Uma leitura da problemática da heroína em Madame Bovary, de Gustave Flaubert

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vacari, Priscila Duarte Baldini
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/153305
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo fazer uma leitura analítica da personagem central da obra Madame Bovary, a senhora Emma Bovary, discorrendo sobre três eixos fundamentais: os desacordos de Emma com o outro, consigo mesma e o conflito com o mundo. Nossa interpretação, tendo por base o ensaio de Vargas Llosa (2015) e a crítica de James Wood (2014), a observou como a personagem da consciência infeliz e do constante tédio e insatisfação pessoal. Dentre alguns aspectos, ela fugiria das figuras de tipo idealizado de conduta feminina que seriam conhecidas por intermédio das mulheres da sociedade burguesa europeia do século XIX, pois seus gestos e comportamentos, durante todo o romance, seriam marcados por uma ideia de “virilidade” (Vargas Llosa), que foge aos padrões românticos e bem comportados de figuração feminina. Tendo em vista tratarmos de um romance considerado uma “narrativa moderna de ficção” (James Wood), abordamos alguns apontamentos acerca da noção de modernidade e modernidade literária. Adentramos, também, em uma breve discussão acerca das teorias sobre o romance, enquanto gênero inacabado e realista, que representou a sociedade burguesa e fez emergir a figura do herói romanesco, um indivíduo problemático. Nesse sentido, a partir dos três desacordos analisados, apuramos a estratégia de Gustave Flaubert em utilizar uma mulher como precursora do que se configurou como herói problemático. Observamos, assim, como um dos grandes romances realistas do século XIX foi construído a partir de uma personagem com toda a complexidade de seus anseios, maneiras de agir e vontades, que acabou por se converter em uma das mais emblemáticas heroínas dos romances modernos.
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