Análise da concentração de íons liberados por cimentos obturadores em tecidos locais e órgãos.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Camila Carneiro [UNESP]
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/213687
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar a concentração de íons tóxicos/metais pesados liberados pelos cimentos obturadores MTA Fillapex e BioRoot RCS em tecido subcutâneo e no cérebro, fígado e rins, bem como investigar seus possíveis efeitos sistêmicos. Setenta e dois ratos Wistar foram divididos em três grupos e receberam implantes de tubos de polietileno preenchidos com os cimentos no tecido subcutâneo, para o grupo controle foram usados tubos vazios. Os períodos de avaliação foram de 7, 15, 30 e 45 dias. Após cada período pós-operatório, os animais foram sacrificados e os tubos de polietileno juntamente com o tecido que o circunda, fígado, cérebro e rins foram removidos e processados para mensurar a concentração de cromo (Cr), cobalto (Co), cobre (Cu), chumbo (Pb), ferro (Fe), magnésio (Mg), níquel (Ni) e cálcio (Ca) utilizando ICP-OES. Os testes Kruskal-Wallis seguido pelo teste de Dunn para os dados não paramétricos e ANOVA seguido pelo teste de Tukey para dados paramétricos também foram realizados. As análises obtidas mostram que não foram encontrados traços de Co, Cr e Mg em nenhum dos tecidos avaliados. No tecido subcutâneo não foram observados vestígios de Cu e Pb, porém estes metais pesados foram observados nos órgãos. Em relação ao Fe, nenhuma diferença entre os cimentos e o controle foi observada em todos os tecidos e as maiores concentrações de Fe foram identificadas no fígado. Todos os cimentos exibiram concentração semelhante de Ni no rim e fígado. Além disso, ambos os cimentos conseguiram liberar Ca em todos os tempos e nenhuma diferença foi detectada no subcutâneo e rim. Por outro lado, aos 15 dias, um aumento considerável de íons Ca nos rins comparado ao tecido subcutâneo no MTA Fillapex, e aos 45 dias, no tecido subcutâneo em relação ao fígado com BioRoot RCS. Dessa forma, com base nesses resultados, nós podemos concluir que nenhum dos cimentos foi capaz de promover danos à saúde sistêmica, uma vez que a quantidade mínima de ferro e níquel encontrados nos cimentos obturadores nos faz considerar a hipótese de que esses metais são provenientes das vias de absorção/ingestão/contato dos mesmos e não estão relacionadas aos cimentos. Por outro lado, em relação ao cálcio, para ambos os cimentos, aumento nas concentrações nos órgãos podem estar relacionadas com os materiais uma vez que dados prévios também demonstraram um aumento nos níveis séricos de cálcio, sugerindo assim um potencial efeito sistêmico.
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Após cada período pós-operatório, os animais foram sacrificados e os tubos de polietileno juntamente com o tecido que o circunda, fígado, cérebro e rins foram removidos e processados para mensurar a concentração de cromo (Cr), cobalto (Co), cobre (Cu), chumbo (Pb), ferro (Fe), magnésio (Mg), níquel (Ni) e cálcio (Ca) utilizando ICP-OES. Os testes Kruskal-Wallis seguido pelo teste de Dunn para os dados não paramétricos e ANOVA seguido pelo teste de Tukey para dados paramétricos também foram realizados. As análises obtidas mostram que não foram encontrados traços de Co, Cr e Mg em nenhum dos tecidos avaliados. No tecido subcutâneo não foram observados vestígios de Cu e Pb, porém estes metais pesados foram observados nos órgãos. Em relação ao Fe, nenhuma diferença entre os cimentos e o controle foi observada em todos os tecidos e as maiores concentrações de Fe foram identificadas no fígado. Todos os cimentos exibiram concentração semelhante de Ni no rim e fígado. Além disso, ambos os cimentos conseguiram liberar Ca em todos os tempos e nenhuma diferença foi detectada no subcutâneo e rim. Por outro lado, aos 15 dias, um aumento considerável de íons Ca nos rins comparado ao tecido subcutâneo no MTA Fillapex, e aos 45 dias, no tecido subcutâneo em relação ao fígado com BioRoot RCS. Dessa forma, com base nesses resultados, nós podemos concluir que nenhum dos cimentos foi capaz de promover danos à saúde sistêmica, uma vez que a quantidade mínima de ferro e níquel encontrados nos cimentos obturadores nos faz considerar a hipótese de que esses metais são provenientes das vias de absorção/ingestão/contato dos mesmos e não estão relacionadas aos cimentos. Por outro lado, em relação ao cálcio, para ambos os cimentos, aumento nas concentrações nos órgãos podem estar relacionadas com os materiais uma vez que dados prévios também demonstraram um aumento nos níveis séricos de cálcio, sugerindo assim um potencial efeito sistêmico.The aim of this study was to trace toxic ions/heavy metal concentrations released by MTA Fillapex and BioRoot RCS sealers into subcutaneous tissue and the brain, liver and kidneys, as well as investigating their possible systemic effects. Seventy-two Wistar rats were divided into three groups and received implants of polyethylene tubes filled with cements in the dorsal subcutaneous tissue, empty tubes were used for the control group. After 7, 15, 30 and 45 days of subcutaneous implantation, the animals were euthanized and the polyethylene tubes together with the surrounding tissue, brain, liver and kidney were removed and processed to determine the concentrations of chromium (Cr), cobalt (Co), copper (Cu), lead (Pb), iron (Fe), magnesium (Mg), nickel (Ni) and calcium (Ca) using ICP-OES. The Kruskal-Wallis tests followed by the Dunn test for non-parametric data and ANOVA followed by the Tukey test for parametric data were also performed. The analyzes obtained shows that no traces of Co, Cr and Mg were found in any of the evaluated tissues. In the subcutaneous tissue, no traces of Cu and Pb were observed, but these heavy metals were observed in the organs. Regarding Fe, no difference between the cements and the control was observed in all tissues and the highest concentrations of Fe were identified in the liver. All sealers exhibited a similar concentration of Ni in the kidney and liver. In addition, both cements were able to release Ca at all times and no difference was detected in the subcutaneous and kidney. On the other hand, at 15 days, a considerable increase in Ca ions in the kidneys compared to the subcutaneous tissue in the MTA Fillapex, and at 45 days, in the subcutaneous tissue in relation to the liver with BioRoot RCS. Thus, based on these results, we can conclude that none of the cements was able to promote damage to systemic health, since the minimum amount of iron and nickel found in filling cements makes us consider the hypothesis that these metals come from their absorption / ingestion / contact routes and are not related to cements. On the other hand, in relation to calcium, for both cements, increased concentrations in the organs may be related to the materials since previous data also showed an increase in serum calcium levels, thus suggesting a potential systemic effect.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Gomes Filho, João Eduardo [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Alves, Camila Carneiro [UNESP]2021-07-27T19:17:20Z2021-07-27T19:17:20Z2020-11-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/213687porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-20T06:34:50Zoai:repositorio.unesp.br:11449/213687Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-20T06:34:50Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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