Detecção do Vírus da Hepatite C (VHC) em megacariócitos expostos in vitro ao vírus provenientes de indivíduos não infectados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/149796 |
Resumo: | Embora as células alvo do Vírus da Hepatite C (VHC) sejam hepatócitos, o RNA do vírus já foi descrito em outros compartimentos extra-hepáticos como células dendríticas, linfócitos, macrófagos e plaquetas. Estas últimas, são responsáveis pelo carreamento do vírus no paciente infectado, e apesar da ausência do principal receptor associado à entrada do vírus nas células alvo, o CD81, o VHC é capaz de interagir com plaquetas depois de incubação in vitro. Ainda, o vírus carreado pela plaqueta apresenta uma maior estabilidade quando comparado ao vírus circulante no plasma, o que faz com que o vírus presente na plaqueta adquira considerável importância no curso da Hepatite C crônica, podendo funcionar como reservatório para o vírus. No entanto, pouco se conhece se a presença do vírus em plaquetas pode advir de uma prévia interação do vírus com as células precursoras da plaqueta na medula óssea, os megacariócitos. Assim, o presente estudo avaliou a presença do VHC em megacariócitos expostos, in vitro, ao VHC. Material excedente de doadores voluntários e saudáveis de medula óssea foi utilizado como fonte para o isolamento dos megacariócitos, os quais, foram incubados in vitro com 100.000UI/mL de VHC de genótipo 1 (39 horas; 5% de emissão de CO2; homogeinização 3x/dia no mesmo horário). Depois da incubação, os megacariócitos foram isolados e submetidos a análise qualitativa e quantitativa buscando a presença do vírus. Os resultados do presente estudo demonstraram que o VHC pode interagir com megacariócito diretamente, embora isso não tenha ocorrido em todos os casos avaliados. Este resultado sugere que o vírus encontrado na plaqueta na circulação periférica pode advir da fragmentação do megacariócito, já infectado, além da interação direta com a plaqueta. Assim, a plaqueta poderia constituir um reservatório viral circulante, o qual ao passar pela circulação hepática poderia conduzir a reinfecção, liberando os vírus no hepatócito, produzindo nova infecção, criando um ciclo hepatócito-plaqueta-hepatócito, contribuindo para a persistência viral no paciente infectado. |
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Detecção do Vírus da Hepatite C (VHC) em megacariócitos expostos in vitro ao vírus provenientes de indivíduos não infectadosDetection of Hepatitis C Virus (HCV) in megakaryocytes exposed in vitro to the virus from uninfected individualsVírus Hepatite CMegacariócitoInfecção in vitroHepatitis C virusMegakaryocyteIn vitro infectionEmbora as células alvo do Vírus da Hepatite C (VHC) sejam hepatócitos, o RNA do vírus já foi descrito em outros compartimentos extra-hepáticos como células dendríticas, linfócitos, macrófagos e plaquetas. Estas últimas, são responsáveis pelo carreamento do vírus no paciente infectado, e apesar da ausência do principal receptor associado à entrada do vírus nas células alvo, o CD81, o VHC é capaz de interagir com plaquetas depois de incubação in vitro. Ainda, o vírus carreado pela plaqueta apresenta uma maior estabilidade quando comparado ao vírus circulante no plasma, o que faz com que o vírus presente na plaqueta adquira considerável importância no curso da Hepatite C crônica, podendo funcionar como reservatório para o vírus. No entanto, pouco se conhece se a presença do vírus em plaquetas pode advir de uma prévia interação do vírus com as células precursoras da plaqueta na medula óssea, os megacariócitos. Assim, o presente estudo avaliou a presença do VHC em megacariócitos expostos, in vitro, ao VHC. Material excedente de doadores voluntários e saudáveis de medula óssea foi utilizado como fonte para o isolamento dos megacariócitos, os quais, foram incubados in vitro com 100.000UI/mL de VHC de genótipo 1 (39 horas; 5% de emissão de CO2; homogeinização 3x/dia no mesmo horário). Depois da incubação, os megacariócitos foram isolados e submetidos a análise qualitativa e quantitativa buscando a presença do vírus. Os resultados do presente estudo demonstraram que o VHC pode interagir com megacariócito diretamente, embora isso não tenha ocorrido em todos os casos avaliados. Este resultado sugere que o vírus encontrado na plaqueta na circulação periférica pode advir da fragmentação do megacariócito, já infectado, além da interação direta com a plaqueta. Assim, a plaqueta poderia constituir um reservatório viral circulante, o qual ao passar pela circulação hepática poderia conduzir a reinfecção, liberando os vírus no hepatócito, produzindo nova infecção, criando um ciclo hepatócito-plaqueta-hepatócito, contribuindo para a persistência viral no paciente infectado.Hepatocytes are the target cells of hepatitis C virus (HCV), but RNA virus has been described in other extrahepatic compartments such as dendritic cells, lymphocytes, macrophages and platelets. Platelets are responsible for carrying the virus in infected patient and, despite, the absence of the main receptor associated with the entry of the virus into the target cells, the CD81, HCV is able to interact with platelets after in vitro incubation. The virus carried by the platelet presents a greater stability when compared to the virus circulating in the plasma; contributes with the course of the chronic Hepatitis C and is able to function as reservoir for the virus. However, there are few studies about the presence of the virus in megakaryocytes, platelet precursor cells in the bone marrow. Then, the present study aimed to evaluate the presence of HCV in megakaryocytes from uninfected donors after an in vitro exposition to HCV. The excess material from bone marrow donation was used for the isolation of megakaryocytes, the megakaryocytes isolated were in vitro incubated with 100.000 IU / ml HCV genotype 1 (39 hours, 5% of CO2 emission, 3 homogenizations per day at the same time). After incubation, the megakaryocytes were submitted by qualitative and quantitative analysis for the presence of the virus. The results demonstrated that HCV may directly interact with megakaryocytes, although this did not occur in all evaluated cases. This result suggests that the virus found in the platelet in the blood circulation may result from the fragmentation of the infected megakaryocyte besides the direct interaction with the platelet. Thus, the platelet could compose a circulating viral reservoir in the hepatic circulation; this could lead to reinfection and release the virus into the hepatocyte. Besides, this event could produce a new infection and result in a hepatocyte-platelet-hepatocyte cycle, which contributes to viral persistence in the infected patient.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Grotto, Rejane Maria Tommasini [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Tancler, Nathália Almeida Souza [UNESP]2017-03-20T22:49:27Z2017-03-20T22:49:27Z2017-01-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14979600088225833004064079P577884485643265850000-0002-4035-9486porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-04T12:49:11Zoai:repositorio.unesp.br:11449/149796Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-04T12:49:11Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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