferenciação hierárquica do racismo. As (nossas) vozes de mulheres negras, em Movimento, estão articuladas enquanto centro de pensamento, praticando territórios negros e sendo, portanto, sujeitas.
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