Internacionalização de empresas, Estado e desenvolvimento: a internacionalização das empresas brasileiras na América do Sul (2003-2014)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Daniela Cristina Comin [UNESP]
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/153531
Resumo: A internacionalização das empresas brasileiras não é um processo recente. Há casos de empresas que iniciaram sua internacionalização entre as décadas de 70 e 80 do século XX. No entanto, a partir da década de 90 este processo se acelera e ganha maior força no início dos anos 2000. Embora a emissão de IDE (investimento direto estrangeiro) do Brasil ainda seja pequena quando comparada a de outros países emergentes e também em relação ao seu PIB (produto interno bruto), dados da UNCTAD (sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) revelam que este fluxo apresentou crescimento, principalmente na primeira década dos anos 2000. Apesar das dificuldades em se identificar seu destino final estudos apontam a América do Sul como região preferencial da internacionalização produtiva das empresas brasileiras. A maior internacionalização dessas empresas na América do Sul ocorreu em um momento de retomada das discussões do papel do Estado no desenvolvimento econômico e de eleições de governos, tanto no Brasil quanto em demais países sul-americanos, mais à esquerda do espectro político. No plano nacional, o tema “política industrial” voltou à pauta governamental, ao mesmo tempo em que se manteve uma política econômica que não favorecia investimentos produtivos. No plano regional, o tema da integração passou a incluir “novos temas” para além dos comerciais e econômicos, que eram centrais no chamado “regionalismo aberto” da década de 90. A política externa brasileira, por sua vez, elegeu a região sul-americana como prioridade e incluiu em sua política industrial a integração produtiva com a América Latina e Caribe como um objetivo estratégico. Nesse contexto, ações e instrumentos de apoio à internacionalização de empresas brasileiras, especialmente na América do Sul, puderam ser identificados, por meio de instituições como a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), a APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Assim, embora se considere que a internacionalização seja uma decisão da firma, defende-se a tese de que o governo brasileiro teve influência nos processos de internacionalização de empresas brasileiras por meio de medidas de política industrial e de sua política externa para a América do Sul. A análise abrange os governos de Lula da Silva (2003-2014) e de Dilma Rousseff (2011-2014). O Paradigma Eclético de John Dunning fundamentou a análise em conjunto com outras literaturas da Economia Política Internacional, bem como de política externa brasileira e integração regional. O esforço deste trabalho é o de conjugar variáveis econômicas e políticas para explicar a internacionalização de empresas brasileiras na América do Sul. Como temas adjacentes discutem-se o papel do Estado (e de suas instituições) no desenvolvimento econômico e a importância da integração regional como uma estratégia de desenvolvimento e inserção internacional para países em desenvolvimento como o Brasil.
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spelling Internacionalização de empresas, Estado e desenvolvimento: a internacionalização das empresas brasileiras na América do Sul (2003-2014)Internationalization of companies, State and development: the internationalization of brazilian companies in South America (2003-2014)Internacionalização de empresasDesenvolvimentoPolítica industrialIntegração regionalAmérica do SulA internacionalização das empresas brasileiras não é um processo recente. Há casos de empresas que iniciaram sua internacionalização entre as décadas de 70 e 80 do século XX. No entanto, a partir da década de 90 este processo se acelera e ganha maior força no início dos anos 2000. Embora a emissão de IDE (investimento direto estrangeiro) do Brasil ainda seja pequena quando comparada a de outros países emergentes e também em relação ao seu PIB (produto interno bruto), dados da UNCTAD (sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) revelam que este fluxo apresentou crescimento, principalmente na primeira década dos anos 2000. Apesar das dificuldades em se identificar seu destino final estudos apontam a América do Sul como região preferencial da internacionalização produtiva das empresas brasileiras. A maior internacionalização dessas empresas na América do Sul ocorreu em um momento de retomada das discussões do papel do Estado no desenvolvimento econômico e de eleições de governos, tanto no Brasil quanto em demais países sul-americanos, mais à esquerda do espectro político. No plano nacional, o tema “política industrial” voltou à pauta governamental, ao mesmo tempo em que se manteve uma política econômica que não favorecia investimentos produtivos. No plano regional, o tema da integração passou a incluir “novos temas” para além dos comerciais e econômicos, que eram centrais no chamado “regionalismo aberto” da década de 90. A política externa brasileira, por sua vez, elegeu a região sul-americana como prioridade e incluiu em sua política industrial a integração produtiva com a América Latina e Caribe como um objetivo estratégico. Nesse contexto, ações e instrumentos de apoio à internacionalização de empresas brasileiras, especialmente na América do Sul, puderam ser identificados, por meio de instituições como a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), a APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Assim, embora se considere que a internacionalização seja uma decisão da firma, defende-se a tese de que o governo brasileiro teve influência nos processos de internacionalização de empresas brasileiras por meio de medidas de política industrial e de sua política externa para a América do Sul. A análise abrange os governos de Lula da Silva (2003-2014) e de Dilma Rousseff (2011-2014). O Paradigma Eclético de John Dunning fundamentou a análise em conjunto com outras literaturas da Economia Política Internacional, bem como de política externa brasileira e integração regional. O esforço deste trabalho é o de conjugar variáveis econômicas e políticas para explicar a internacionalização de empresas brasileiras na América do Sul. Como temas adjacentes discutem-se o papel do Estado (e de suas instituições) no desenvolvimento econômico e a importância da integração regional como uma estratégia de desenvolvimento e inserção internacional para países em desenvolvimento como o Brasil.The internationalization of Brazilian companies is not a recent process. There are cases of companies that started their internationalization between the decades of 70 and 80 of the XX century. However, from the decade of 90, this process accelerates and gains greater strength in the beginning of the years 2000. Although the FDI (Foreign Direct Investment) made by Brazil is still low, when compared to other emerging countries and also in relation to its GDP (Gross Domestic Product), data by the United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD) reveal that this flow has shown growth, particularly in the first decade of the years 2000. Despite the difficulties in identifying its final destination, studies point South America as a preferential region for the productive internationalization of Brazilian companies. The greatest internationalization of these companies in South America took place at a time of resumption of the discussions about the role of the State in economic development and government elections, both in Brazil and in other South American countries, more at the left of the political spectrum. In the national plan, the subject “industrial policy” came back to the govern agenda, at the same time that an economic policy that did not favor productive investments were kept. In the regional plan, the subject of integration begin to include “new subjects” beyond the commercial and economic subjects, which were key subjects in the so-called “open regionalism” of the decade of 90. The Brazilian external policy in turn has elected the South American region as priority and included in its industrial policy the productive integration with Latin American and Caribbean as a strategic goal. In this context, actions and instruments supporting the internationalization of Brazilian companies, especially in South America, could be identified by institutions such as ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), and BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Thus, although it is considered that the internationalization is a decision of the firm, it is defended the thesis that the Brazilian government had influence over the internationalization processes of Brazilian companies by measures of industrial policy and the external policy for South America. This analysis encompasses the governments of Lula da Silva (2003-2014) Dilma Rousseff (2011-2014). John Dunning’s Eclectic Paradigm was the foundation for this analysis jointly with other literatures of International Economic Policy, as well as the Brazilian external policy and regional integration. The effort of this work is to gather economic and political variables to explain the internationalization of Brazilian companies in South America. As underlying issues, we discuss the role of the State (and its institutions) in the economic development and the importance of regional integration as a strategy for development and international insertion for developing countries, as Brazil.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP 2014/12673-2Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Marcelo [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rocha, Daniela Cristina Comin [UNESP]2018-04-16T11:34:12Z2018-04-16T11:34:12Z2018-03-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15353100090008533004030017P73667257393072255porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-11T19:34:37Zoai:repositorio.unesp.br:11449/153531Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:59:12.048230Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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