Estresse celular e atividade de enzimas biomarcadoras em abelhas africanizadas Apis mellifera LINEU, 1758 (Hymenoptera, Apidae) expostas ao tiametoxam

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Decio, Pâmela [UNESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/182346
Resumo: As abelhas Apis mellifera africanizadas são consideradas importantes polinizadores no Brasil, uma vez que muitas culturas de alimentos dependem da polinização promovida por esses insetos. No entanto, com o crescimento da produtividade agrícola houve aumento do uso de agrotóxicos para o controle de pragas, os quais podem atingir também insetos não-alvo. Com a ação dos inseticidas como uma das possíveis causadoras da morte massiva desses polinizadores, pesquisas sobre o impacto dos agrotóxicos em abelhas receberam destaque. Diante do exposto, o presente estudo propôs investigar os efeitos de uma dose subletal de tiametoxam (TMX) (0,0227 ng de ingrediente ativo/μl de alimento), importante inseticida da classe dos neonicotinóides, no cérebro e no intestino de Apis mellifera africanizadas, por meio da avaliação da atividade de biomarcadores enzimáticos de exposição e de estresse oxidativo e pela ocorrência de peroxidação lipídica. O nível de estresse celular também foi investigado pela imunomarcação das proteínas de choque térmico HSP70 e HSP90 em conjunto com a detecção de morte celular pelo ensaio de TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling). Os dados mostraram que, no cérebro, o TMX aumentou a atividade de acetilcolinesterase (AChE) em 1, 3 e 5 dias de exposição, enquanto a carboxilesterase (CaE) diminuiu no primeiro dia e a glutationa s-transferase (GST) aumentou no quinto dia. Por sua vez, as enzimas antioxidantes foram menos atuantes no cérebro, sendo que somente a glutationa peroxidase (GPX) apresentou aumento da atividade no primeiro dia de exposição. No intestino, não houve resposta da fosfatase alcalina (FAL) e da GST,mas houve declínio da atividade de CaE no primeiro e no quinto dia de contaminação. Diferentemente do cérebro, as enzimas antioxidantes foram mais afetadas no intestino ocorrendo aumento da superóxido dismutase (SOD) no quinto dia e da GPX no terceiro. O teste das substâncias reativas ao ácido tiobarbituríco (TBARS) só apresentou aumento da determinação da peroxidação lipídica no intestino, após 5 dias de exposição. Adicionalmente, foi possível observar imunomarcação aumentada de HSP70 e HSP90 no cérebro e no intestino em praticamente todos os tempos analisados (com exceção da HSP90 no cérebro nas primeiras 24hrs de exposição), mas não foi detectada presença de morte celular em nenhum dos grupos avaliados. Os dados gerados indicam que, de uma forma geral, o TMX induziu alteração das enzimas biomarcadoras de exposição, principalmente no tecido nervoso, enquanto que as enzimas antioxidantes foram moduladas principalmente no intestino. Além disso, os resultados evidenciam que a alta expressão das HSPs 70 e 90 tem efeito protetivo, evitando a morte celular no cérebro e no tecido epitelial do intestino das abelhas expostas a dose subletal do neonicotinóide. Portanto, embora o TMX tenha provocado a resposta do sistema antioxidante, ativado enzimas biomarcadoras para detoxificação e as HSPs de maneiras diferentes entre o cérebro e o intestino, a dose subletal utilizada e o tempo de exposição de até 5 dias não foram suficientes para causar danos celulares mais extensos como o processo de morte celular com quebra de DNA, por exemplo. Uma segunda parte do estudo foi realizada na University of Birmingham (UK) e mostrou que doses subletais de pesticidas como o TMX, o fungicida carbendazim (CAB) e o herbicida glifosato (GLF) não foram suficientes para causar alteração no padrão de splicing alternativo dos genes Dscam e elav, envolvidos com a formação da rede de neurônios do sistema nervoso, assim como não foram observadas alterações para o gene Xbp1, que à partir de um tipo diferente de splicing, desencadeia uma resposta que evita o acúmulo de proteínas mal dobradas (UPR) sob condições de estresse. Esses resultados sugerem que as doses subletais utilizadas e o tempo de exposição (1 dia) não foram suficientes para induzir respostas nesses 3 genes como biomarcadores em A. mellifera. Por meio de ensaios enzimáticos, da imunomarcação de HSPs e morte celular e de técnicas de biologia molecular para detecção de splicing alternativo, esse estudo contribui com diversos dados que caracterizam os efeitos do neonicotinóide TMX nas abelhas A. mellifera, fornecendo assim informações que podem embasar argumentos para conduzir a discussão sobre as leis regulamentadoras do uso desses agrotóxicos e o manejo destes polinizadores em áreas agrícolas.
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spelling Estresse celular e atividade de enzimas biomarcadoras em abelhas africanizadas Apis mellifera LINEU, 1758 (Hymenoptera, Apidae) expostas ao tiametoxamCell stress and activity of biomarkers enzymes in Africanized bees Apis mellifera LINEU, 1758 (Hymenoptera, Apidae) exposed to thiamethoxamToxicologiaAbelhaAnálise enzimáticaInseticidaNeonicotinóideEstresse oxidativoMorte celularHSPsSplicing alternativoCérebroIntestinoNeonicotinoidOxidative stressCell deathAlternative splicingBrainIntestineAs abelhas Apis mellifera africanizadas são consideradas importantes polinizadores no Brasil, uma vez que muitas culturas de alimentos dependem da polinização promovida por esses insetos. No entanto, com o crescimento da produtividade agrícola houve aumento do uso de agrotóxicos para o controle de pragas, os quais podem atingir também insetos não-alvo. Com a ação dos inseticidas como uma das possíveis causadoras da morte massiva desses polinizadores, pesquisas sobre o impacto dos agrotóxicos em abelhas receberam destaque. Diante do exposto, o presente estudo propôs investigar os efeitos de uma dose subletal de tiametoxam (TMX) (0,0227 ng de ingrediente ativo/μl de alimento), importante inseticida da classe dos neonicotinóides, no cérebro e no intestino de Apis mellifera africanizadas, por meio da avaliação da atividade de biomarcadores enzimáticos de exposição e de estresse oxidativo e pela ocorrência de peroxidação lipídica. O nível de estresse celular também foi investigado pela imunomarcação das proteínas de choque térmico HSP70 e HSP90 em conjunto com a detecção de morte celular pelo ensaio de TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling). Os dados mostraram que, no cérebro, o TMX aumentou a atividade de acetilcolinesterase (AChE) em 1, 3 e 5 dias de exposição, enquanto a carboxilesterase (CaE) diminuiu no primeiro dia e a glutationa s-transferase (GST) aumentou no quinto dia. Por sua vez, as enzimas antioxidantes foram menos atuantes no cérebro, sendo que somente a glutationa peroxidase (GPX) apresentou aumento da atividade no primeiro dia de exposição. No intestino, não houve resposta da fosfatase alcalina (FAL) e da GST,mas houve declínio da atividade de CaE no primeiro e no quinto dia de contaminação. Diferentemente do cérebro, as enzimas antioxidantes foram mais afetadas no intestino ocorrendo aumento da superóxido dismutase (SOD) no quinto dia e da GPX no terceiro. O teste das substâncias reativas ao ácido tiobarbituríco (TBARS) só apresentou aumento da determinação da peroxidação lipídica no intestino, após 5 dias de exposição. Adicionalmente, foi possível observar imunomarcação aumentada de HSP70 e HSP90 no cérebro e no intestino em praticamente todos os tempos analisados (com exceção da HSP90 no cérebro nas primeiras 24hrs de exposição), mas não foi detectada presença de morte celular em nenhum dos grupos avaliados. Os dados gerados indicam que, de uma forma geral, o TMX induziu alteração das enzimas biomarcadoras de exposição, principalmente no tecido nervoso, enquanto que as enzimas antioxidantes foram moduladas principalmente no intestino. Além disso, os resultados evidenciam que a alta expressão das HSPs 70 e 90 tem efeito protetivo, evitando a morte celular no cérebro e no tecido epitelial do intestino das abelhas expostas a dose subletal do neonicotinóide. Portanto, embora o TMX tenha provocado a resposta do sistema antioxidante, ativado enzimas biomarcadoras para detoxificação e as HSPs de maneiras diferentes entre o cérebro e o intestino, a dose subletal utilizada e o tempo de exposição de até 5 dias não foram suficientes para causar danos celulares mais extensos como o processo de morte celular com quebra de DNA, por exemplo. Uma segunda parte do estudo foi realizada na University of Birmingham (UK) e mostrou que doses subletais de pesticidas como o TMX, o fungicida carbendazim (CAB) e o herbicida glifosato (GLF) não foram suficientes para causar alteração no padrão de splicing alternativo dos genes Dscam e elav, envolvidos com a formação da rede de neurônios do sistema nervoso, assim como não foram observadas alterações para o gene Xbp1, que à partir de um tipo diferente de splicing, desencadeia uma resposta que evita o acúmulo de proteínas mal dobradas (UPR) sob condições de estresse. Esses resultados sugerem que as doses subletais utilizadas e o tempo de exposição (1 dia) não foram suficientes para induzir respostas nesses 3 genes como biomarcadores em A. mellifera. Por meio de ensaios enzimáticos, da imunomarcação de HSPs e morte celular e de técnicas de biologia molecular para detecção de splicing alternativo, esse estudo contribui com diversos dados que caracterizam os efeitos do neonicotinóide TMX nas abelhas A. mellifera, fornecendo assim informações que podem embasar argumentos para conduzir a discussão sobre as leis regulamentadoras do uso desses agrotóxicos e o manejo destes polinizadores em áreas agrícolas.Africanized Apis mellifera bees are considered important pollinators in Brazil, since many food crops depend on the pollination by these insects. However, with the growth of agricultural productivity there has been an increase in the use of insecticides for pest control, which also can reach non-target insects. With the action of insecticides as one of the possible causes of the massive death of these pollinators, the studies of the effects of pesticides on bees were highlighted. Given the context, the present study aimed to investigate the effects of a sub lethal dose of thiamethoxam - TMX (0.0227 ng of active ingredient / μl of food), a insecticide of the class of neonicotinoids, in the brain and intestine of Africanized Apis mellifera, through the evaluation of the activity of enzymatic biomarkers of exposure and of oxidative stress and by the occurrence of lipid peroxidation. The level of cell stress was also investigated by the immunostaining of the HSP70 and HSP90 proteins together with the detection of cell death by the TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling) assay. The data showed that, in the brain, TMX increased acetylcholinesterase activity (AChE) at 1, 3 and 5 days of exposure, while carboxylesterase (CaE) decreased on the first day and glutathione s-transferase (GST) increased in the fifth day. On the other hand, antioxidant enzymes were less active in the brain, and only glutathione peroxidase (GPX) showed increased activity on the first day of exposure. In the intestine, there was no alkaline phosphatase (FAL) or GST response. But there was a decline in CaE activity on the first and fifth day of contamination. Differently from the brain, antioxidant enzymes were most affected in the intestine with increased superoxide dismutase (SOD) on the fifth and GPX in the third day. The TBARS test only showed an increase in the determination of lipid peroxidation in the intestine after 5 days of exposure. In addition to that, it was possible to observe positive immunoblotting of HSP70 and HSP90 in the brain and intestine in almost every analyzed time (except for HSP90 in the brain in the first 24 hours of exposure), but no cell death was detected in any of the evaluated groups. The generated data indicates that, in general, TMX induces alteration on biomarkers of exposure mainly in nerve tissue while antioxidant enzymes were modulated mostly in the intestine. Furthermore, the results show that the high expression of HSPs 70 and 90 has a protective effect, preventing cell death in the brain and in the intestinal epithelial tissue of bees exposed to the sub lethal dose of neonicotinoid. A second part of the study was conducted at the University of Birmingham (UK) and showed that sub lethal doses of pesticides such as thiametoxam, fungicide carbendazim (CAB) and herbicide glyphosate (GLF) were not sufficient to cause alteration in the alternative splicing pattern of the Dscam and elav genes involved with the formation of the neurons network of the nervous system, as well as no changes were observed for the Xbp1 gene, which, from a different type of splicing, triggers a response that avoids the accumulation of Unfolded Protein Response (UPR) under conditions of stress. These results suggest that the sublethal doses used and the exposure time (1 day) were not sufficient to indicate responses in these 3 genes as biomarkers in A. mellifera. By means of enzymatic assays, HSPs immunostaining and cell death, and molecular biology techniques for the detection of alternative splicing, this study contributes with several data characterizing the effects of neonicotinoid TMX on A. mellifera bees, thus providing information that can support arguments to lead the discussion on the laws regulating the use of these pesticides and the management of these pollinators in agricultural areas.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2012/13370-8FAPESP: 2013/21832-4FAPESP: 2014/23197-7FAPESP: 2015/22368-5Universidade Estadual Paulista (Unesp)Malaspina, Osmar [UNESP]Roat, Thaisa Cristina [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Decio, Pâmela [UNESP]2019-06-19T11:47:39Z2019-06-19T11:47:39Z2019-04-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18234600091782533004137046P475385560855058190000-0002-1650-257Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-10T06:15:31Zoai:repositorio.unesp.br:11449/182346Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-10T06:15:31Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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Decio, Pâmela [UNESP]
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description As abelhas Apis mellifera africanizadas são consideradas importantes polinizadores no Brasil, uma vez que muitas culturas de alimentos dependem da polinização promovida por esses insetos. No entanto, com o crescimento da produtividade agrícola houve aumento do uso de agrotóxicos para o controle de pragas, os quais podem atingir também insetos não-alvo. Com a ação dos inseticidas como uma das possíveis causadoras da morte massiva desses polinizadores, pesquisas sobre o impacto dos agrotóxicos em abelhas receberam destaque. Diante do exposto, o presente estudo propôs investigar os efeitos de uma dose subletal de tiametoxam (TMX) (0,0227 ng de ingrediente ativo/μl de alimento), importante inseticida da classe dos neonicotinóides, no cérebro e no intestino de Apis mellifera africanizadas, por meio da avaliação da atividade de biomarcadores enzimáticos de exposição e de estresse oxidativo e pela ocorrência de peroxidação lipídica. O nível de estresse celular também foi investigado pela imunomarcação das proteínas de choque térmico HSP70 e HSP90 em conjunto com a detecção de morte celular pelo ensaio de TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling). Os dados mostraram que, no cérebro, o TMX aumentou a atividade de acetilcolinesterase (AChE) em 1, 3 e 5 dias de exposição, enquanto a carboxilesterase (CaE) diminuiu no primeiro dia e a glutationa s-transferase (GST) aumentou no quinto dia. Por sua vez, as enzimas antioxidantes foram menos atuantes no cérebro, sendo que somente a glutationa peroxidase (GPX) apresentou aumento da atividade no primeiro dia de exposição. No intestino, não houve resposta da fosfatase alcalina (FAL) e da GST,mas houve declínio da atividade de CaE no primeiro e no quinto dia de contaminação. Diferentemente do cérebro, as enzimas antioxidantes foram mais afetadas no intestino ocorrendo aumento da superóxido dismutase (SOD) no quinto dia e da GPX no terceiro. O teste das substâncias reativas ao ácido tiobarbituríco (TBARS) só apresentou aumento da determinação da peroxidação lipídica no intestino, após 5 dias de exposição. Adicionalmente, foi possível observar imunomarcação aumentada de HSP70 e HSP90 no cérebro e no intestino em praticamente todos os tempos analisados (com exceção da HSP90 no cérebro nas primeiras 24hrs de exposição), mas não foi detectada presença de morte celular em nenhum dos grupos avaliados. Os dados gerados indicam que, de uma forma geral, o TMX induziu alteração das enzimas biomarcadoras de exposição, principalmente no tecido nervoso, enquanto que as enzimas antioxidantes foram moduladas principalmente no intestino. Além disso, os resultados evidenciam que a alta expressão das HSPs 70 e 90 tem efeito protetivo, evitando a morte celular no cérebro e no tecido epitelial do intestino das abelhas expostas a dose subletal do neonicotinóide. Portanto, embora o TMX tenha provocado a resposta do sistema antioxidante, ativado enzimas biomarcadoras para detoxificação e as HSPs de maneiras diferentes entre o cérebro e o intestino, a dose subletal utilizada e o tempo de exposição de até 5 dias não foram suficientes para causar danos celulares mais extensos como o processo de morte celular com quebra de DNA, por exemplo. Uma segunda parte do estudo foi realizada na University of Birmingham (UK) e mostrou que doses subletais de pesticidas como o TMX, o fungicida carbendazim (CAB) e o herbicida glifosato (GLF) não foram suficientes para causar alteração no padrão de splicing alternativo dos genes Dscam e elav, envolvidos com a formação da rede de neurônios do sistema nervoso, assim como não foram observadas alterações para o gene Xbp1, que à partir de um tipo diferente de splicing, desencadeia uma resposta que evita o acúmulo de proteínas mal dobradas (UPR) sob condições de estresse. Esses resultados sugerem que as doses subletais utilizadas e o tempo de exposição (1 dia) não foram suficientes para induzir respostas nesses 3 genes como biomarcadores em A. mellifera. Por meio de ensaios enzimáticos, da imunomarcação de HSPs e morte celular e de técnicas de biologia molecular para detecção de splicing alternativo, esse estudo contribui com diversos dados que caracterizam os efeitos do neonicotinóide TMX nas abelhas A. mellifera, fornecendo assim informações que podem embasar argumentos para conduzir a discussão sobre as leis regulamentadoras do uso desses agrotóxicos e o manejo destes polinizadores em áreas agrícolas.
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