Utilização da fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF) em procedimentos cirúrgicos de elevação do assoalho do seio maxilar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Malzoni, Carolina Mendonça de Almeida
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/192532
Resumo: A fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF) é um derivado plaquetário autógeno capaz de liberar citocinas e fatores de crescimento favoráveis ao reparo tecidual. Por esta razão a L-PRF vem sendo utilizada em diversos procedimentos odontológicos. Uma das aplicabilidades clínicas da L-PRF é em procedimentos de levantamento do seio maxilar, uma técnica já consagrada na odontologia que permite a colocação de implantes dentários em região posterior de maxilas atróficas. Para avaliar a efetividade do uso da L-PRF, dois estudos clínicos independentes foram realizados utilizando a L-PRF em seios maxilares. Um deles teve o propósito de avaliar a influência da L-PRF na regeneração óssea quando associada ao osso mineral bovino desproteinizado (OBD) em procedimentos de elevação do assoalho do seio maxilar, e o outro teve o propósito de avaliar a efetividade da L-PRF no reparo de membranas de Schneider acidentalmente perfuradas durante o procedimento de levantamento do seio maxilar. Para isso, o primeiro trabalho foi um estudo clínico randomizado controlado envolvendo 19 pacientes com edentulismo na região posterior de maxila. De forma aleatória, 24 seios maxilares destes 19 pacientes foram distribuídos entre os grupos teste e controle. O grupo teste abordou 12 seios maxilares que foram enxertados com OBD associado à L-PRF, já o grupo controle abordou outros 12 seios maxilares enxertados apenas com OBD. Após 8 meses de reparo, uma biópsia foi obtida por meio de broca trefina no mesmo eixo de inserção dos implantes. As biópsias foram processadas para análise histomorfométrica e imuno-histoquímica. Uma maior imuno-marcação para VEGF e OPN e uma menor marcação para OCN foram detectadas no grupo teste em relação ao grupo controle. Os valores obtidos para RUNX-2 foram próximos entre os grupos. Em relação à histomorfometria, foi possível observar que a associação da L-PRF ao OBD resultou em maior neoformação óssea no seio maxilar, sem apresentar diferenças estatísticas em relação à quantidade de tecido mole e enxerto ósseo residual. O segundo estudo trata-se de uma série de casos envolvendo 9 pacientes que apresentaram grandes perfurações das membranas de Schneider durante a execução do levantamento do seio maxilar. Membranas de L-PRF foram interpostas sobre as perfurações e enxertos de OBD puderam ser realizados no mesmo ato operatório. Após 8 meses de reparo, 13 implantes foram instalados nos seios maxilares enxertados, obtendo-se estabilidades primárias satisfatórias. O reparo das membranas e a taxa de sucesso dos implantes dentários foram avaliados após 3-5 anos de acompanhamento por análises clínicas e radiográficas. Baseado nos resultados destes estudos, pode-se concluir que a utilização da L-PRF em procedimentos de elevação do seio maxilar é extremamente benéfica, tanto no tratamento de perfurações da membrana de Schneider, eliminando a necessidade de interromper o procedimento cirúrgico, quanto na neoformação óssea na cavidade do seio maxilar, proporcionando resultados mais significativos do que quando o osso bovino é utilizado isoladamente em um período de reparo de 8 meses.
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Um deles teve o propósito de avaliar a influência da L-PRF na regeneração óssea quando associada ao osso mineral bovino desproteinizado (OBD) em procedimentos de elevação do assoalho do seio maxilar, e o outro teve o propósito de avaliar a efetividade da L-PRF no reparo de membranas de Schneider acidentalmente perfuradas durante o procedimento de levantamento do seio maxilar. Para isso, o primeiro trabalho foi um estudo clínico randomizado controlado envolvendo 19 pacientes com edentulismo na região posterior de maxila. De forma aleatória, 24 seios maxilares destes 19 pacientes foram distribuídos entre os grupos teste e controle. O grupo teste abordou 12 seios maxilares que foram enxertados com OBD associado à L-PRF, já o grupo controle abordou outros 12 seios maxilares enxertados apenas com OBD. Após 8 meses de reparo, uma biópsia foi obtida por meio de broca trefina no mesmo eixo de inserção dos implantes. As biópsias foram processadas para análise histomorfométrica e imuno-histoquímica. Uma maior imuno-marcação para VEGF e OPN e uma menor marcação para OCN foram detectadas no grupo teste em relação ao grupo controle. Os valores obtidos para RUNX-2 foram próximos entre os grupos. Em relação à histomorfometria, foi possível observar que a associação da L-PRF ao OBD resultou em maior neoformação óssea no seio maxilar, sem apresentar diferenças estatísticas em relação à quantidade de tecido mole e enxerto ósseo residual. O segundo estudo trata-se de uma série de casos envolvendo 9 pacientes que apresentaram grandes perfurações das membranas de Schneider durante a execução do levantamento do seio maxilar. Membranas de L-PRF foram interpostas sobre as perfurações e enxertos de OBD puderam ser realizados no mesmo ato operatório. Após 8 meses de reparo, 13 implantes foram instalados nos seios maxilares enxertados, obtendo-se estabilidades primárias satisfatórias. O reparo das membranas e a taxa de sucesso dos implantes dentários foram avaliados após 3-5 anos de acompanhamento por análises clínicas e radiográficas. Baseado nos resultados destes estudos, pode-se concluir que a utilização da L-PRF em procedimentos de elevação do seio maxilar é extremamente benéfica, tanto no tratamento de perfurações da membrana de Schneider, eliminando a necessidade de interromper o procedimento cirúrgico, quanto na neoformação óssea na cavidade do seio maxilar, proporcionando resultados mais significativos do que quando o osso bovino é utilizado isoladamente em um período de reparo de 8 meses.Platelet and leukocyte-rich fibrin (L-PRF) is an autogenous platelet derivative capable of releasing cytokines and growth factors favorable to tissue repair. For this reason, LPRF has been used in several dental procedures. One of the clinical applicabilities of L-PRF is in maxillary sinus lifting procedures, a technique already established in dentistry that allows the placement of dental implants in the posterior region of atrophic jaws. To assess the effectiveness of using L-PRF, two independent clinical studies were conducted using L-PRF in maxillary sinuses. One of them had the purpose of evaluating the influence of L-PRF in bone regeneration when associated with deproteinized bovine mineral bone (DBB) in maxillary sinus floor elevation procedures, and the other had the purpose of evaluating the effectiveness of L-PRF in the repair of Schneider membranes accidentally perforated during the maxillary sinus lifting procedure. For this, the first study was a randomized controlled clinical study involving 19 patients with edentulism in the posterior region of the maxilla. At random, 24 maxillary sinuses of these 19 patients were distributed between the test and control groups. The test group involved 12 maxillary sinuses that were grafted with DBB associated with L-PRF, whereas the control group addressed 12 other maxillary sinuses grafted only with DBB. After 8 months of repair, a biopsy was obtained using a drill bit on the same axis of insertion of the implants. The biopsies were processed for histomorphometric and immunohistochemical analysis. A greater immunostaining for VEGF and OPN and a lower staining for OCN were detected in the test group compared to the control group. The values obtained for RUNX-2 were close between the groups. Regarding histomorphometry, it was possible to observe that the association of L-PRF with DBB resulted in greater bone neoformation in the maxillary sinus, without showing statistical differences in relation to the amount of soft tissue and residual bone graft. The second study deals with a series of cases involving 9 patients who had large perforations of Schneiderian membranes during the execution of the maxillary sinus surgery. L-PRF membranes were interposed over the perforations and DBB grafts could be performed in the same surgery. After 8 months of repair, 13 implants were installed in the grafted maxillary sinuses, obtaining satisfactory primary stability. Membrane repair and dental implant success rate were assessed after 3-5 years of follow-up by clinical and radiographic analyzes. Based on the results of these studies, it can be concluded that the use of L-PRF in maxillary sinus elevation procedures is extremely beneficial, both in the treatment of Schneiderian membrane perforations, eliminating the need to interrupt the surgical procedure, as well as in neoformation. bone in the maxillary sinus cavity, providing more significant results than when bovine bone is used alone in a repair period of 8 months.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Zandim-Barcelos, Daniela Leal [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Malzoni, Carolina Mendonça de Almeida2020-05-11T17:56:08Z2020-05-11T17:56:08Z2020-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19253200093134633004030059P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-24T06:30:53Zoai:repositorio.unesp.br:11449/192532Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:49:50.170947Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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