Práticas educativas, indicadores emocionais maternos e comportamentos dos filhos: famílias nucleares e não nucleares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira, Sária Cristina
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/192205
Resumo: O objetivo geral deste trabalho foi descrever, comparar e correlacionar, de famílias nucleares e não nucleares, as práticas educativas parentais, a saúde emocional materna e problemas de comportamento das crianças. Quatro estudos foram realizados, a partir do relato de múltiplos informantes: 62 mães, 25 professoras e 62 crianças com faixa etária entre oito e 11 anos. Os instrumentos foram: Inventário de Estilos Parentais, Inventário de Depressão Beck, Inventário de Ansiedade Traço-Estado, Escala de Estresse Percebido, Questionário de Capacidades e Dificuldades e entrevista sobre dados sociodemográficos. O Estudo 1 analisou problemas de comportamento de crianças de famílias nucleares e não nucleares sob o ponto de vista de mães e professores. Os resultados apontaram que ambas informantes observaram comportamentos pró-sociais nas crianças, independente do grupo. Mães dos dois grupos perceberam de forma semelhante os problemas de comportamento dos filhos e, mais do que os professores e estes relataram significativamente mais problemas de comportamento das crianças do grupo não-nuclear. O Estudo 2 descreveu e comparou práticas educativas de mães de famílias não-nucleares e não nucleares associando-a a saúde emocional materna. Os resultados mostraram que a maioria das mães da amostra total foi classificada com estilo parental de risco, sem diferença significativa entre os grupos. As mães de famílias não nucleares utilizaram significativamente mais a prática de Abuso Físico. Quanto à saúde emocional materna, destaca-se que estresse e ansiedade-traço foram mais frequentes para a amostra total. Mães de famílias não-nucleares apresentaram significativamente mais estresse e mais indicadores clínicos para os quatro itens avaliados. Para a amostra total, estresse, ansiedade-traço e depressão associaram-se positivamente a práticas negativas de Punição Inconsistente, Disciplina Relaxada, Negligência e Abuso Físico. Para as mães das famílias nucleares, estresse e depressão estiveram associados positivamente a Abuso Físico e, o estresse associou-se negativamente à prática positiva de Monitoria Positiva. Para as mães das famílias não-nucleares, ansiedade-traço e depressão associaram-se positivamente à prática positiva de Comportamento Moral. O Estudo 3 comparou e associou indicadores de saúde emocional e problemas de comportamento dos filhos. Os resultados apontaram para níveis menores de todos os indicadores emocionais maternos quando as crianças foram classificadas como “normais” no SDQ, para o grupo nuclear e para a amostra total. O Estudo 4 comparou práticas parentais sob o ponto de vista das mães e dos filhos para os dois tipos de famílias: nucleares e não nucleares. Os resultados mostraram que, para a amostra total, as mães tiveram percepções melhores de suas práticas positivas do que seus filhos, mas também se perceberam piores quanto às práticas negativas. As mães do grupo nuclear relataram mais práticas negativas do que seus filhos e, para o grupo não-nuclear, não houve diferença entre o relato das mães e filhos para estas práticas. Os resultados gerais indicaram que a configuração familiar tem relevância na saúde emocional materna, nas práticas parentais e nos problemas de comportamento infantil. Futuros estudos com maior número de participantes e a inclusão de mais informantes confirmarão os achados deste estudo. Programas de intervenção educativos e terapêuticos com vistas ao aumento das práticas parentais positivas e melhora dos aspectos emocionais maternos seriam bem vindas para mães de escolares, independente da configuração familiar.
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Os instrumentos foram: Inventário de Estilos Parentais, Inventário de Depressão Beck, Inventário de Ansiedade Traço-Estado, Escala de Estresse Percebido, Questionário de Capacidades e Dificuldades e entrevista sobre dados sociodemográficos. O Estudo 1 analisou problemas de comportamento de crianças de famílias nucleares e não nucleares sob o ponto de vista de mães e professores. Os resultados apontaram que ambas informantes observaram comportamentos pró-sociais nas crianças, independente do grupo. Mães dos dois grupos perceberam de forma semelhante os problemas de comportamento dos filhos e, mais do que os professores e estes relataram significativamente mais problemas de comportamento das crianças do grupo não-nuclear. O Estudo 2 descreveu e comparou práticas educativas de mães de famílias não-nucleares e não nucleares associando-a a saúde emocional materna. Os resultados mostraram que a maioria das mães da amostra total foi classificada com estilo parental de risco, sem diferença significativa entre os grupos. As mães de famílias não nucleares utilizaram significativamente mais a prática de Abuso Físico. Quanto à saúde emocional materna, destaca-se que estresse e ansiedade-traço foram mais frequentes para a amostra total. Mães de famílias não-nucleares apresentaram significativamente mais estresse e mais indicadores clínicos para os quatro itens avaliados. Para a amostra total, estresse, ansiedade-traço e depressão associaram-se positivamente a práticas negativas de Punição Inconsistente, Disciplina Relaxada, Negligência e Abuso Físico. Para as mães das famílias nucleares, estresse e depressão estiveram associados positivamente a Abuso Físico e, o estresse associou-se negativamente à prática positiva de Monitoria Positiva. Para as mães das famílias não-nucleares, ansiedade-traço e depressão associaram-se positivamente à prática positiva de Comportamento Moral. O Estudo 3 comparou e associou indicadores de saúde emocional e problemas de comportamento dos filhos. Os resultados apontaram para níveis menores de todos os indicadores emocionais maternos quando as crianças foram classificadas como “normais” no SDQ, para o grupo nuclear e para a amostra total. O Estudo 4 comparou práticas parentais sob o ponto de vista das mães e dos filhos para os dois tipos de famílias: nucleares e não nucleares. Os resultados mostraram que, para a amostra total, as mães tiveram percepções melhores de suas práticas positivas do que seus filhos, mas também se perceberam piores quanto às práticas negativas. As mães do grupo nuclear relataram mais práticas negativas do que seus filhos e, para o grupo não-nuclear, não houve diferença entre o relato das mães e filhos para estas práticas. Os resultados gerais indicaram que a configuração familiar tem relevância na saúde emocional materna, nas práticas parentais e nos problemas de comportamento infantil. Futuros estudos com maior número de participantes e a inclusão de mais informantes confirmarão os achados deste estudo. Programas de intervenção educativos e terapêuticos com vistas ao aumento das práticas parentais positivas e melhora dos aspectos emocionais maternos seriam bem vindas para mães de escolares, independente da configuração familiar.The general objective of this study was to describe, compare and correlate, of nuclear and non-nuclear families, parental educational practices, maternal emotional health and behavior problems of children. Four studies were conducted based on the report of multiple informants: 62 mothers, 25 teachers and 62 children aged between eight and 11 years old. The instruments were: Parental Styles Inventory, Beck Depression Inventory, Dash-State Anxiety Inventory, Perceived Stress Scale, Capabilities and Difficulties Questionnaire and interview about sociodemographic data. The search 1 analyzed child behavior problems from nuclear and non-nuclear families from the point of view of mothers and teachers. The results showed that both informants observed prosocial behaviors in the children, regardless of the group. Mothers from both groups perceived similarly the behavior problems of their children and, more than teachers and these reported significantly more behavioral problems of children in the non-nuclear group. The search 2 described and compared educational practices of mothers from nuclear and non-nuclear families associating her with maternal emotional health. The results showed that the majority of mothers in the total sample were classified as at risk parental style, without significant difference between the groups. The Mothers from non-nuclear families used the practice of Physical Abuse significantly more. Regarding maternal emotional health, it is noteworthy that stress and trait anxiety were more frequent for the total sample. Mothers from non-nuclear families presented significantly more stress and more clinical indicators for the four items evaluated. For the total sample, stress, trait anxiety and depression were positively associated with negative practices of Inconsistent Punishment, Relaxed Discipline, Neglect and Physical Abuse. For mothers of the nuclear families, stress and depression were positively associated with Physical Abuse and, stress was negatively associated with the positive practice of Positive Monitoring. For mothers of the non-nuclear families, trait anxiety and depression were positively associated with the positive practice of Moral Behavior. The search 3 compared and associated emotional health indicators and behavior problems of children. The results pointed to lower levels of all maternal emotional indicators when children were classified as "normal" in the SDQ, for the nuclear group and for the total sample. The search 4 compared parental practices from the point of view of mothers and children for both types of families: nuclear and non-nuclear. The results showed that, for the total sample, mothers had better perceptions of their positive practices than their children, but they also perceived themselves worse in terms of negative practices. The mothers of the nuclear group reported more negative practices than their children and, for the non-nuclear group, there was no difference between the reports of mothers and children for these practices. The general results indicated that the family configuration has relevance in maternal emotional health, parental practices and child behavior problems. Future studies with a larger number of participants and the inclusion of more informants will confirm the findings of this study. Educational and therapeutic intervention programs aimed at increasing positive parental practices e improvement of maternal emotional aspects would be welcome for mothers of schoolchildren, regardless of family configuration.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nogueira, Sária Cristina2020-04-16T16:23:12Z2020-04-16T16:23:12Z2020-02-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19220500093006633004056085P081496505938770420000-0002-5332-256Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-07T06:07:31Zoai:repositorio.unesp.br:11449/192205Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:03:35.748286Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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