Concepções de educadores da área de ciências da natureza associadas ao Programa Escola sem Partido e à Ideologia de Gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Orofino, Paula Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/153556
Resumo: As questões de gênero estão presentes de forma direta e indireta nas relações que a sociedade institui e que direcionam os papéis pré-estabelecidos da mulher e/ou do homem, podendo reproduzir desigualdades na vida pessoal e profissional entre os dois. As ciências sociais definem gênero como uma construção social do sexo anatômico e produto da realidade social, ou seja, baseia-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, mas a maneira de ser homem ou mulher é realizada pela cultura independente da anatomia de seus corpos. O ambiente escolar pode ser um meio de reprodução de diferenças sociais e imposição de padrões culturais relacionados às questões de gênero, em que educadores e educadoras podem reforçar preconceitos e estereótipos de gênero. É possível observar que as questões de gênero incidem no interesse entre meninos e meninas por carreiras científicas e tecnológicas. Há uma discussão referente a esse tema e que condiz com o Movimento do Programa Escola sem Partido, o qual se faz presente em projetos de leis estaduais e municipais no Brasil e que dispõe sobre a sua inclusão no sistema educacional de ensino. Entre vários pressupostos, o movimento veta a aplicação dos postulados da Teoria ou Ideologia de Gênero. Nessa perspectiva, esta pesquisa tem por objetivo identificar as concepções de educadores da área de Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química),de uma rede estadual de ensino,a respeito do Programa Escola sem Partido e das questões de gênero no que condiz com a presença de mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas.Para fundamentar a análise, esta pesquisa utiliza como referencial teórico as ideias de Paulo Freire presentes em sua obra “Pedagogia do Oprimido”. A constituição dos dados é formada por questionários e entrevistas semi-estruturada se a análise dos dados utiliza como referência a Análise de Conteúdo Categorial proposta por Laurence Bardin.Os resultados mostram que as concepções dos educadores a respeito do Programa Escola sem Partido apresentam a força da falsa dicotomia expressa pelo programa: a existência de uma escola “com” partido. Essas concepções são baseadas em argumentações contraditórias e não corroboram com a própria Natureza da Ciência e com as pesquisas do ensino de ciências que objetivam formar cidadãos autônomos e críticos. Com relação às questões de gênero, muitos desses educadores não compreendem o gênero como uma construção social do sexo anatômico e produto da realidade social, porém reconhecem que, atualmente, há uma maior atuação das mulheres no meio científico, embora já tenham presenciado situações que representam as dificuldades que as mulheres têm com relação à discriminação e aos preconceitos que sofrem ao se referirem à maternidade e às questões familiares, ao assédio e às carreiras pré-estabelecidas para homens e mulheres.
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As ciências sociais definem gênero como uma construção social do sexo anatômico e produto da realidade social, ou seja, baseia-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, mas a maneira de ser homem ou mulher é realizada pela cultura independente da anatomia de seus corpos. O ambiente escolar pode ser um meio de reprodução de diferenças sociais e imposição de padrões culturais relacionados às questões de gênero, em que educadores e educadoras podem reforçar preconceitos e estereótipos de gênero. É possível observar que as questões de gênero incidem no interesse entre meninos e meninas por carreiras científicas e tecnológicas. Há uma discussão referente a esse tema e que condiz com o Movimento do Programa Escola sem Partido, o qual se faz presente em projetos de leis estaduais e municipais no Brasil e que dispõe sobre a sua inclusão no sistema educacional de ensino. Entre vários pressupostos, o movimento veta a aplicação dos postulados da Teoria ou Ideologia de Gênero. Nessa perspectiva, esta pesquisa tem por objetivo identificar as concepções de educadores da área de Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química),de uma rede estadual de ensino,a respeito do Programa Escola sem Partido e das questões de gênero no que condiz com a presença de mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas.Para fundamentar a análise, esta pesquisa utiliza como referencial teórico as ideias de Paulo Freire presentes em sua obra “Pedagogia do Oprimido”. A constituição dos dados é formada por questionários e entrevistas semi-estruturada se a análise dos dados utiliza como referência a Análise de Conteúdo Categorial proposta por Laurence Bardin.Os resultados mostram que as concepções dos educadores a respeito do Programa Escola sem Partido apresentam a força da falsa dicotomia expressa pelo programa: a existência de uma escola “com” partido. Essas concepções são baseadas em argumentações contraditórias e não corroboram com a própria Natureza da Ciência e com as pesquisas do ensino de ciências que objetivam formar cidadãos autônomos e críticos. Com relação às questões de gênero, muitos desses educadores não compreendem o gênero como uma construção social do sexo anatômico e produto da realidade social, porém reconhecem que, atualmente, há uma maior atuação das mulheres no meio científico, embora já tenham presenciado situações que representam as dificuldades que as mulheres têm com relação à discriminação e aos preconceitos que sofrem ao se referirem à maternidade e às questões familiares, ao assédio e às carreiras pré-estabelecidas para homens e mulheres.Gender issues are present in a direct and indirect way in the relations established by society and that direct the pre-established roles of women and / or men and can reproduce inequalities in personal and professional life between the two. The social sciences define gender as a social construction of the anatomical sex and product of social reality, that is, it is based on the reasoning that there are males and females in the human species, but the way of being male or female is realized by the culture independent of anatomy of their bodies. The school environment can be a means of reproducing social differences and imposing cultural patterns related to gender issues, in which educators can reinforce gender biases and stereotypes. It is possible to observe that gender issues focus on the interest between boys and girls for scientific and technological careers. There is a discussion regarding this theme and that is in line with the Movement of the School without the Party Program, which is present in projects of state and municipal laws in Brazil and that provides for their inclusion in the educational system of education. Among several assumptions, the movement vetoes the application of the postulates of the Theory or Ideology of Gender. In this perspective, this research aims to identify the conceptions of educators in the area of Natural Sciences (Biology, Physics and Chemistry) of a state education network regarding the School without the Party Program and the gender issues in that it matches the presence of women in scientific and technological careers. In order to base the analysis, this research uses as theoretical reference the ideas of Paulo Freire present in his work "Pedagogy of the Oppressed". Data collection consists of questionnaires and semi-structured interviews and data analysis uses the Categorical Content Analysis proposed by Laurence Bardin. The results show that the educators' conceptions of the Non-Party School Program show the strength of the false dichotomy expressed by the program: the existence of a "with" school. These conceptions are based on contradictory arguments and do not corroborate with the very Nature of Science and with the researches of science teaching that aim to form autonomous and critical citizens. Regarding gender issues, many of these educators do not understand gender as a social construct of anatomical sex and a product of social reality, but recognize that there is now a greater role for women in science, although they have already witnessed situations that represent the difficulties women face in relation to discrimination and the prejudices they suffer when they refer to motherhood and family issues, harassment and the pre-established careers for men and women.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Assis, Alice [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Orofino, Paula Santos2018-04-16T20:16:16Z2018-04-16T20:16:16Z2018-02-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15355600090009933004056079P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-16T06:10:02Zoai:repositorio.unesp.br:11449/153556Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:49:43.054501Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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