Avaliação de estado nutricional, em crianças e adolescentes com câncer, em três estudos longitudinais: ao diagnóstico, durante e após o tratamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gasperini, Débora Garcia
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/183301
Resumo: Introdução. O câncer pediátrico é a principal causa de morte por doença em crianças menores de 19 anos. Os tratamentos utilizados afetam negativamente o organismo e aumentam o risco de comprometimento do estado nutricional. Algum grau de desnutrição é observado em 8% a 50% das crianças com câncer ao diagnóstico e pode estar relacionada ao aumento da extensão da doença, atraso no diagnóstico e tratamento. Por outro lado, a obesidade infantil é hoje uma grande questão de saúde pública e um dos desfechos adversos mais comuns em sobreviventes de câncer infantil. Então, é essencial avaliar o estado nutricional destes pacientes, tanto ao diagnóstico, como durante e após a terapia. Objetivos. Avaliar o estado nutricional, de crianças e adolescentes com câncer, através de indicadores antropométricos, características clínicas e demográficas, em três estudos longitudinais: ao diagnóstico, durante e após o tratamento. Propor um manual para manejo do estado nutricional em crianças com câncer. Métodos. Estudo longitudinal e prospectivo em crianças e adolescentes com câncer, com idades entre 1 a 18 anos, atendidas em centro terciário de tratamento oncológico de agosto/2018 a março/2019. Realizado avaliação em três estudos de crianças com câncer: Estudos1, pacientes recém-diagnosticados, que iniciariam terapia; Estudo 2, pacientes sob terapia há pelo menos 3 meses; e Estudo 3, pacientes fora de terapia. Realizou-se, em 3 momentos: momento 0, 30 dias e 180 dias. Realizado: Revisão de prontuários; Aplicação de questionário para coleta de dados demográficos e clínicos; Antropometria; Cálculo de índices antropométricos e de composição corporal. Testes estatísticos utilizados: teste de Kolmogorov-Smirnov, teste qui-quadrado, teste ANOVA, teste de comparações múltiplas de Dunn e Bonferroni e correlação de Spearman. Resultados. Recrutados 67 pacientes. Estudo 1 inclui 19 pacientes, 2 excluídos. Leucemias/Linfomas foi o diagnóstico mais comum 8 (42%) casos. Observou-se queda estatisticamente significativa no Escore-Z de P/I e IMC/I após 30 dias de terapia. Estudo 2 incluiu 21 pacientes, 4 excluídos. Leucemias/Linfomas foi o diagnóstico mais comum, 13 (62%) casos. Observou-se que o grupo já estava em recuperação nutricional, com aumento de reserva de gordura e muscular, sem alteração significativa de P/I e IMC/I nos três momentos. Aos 180 dias, 36% das crianças apresentavam sobrepeso/obesidade. Estudo 3 incluiu 27 pacientes, 1 excluído. Outros tumores sólidos foram mais comuns, 14 (52%) casos. Observou-se maior risco de sobrepeso e obesidade, devido ao aumento de reserva de gordura e muscular, e foi observado maior número de sobrepeso/obesidade, 31%, quando comparado a população pediátrica em geral. Conclusões. A quimioterapia tem impacto inicial na redução de peso e IMC, contribuindo com a alteração da composição corporal, através da queda da reserva de gordura, sem alteração da reserva muscular. Também, ocorre recuperação do estado nutricional, através de aumentos significativos da reserva de gordura, que já ocorreram nos seis meses após diagnóstico, aumentando o número de obesos nos estudos 2 e 3.
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Então, é essencial avaliar o estado nutricional destes pacientes, tanto ao diagnóstico, como durante e após a terapia. Objetivos. Avaliar o estado nutricional, de crianças e adolescentes com câncer, através de indicadores antropométricos, características clínicas e demográficas, em três estudos longitudinais: ao diagnóstico, durante e após o tratamento. Propor um manual para manejo do estado nutricional em crianças com câncer. Métodos. Estudo longitudinal e prospectivo em crianças e adolescentes com câncer, com idades entre 1 a 18 anos, atendidas em centro terciário de tratamento oncológico de agosto/2018 a março/2019. Realizado avaliação em três estudos de crianças com câncer: Estudos1, pacientes recém-diagnosticados, que iniciariam terapia; Estudo 2, pacientes sob terapia há pelo menos 3 meses; e Estudo 3, pacientes fora de terapia. Realizou-se, em 3 momentos: momento 0, 30 dias e 180 dias. Realizado: Revisão de prontuários; Aplicação de questionário para coleta de dados demográficos e clínicos; Antropometria; Cálculo de índices antropométricos e de composição corporal. Testes estatísticos utilizados: teste de Kolmogorov-Smirnov, teste qui-quadrado, teste ANOVA, teste de comparações múltiplas de Dunn e Bonferroni e correlação de Spearman. Resultados. Recrutados 67 pacientes. Estudo 1 inclui 19 pacientes, 2 excluídos. Leucemias/Linfomas foi o diagnóstico mais comum 8 (42%) casos. Observou-se queda estatisticamente significativa no Escore-Z de P/I e IMC/I após 30 dias de terapia. Estudo 2 incluiu 21 pacientes, 4 excluídos. Leucemias/Linfomas foi o diagnóstico mais comum, 13 (62%) casos. Observou-se que o grupo já estava em recuperação nutricional, com aumento de reserva de gordura e muscular, sem alteração significativa de P/I e IMC/I nos três momentos. Aos 180 dias, 36% das crianças apresentavam sobrepeso/obesidade. Estudo 3 incluiu 27 pacientes, 1 excluído. Outros tumores sólidos foram mais comuns, 14 (52%) casos. Observou-se maior risco de sobrepeso e obesidade, devido ao aumento de reserva de gordura e muscular, e foi observado maior número de sobrepeso/obesidade, 31%, quando comparado a população pediátrica em geral. Conclusões. A quimioterapia tem impacto inicial na redução de peso e IMC, contribuindo com a alteração da composição corporal, através da queda da reserva de gordura, sem alteração da reserva muscular. Também, ocorre recuperação do estado nutricional, através de aumentos significativos da reserva de gordura, que já ocorreram nos seis meses após diagnóstico, aumentando o número de obesos nos estudos 2 e 3.Introduction. Pediatric cancer is the leading cause of death from disease in children under 19 years. The treatments used negatively affect the body and increase the risk of compromised nutritional status. Some degree of malnutrition is observed in 8% to 50% of children with cancer at diagnosis and may be related to increased extent of the disease, delayed diagnosis and treatment. On the other hand, childhood obesity is now a major public health issue and one of the most common adverse outcomes in child cancer survivors. Therefore, it is essential to evaluate the nutritional status of these patients, both at diagnosis, during and after therapy. Aims. To evaluate the nutritional status of children and adolescents with cancer through anthropometric indicators, clinical and demographic characteristics, in three longitudinal studies: at diagnosis, during and after treatment. Propose a manual for nutritional status management in children with cancer. Methods. Longitudinal and prospective study in children and adolescents with cancer, aged 1 to 18 years, attended at a tertiary cancer treatment center from August 2018 to March 2019. Evaluation was performed in three studies of children with cancer: Studies1, newly diagnosed patients, who would start therapy; Study 2, patients on therapy for at least 3 months; and Study 3, patients out of therapy. It took place in 3 moments: moment 0, 30 days and 180 days. Performed: Review of medical records; Application of a questionnaire to collect demographic and clinical data; Anthropometry; Calculation of anthropometric indices and body composition. Statistical tests used: Kolmogorov-Smirnov test, Chi-square test, ANOVA test, Dunn and Bonferroni multiple comparison test and Spearman correlation. Results. 67 patients were recruited. Study 1 included 19 patients, 2 excluded. Leukemias / Lymphomas was the most common diagnosis in 8 (42%) cases. A statistically significant decrease in P / I and BMI / I Z-scores was observed after 30 days of therapy. Study 2 included 21 patients, 4 excluded. Leukemias / Lymphomas was the most common diagnosis, 13 (62%) cases. It was observed that the group was already in nutritional recovery, with increased fat and muscle reserve, without significant change in P / I and BMI / I at the three moments. At 180 days, 36% of children were overweight / obese. Study 3 included 27 patients, 1 excluded. Other solid tumors were more common, 14 (52%) cases. There was a higher risk of overweight and obesity due to increased fat and muscle stores, and a higher number of overweight / obesity, 31%, when compared to the general pediatric population. Conclusions. Chemotherapy has an initial impact on weight reduction and BMI, contributing to the change in body composition through the reduction of fat reserve, without alteration of muscle reserve. Also, there is recovery of nutritional status through significant increases in fat reserve, which occurred within six months after diagnosis, increasing the number of obese in studies 2 and 3.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Machado, Nilton Carlos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Gasperini, Débora Garcia2019-08-26T12:06:33Z2019-08-26T12:06:33Z2019-07-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18330100092429833004064089P04729603720628835porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-04T12:38:43Zoai:repositorio.unesp.br:11449/183301Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-04T12:38:43Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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