Formação em Pedagogia: da dimensão humana à literatura de autoajuda na escolarização e universitarização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fiorio, Mariana
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/237257
Resumo: Na contemporaneidade se propõe que a formação de professores vá além da prática educativa como arte e da prática educativa como técnica, apontando para a perspectiva da prática educativa como interação. Nesse contexto, encontra-se em âmbito escolar, processo seletivo e prática pedagógica uma literatura de consumo denominada de autoajuda que começa a ser utilizada em reuniões pedagógicas, concursos de professores e até mesmo em sala de aula, tendo como aderência a interação e a dimensão emocional. Na universidade, este tipo de literatura tem sido ignorado, da mesma forma que se substima a sua possível presença na leitura dos escolares, podendo estar sendo consumida por estudantes frente aos desafios da vida em sua trajetória. Em face dessa questão, este trabalho teve como problema de pesquisa investigar quais são os elementos presentes na escolarização e na universitarização que levam ao consumo da litertura de autoajuda. Como objetivo buscou-se identificar e analisar como pode ocorrer a apropriação da Literatura de Autoajuda por estudantes de Pedagogia, considerando os processos de escolarização e universitarização. Optou-se pela pesquisa qualitativa, pautada no paradigma do construtivismo social, privilegiando-se como técnicas a fonte bibliográfica e a entrevista semiestruturada. Os participantes foram 16 estudantes de Pedagogia (quatro alunos de cada ano). Os dados coletados foram organizados em sete eixos e aglutinados em nove categorias,os quais por meio da análise de conteúdo, apresentaram como foco principal o consumo da literatura de autoajuda por escolares e universitários restrito a questões de autoconhecimento, mal estar, ansiedade e depressão; assim como de um utilitarismo na busca por uma profissão marcado pela instrumentalização técnica do conhecimento. Em contrapartida foi encontrado também dados de uma formação cultural como perpectiva de autoformação e emancipação, bem como de uma construção identitária que começa na escola e perpassa a universidade, trazendo traços de uma socialização familiar e de um capital cultural que leva a escolha de ser professor. Conclui-se que tanto a universidade, como campo de formação docente, tende a ressignificar crenças e valores, podendo fazer a diferença para que os indivíduos venham alcançar a autodesenvolvimento, quanto à escola, não pode perder a dimensão humana no ciclo completo dos anos de escolarização, e desse modo superar as tendências que emergem da semiformação. Trata-se, enfim, de afirmar a universidade como um local em que se forma para uma profissão e a escola como um espaço de desenvolvimento humano e interações sociais.
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