Acidentes de trabalho em hospital público de alta complexidade no interior paulista: estudo das concepções de segurança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Tayla Borges [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/137844
Resumo: As ações de saúde do trabalhador contemplam relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade influenciando na promoção da saúde, prevenção de adoecimento, mudanças em processo de trabalho, prevenção de acidentes e solidificação da cultura de segurança. Para investigar estes aspectos em uma instituição hospitalar foi realizado um estudo transversal com metodologia quantitativa e qualitativa adotando como base teórico-metodológica a visão sistêmica das organizações de trabalho e o MAPA como instrumento norteador para análise dos dados, com o objetivo de compreender concepções de segurança no trabalho e a aprendizagem organizacional dela decorrente neste hospital público de alta complexidade do interior paulista. Como principal fonte de dados foram utilizados 441 registros de acidentes de trabalho ocorridos de primeiro de março de 2010 a vinte e sete de março de 2013, notificados em duas instituições distintas de acordo com os vínculos empregatícios dos funcionários. Houve ainda uma etapa de re análise do conteúdo das recomendações de segurança e das causas identificadas para os acidentes. Essas informações foram divididas em categorias semelhantes de acordo com conteúdo. Ainda na re análise os registros foram revistos ensejando categorização de análises como usos ou não das noções de análise de barreiras e de mudanças. A segunda fonte de dados utilizada foram entrevistas semi-estruturadas realizadas com diretores dos dois SESMTs atuantes na instituição. Com base nos dados coletados foi possível identificar os acidentes típicos e ocorridos no período da manhã como sendo os mais prevalentes e ainda traçar um perfil da população que mais sofre acidente de trabalho no hospital, sendo esta, mulheres integrantes da equipe de enfermagem com idade entre 31 e 40 anos que trabalham em regime de turno. No que se refere às análises dos acidentes a abordagem tradicionalista foi prevalente. Em 65% dos casos identificaram apenas uma causa para o AT, o que indica uma visão limitada da complexidade do trabalho e ainda pouco mais de 51% fizeram recomendações de segurança para prevenir novos AT sendo que estas eram em sua maioria centradas no comportamento dos funcionários. 131 registros foram classificados como de uso da noção de análise de barreiras, 140 referiram análises de mudanças e outros 144 não apresentavam análise que possibilitasse uma classificação. A gestão fragmentada das ocorrências de AT e o andamento das análises são feitos de forma prejudiciais para o olhar sistêmico dos casos, visto que os AT ocorrem em um mesmo local de trabalho e são analisados por estâncias diferentes que não mantém fluxo estabelecido de contato. É possível então afirmar que o tratamento institucional dado às informações de análise de acidentes, no período estudado, não favorece iniciativas de aprendizagem para a organização e incentivo à cultura de segurança.
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Para investigar estes aspectos em uma instituição hospitalar foi realizado um estudo transversal com metodologia quantitativa e qualitativa adotando como base teórico-metodológica a visão sistêmica das organizações de trabalho e o MAPA como instrumento norteador para análise dos dados, com o objetivo de compreender concepções de segurança no trabalho e a aprendizagem organizacional dela decorrente neste hospital público de alta complexidade do interior paulista. Como principal fonte de dados foram utilizados 441 registros de acidentes de trabalho ocorridos de primeiro de março de 2010 a vinte e sete de março de 2013, notificados em duas instituições distintas de acordo com os vínculos empregatícios dos funcionários. Houve ainda uma etapa de re análise do conteúdo das recomendações de segurança e das causas identificadas para os acidentes. Essas informações foram divididas em categorias semelhantes de acordo com conteúdo. Ainda na re análise os registros foram revistos ensejando categorização de análises como usos ou não das noções de análise de barreiras e de mudanças. A segunda fonte de dados utilizada foram entrevistas semi-estruturadas realizadas com diretores dos dois SESMTs atuantes na instituição. Com base nos dados coletados foi possível identificar os acidentes típicos e ocorridos no período da manhã como sendo os mais prevalentes e ainda traçar um perfil da população que mais sofre acidente de trabalho no hospital, sendo esta, mulheres integrantes da equipe de enfermagem com idade entre 31 e 40 anos que trabalham em regime de turno. No que se refere às análises dos acidentes a abordagem tradicionalista foi prevalente. Em 65% dos casos identificaram apenas uma causa para o AT, o que indica uma visão limitada da complexidade do trabalho e ainda pouco mais de 51% fizeram recomendações de segurança para prevenir novos AT sendo que estas eram em sua maioria centradas no comportamento dos funcionários. 131 registros foram classificados como de uso da noção de análise de barreiras, 140 referiram análises de mudanças e outros 144 não apresentavam análise que possibilitasse uma classificação. A gestão fragmentada das ocorrências de AT e o andamento das análises são feitos de forma prejudiciais para o olhar sistêmico dos casos, visto que os AT ocorrem em um mesmo local de trabalho e são analisados por estâncias diferentes que não mantém fluxo estabelecido de contato. É possível então afirmar que o tratamento institucional dado às informações de análise de acidentes, no período estudado, não favorece iniciativas de aprendizagem para a organização e incentivo à cultura de segurança.The employee health actions include health-labor relations in all its complexity impacting on health promotion, illness prevention, changes in the working process, accidents’ prevention and a safety culture establishment. In order to investigate these aspects in a hospital, a crosssectional study, based on a quantitative and qualitative methodology, adopting theoretical and methodological basis of a systemic view of the labor organizations and using MAPA (Portuguese acronym for analysis and prevention of occupational accidents model) as a guiding instrument for data analysis, was conducted in order to understand conceptions of safety and organizational learning resulting there from this public hospital of high complexity in São Paulo State. The main data source used was a record of 441 occupational accidents occurred from March 1st, 2010 to March 27th, 2013 reported by two different institutions according to employment contracts. There was a security recommendation and identified accidents' causes reanalysis - they were categorized accordingly to their content and reviewed by the existence of barriers and changes’ analysis.The second data source was from semistructured interviews with directors of the two active Specialized Services in Occupational Health and Safety in this institution. Based on the collected data, it could be possible to identify typical accidents and the ones occurred by the morning as the majority and a profile of who most suffers injuries of occupational accidents in the hospital could be traced - women from the nursery team aged between 31 and 40 years old which work on shifts. Regarding the accident analysis, the traditionalist approach was prevalent, 65% identified just one cause for the AT (acronym for occupational accidents), which indicates a limited view of the job complexity and about 51% provided security recommendation in order to avoid new ATs, which are mainly focused on employees' behavior) 131 records were categorized as using barriers’ analysis, 140 as using changes’ analysis and other 140 records were unable to be categorized. The fragmented management of occurrences of AT and the progress of the analyzes are made from harmful way to look systemic cases, as the learning organization occurs in the same workplace and are analyzed by different offices that do not maintain contact established flow. It can be inferred that the institutional treatment for accident analysis data, in the study period, is not conducive for learning initiatives and safety culture establishment for the organization.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Almeida, Ildeberto Muniz de [UNESP]Dias, Maria Dionísia do Amaral Dias [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Soares, Tayla Borges [UNESP]2016-04-08T11:29:17Z2016-04-08T11:29:17Z2016-02-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/13784400087020333004064078P927341322987927885242671242882106porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-24T06:20:07Zoai:repositorio.unesp.br:11449/137844Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-24T06:20:07Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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