Efeitos da indução da fala rápida e lenta na fluência de adultos com e sem gagueira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Rayssa Beatriz Onuki de [UNESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/181174
Resumo: A velocidade de fala pode ter um importante papel na variabilidade da gagueira. Apesar de a redução da velocidade de fala ser amplamente utilizada na terapia da gagueira, não foram encontradas evidências dos seus efeitos nos parâmetros da fluência de adultos com gagueira na literatura compilada. Diante disso, o objetivo geral deste trabalho foi verificar os efeitos da fala rápida induzida e da fala lenta induzida na fluência da fala de adultos com e sem gagueira. Participaram 20 adultos na faixa etária de 18 a 45 anos, sendo 10 com gagueira que formaram o Grupo Pesquisa (GP) e 10 sem gagueira, pareados por sexo e idade ao GP, que formaram o Grupo Comparativo (GC). Os adultos do GP apresentaram no mínimo 3% de disfluências típicas da gagueira e no mínimo 18 pontos no Instrumento de Gravidade da Gagueira (SSI-3). Foram realizados os seguintes procedimentos: assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; avaliação da fluência nas velocidades habitual, rápida induzida e lenta induzida; aplicação do questionário de autopercepção da fala; análise acústica do tempo das amostras de fala por meio do software Praat; análise da velocidade articulatória; e confiabilidade da avaliação da fluência. Foi realizada a análise estatística dos dados com o teste dos “Postos Sinalizados de Wilcoxon” para análise intragrupos; o teste de “Mann-Whitney” para análise intergrupos; e o “Spearman” para análise de correlação. Para detectar diferenças nas três velocidades de fala foi utilizado o teste de “Friedman ANOVA”. O teste “Post-Hoc de Bonferroni” foi aplicado para verificar quais grupos se diferenciaram entre si. O nível de significância adotado para a aplicação dos testes estatísticos foi de 0,05. A análise dos dados foi realizada utilizando o software STATISTICA versão 7.0. Os resultados mostraram que a fala rápida induzida não ocasionou efeitos no GP, enquanto no GC aumentou a velocidade de fala. A fala lenta induzida no GP reduziu a frequência de disfluências típicas da gagueira (p=0,005), bloqueios (p=0,007) e prolongamentos (p=0,018), e aumentou as hesitações (p=0,007). Houve redução de no mínimo um grau de gravidade da gagueira na fala lenta induzida em 90% dos adultos com gagueira. A velocidade de fala diminuiu e não houve efeitos nas disfluências no GC. A correlação foi negativa entre a frequência de disfluências típicas da gagueira e velocidade de fala nos dois grupos. Portanto, conclui-se que a fala lenta induzida foi benéfica aos adultos com gagueira pois promoveu a fluência, a redução de bloqueios e prolongamentos e a diminuição de todos os escores do Instrumento de Gravidade de Gagueira, além de ter sido descrita pelos adultos com gagueira como menos desconfortável, menos tensa e com menos esforço.
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Participaram 20 adultos na faixa etária de 18 a 45 anos, sendo 10 com gagueira que formaram o Grupo Pesquisa (GP) e 10 sem gagueira, pareados por sexo e idade ao GP, que formaram o Grupo Comparativo (GC). Os adultos do GP apresentaram no mínimo 3% de disfluências típicas da gagueira e no mínimo 18 pontos no Instrumento de Gravidade da Gagueira (SSI-3). Foram realizados os seguintes procedimentos: assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; avaliação da fluência nas velocidades habitual, rápida induzida e lenta induzida; aplicação do questionário de autopercepção da fala; análise acústica do tempo das amostras de fala por meio do software Praat; análise da velocidade articulatória; e confiabilidade da avaliação da fluência. Foi realizada a análise estatística dos dados com o teste dos “Postos Sinalizados de Wilcoxon” para análise intragrupos; o teste de “Mann-Whitney” para análise intergrupos; e o “Spearman” para análise de correlação. Para detectar diferenças nas três velocidades de fala foi utilizado o teste de “Friedman ANOVA”. O teste “Post-Hoc de Bonferroni” foi aplicado para verificar quais grupos se diferenciaram entre si. O nível de significância adotado para a aplicação dos testes estatísticos foi de 0,05. A análise dos dados foi realizada utilizando o software STATISTICA versão 7.0. Os resultados mostraram que a fala rápida induzida não ocasionou efeitos no GP, enquanto no GC aumentou a velocidade de fala. A fala lenta induzida no GP reduziu a frequência de disfluências típicas da gagueira (p=0,005), bloqueios (p=0,007) e prolongamentos (p=0,018), e aumentou as hesitações (p=0,007). Houve redução de no mínimo um grau de gravidade da gagueira na fala lenta induzida em 90% dos adultos com gagueira. A velocidade de fala diminuiu e não houve efeitos nas disfluências no GC. A correlação foi negativa entre a frequência de disfluências típicas da gagueira e velocidade de fala nos dois grupos. Portanto, conclui-se que a fala lenta induzida foi benéfica aos adultos com gagueira pois promoveu a fluência, a redução de bloqueios e prolongamentos e a diminuição de todos os escores do Instrumento de Gravidade de Gagueira, além de ter sido descrita pelos adultos com gagueira como menos desconfortável, menos tensa e com menos esforço.Speech rate may play an important role in the variability of stuttering. Although speech rate reduction was widely used in stuttering therapy, no evidence was found for its effects on fluency parameters of adults with stuttering in the compiled literature. Therefore, the general purpose of this study was to verify the effects of induced rapid speech and induced slow speech in the speech fluency of adults with and without stuttering. Twenty adults in the age group from 18 to 45 years old participated, 10 with stuttering that composed the Research Group (RG) and 10 without stuttering, matched by sex and age to RG, who composed the Comparative Group (CG). RG adults had at least 3% of stuttering-like disfluencies and at least 18 points in the Stuttering Severity Instrument (SSI-3). The following procedures were performed: signature of the informed consent form; fluency evaluation of the usual, induced rapid and induced slow rates; application of the self-perception questionnaire; time-acoustic analysis of speech samples by means of Praat software; articulatory rate analysis; and reliability of fluency evaluation. Statistical analysis of the data was performed with the “Wilcoxon Sign Post” test for intragroup analysis, the “Mann-Whitney” test for intergroup analysis and the “Spearman” test for correlation analysis. To detect differences in the three speech rates, the Friedman ANOVA test was used. The Bonferroni Post-Hoc test was applied to verify which groups differed from each other. Significance level adopted for the statistical tests was 0.05. Data analysis was performed using STATISTICA software version 7.0. The results showed that induced rapid speech did not cause effects on RG, while CG increased speech rate. The induced slow speech in RG reduced the frequency of stuttering-like disfluencies (p=0.005), blocks (p=0.007) and prolongations (p=0.018), and increased hesitations (p=0.007). There was a reduction of at least one degree of stuttering severity in induced slow speech in 90% of adults with stuttering. The RG decreased speech rate and there were no effects on disfluencies. The correlation was negative between the frequency of stuttering-like disfluencies and speech rate in both groups. Therefore, it was concluded that slow speech induced was beneficent to adults with stuttering because it promoted fluency, reduction of blocks and prolongations, reduction of all scores of the Stuttering Severity Instrument, and it was described as less uncomfortable, less tense and with less effort by the stuttering adults themselves.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2017/10905-1Universidade Estadual Paulista (Unesp)Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Moura, Rayssa Beatriz Onuki de [UNESP]2019-03-25T13:30:20Z2019-03-25T13:30:20Z2019-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18117400091414033004110045P705594836302506310000-0003-0321-5093porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T18:07:49Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181174Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T18:07:49Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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description A velocidade de fala pode ter um importante papel na variabilidade da gagueira. Apesar de a redução da velocidade de fala ser amplamente utilizada na terapia da gagueira, não foram encontradas evidências dos seus efeitos nos parâmetros da fluência de adultos com gagueira na literatura compilada. Diante disso, o objetivo geral deste trabalho foi verificar os efeitos da fala rápida induzida e da fala lenta induzida na fluência da fala de adultos com e sem gagueira. Participaram 20 adultos na faixa etária de 18 a 45 anos, sendo 10 com gagueira que formaram o Grupo Pesquisa (GP) e 10 sem gagueira, pareados por sexo e idade ao GP, que formaram o Grupo Comparativo (GC). Os adultos do GP apresentaram no mínimo 3% de disfluências típicas da gagueira e no mínimo 18 pontos no Instrumento de Gravidade da Gagueira (SSI-3). Foram realizados os seguintes procedimentos: assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; avaliação da fluência nas velocidades habitual, rápida induzida e lenta induzida; aplicação do questionário de autopercepção da fala; análise acústica do tempo das amostras de fala por meio do software Praat; análise da velocidade articulatória; e confiabilidade da avaliação da fluência. Foi realizada a análise estatística dos dados com o teste dos “Postos Sinalizados de Wilcoxon” para análise intragrupos; o teste de “Mann-Whitney” para análise intergrupos; e o “Spearman” para análise de correlação. Para detectar diferenças nas três velocidades de fala foi utilizado o teste de “Friedman ANOVA”. O teste “Post-Hoc de Bonferroni” foi aplicado para verificar quais grupos se diferenciaram entre si. O nível de significância adotado para a aplicação dos testes estatísticos foi de 0,05. A análise dos dados foi realizada utilizando o software STATISTICA versão 7.0. Os resultados mostraram que a fala rápida induzida não ocasionou efeitos no GP, enquanto no GC aumentou a velocidade de fala. A fala lenta induzida no GP reduziu a frequência de disfluências típicas da gagueira (p=0,005), bloqueios (p=0,007) e prolongamentos (p=0,018), e aumentou as hesitações (p=0,007). Houve redução de no mínimo um grau de gravidade da gagueira na fala lenta induzida em 90% dos adultos com gagueira. A velocidade de fala diminuiu e não houve efeitos nas disfluências no GC. A correlação foi negativa entre a frequência de disfluências típicas da gagueira e velocidade de fala nos dois grupos. Portanto, conclui-se que a fala lenta induzida foi benéfica aos adultos com gagueira pois promoveu a fluência, a redução de bloqueios e prolongamentos e a diminuição de todos os escores do Instrumento de Gravidade de Gagueira, além de ter sido descrita pelos adultos com gagueira como menos desconfortável, menos tensa e com menos esforço.
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