Um contradiscurso à ciência moderna

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Marcelo Rodrigues [UNESP]
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/154838
Resumo: O objetivo geral desta pesquisa – teórica e qualitativa – é realizar uma crítica à centralidade que a razão científica ocupa na contemporaneidade em detrimento de outras formas de reflexão. A partir de um possível contradiscurso à ciência moderna, a tese pretende realçar a variabilidade e a pluralidade como condições inerentes aos saberes. Assim, debater o protagonismo ocupado pela ciência, muitas vezes tratada como o único meio eficaz de interpretação das realidades, fundamenta o interesse do estudo – baseado em análises antropológicas e sociológicas que não possuem a intenção de definir conceitos universais ou teorias gerais abrangentes. Ao questionar o projeto moderno e parte de suas convenções epistemológicas, o texto se contrapõe às construções de pensamento que hierarquizam as racionalidades e conduzem o conhecimento acadêmico ao status de detentor das verdades. O problema aqui enfrentado traz componentes históricos e informativos acerca da elevação de um paradigma científico hegemônico, vinculado majoritariamente ao hemisfério Norte e ao Ocidente, que se sobressai enquanto sistema explicativo, subalternizando outras formas de cognição. Através de um recurso metodológico chamado de cabotagem, a tese se propõe a apresentar um movimento intelectual crítico à ciência moderna, o qual evidencia os processos de silenciamento de outras fontes de saber. Esse silenciamento decorre de circunstâncias históricas, como o colonialismo e a colonialidade, que reforçam a suposta superioridade das vozes racionais hegemônicas, especialmente, em relação às falas do Sul e do Oriente. As referências essenciais da pesquisa são o português, Boaventura de Sousa Santos; e o argentino, Walter Mignolo, autores preocupados com a associação entre crítica epistemológica e crítica social. Os dois estão atentos à questão da modernidade, identificando-a enquanto um fenômeno que, embora reivindique uma condição totalizante e global, possui limites claramente ocidentais e eurocentrados. Por isso, para ambos, o projeto moderno é limitado, sua abrangência não traduz a heterogeneidade das inúmeras experiências sociais locais presentes no mundo. Sendo assim, Santos e Mignolo avaliam a importância de incluir à compreensão da modernidade seu lado colonial, e reafirmam a multiplicidade interpretativa e cognitiva das sociedades em contraponto ao discurso universalizante da ciência moderna.
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Ao questionar o projeto moderno e parte de suas convenções epistemológicas, o texto se contrapõe às construções de pensamento que hierarquizam as racionalidades e conduzem o conhecimento acadêmico ao status de detentor das verdades. O problema aqui enfrentado traz componentes históricos e informativos acerca da elevação de um paradigma científico hegemônico, vinculado majoritariamente ao hemisfério Norte e ao Ocidente, que se sobressai enquanto sistema explicativo, subalternizando outras formas de cognição. Através de um recurso metodológico chamado de cabotagem, a tese se propõe a apresentar um movimento intelectual crítico à ciência moderna, o qual evidencia os processos de silenciamento de outras fontes de saber. Esse silenciamento decorre de circunstâncias históricas, como o colonialismo e a colonialidade, que reforçam a suposta superioridade das vozes racionais hegemônicas, especialmente, em relação às falas do Sul e do Oriente. As referências essenciais da pesquisa são o português, Boaventura de Sousa Santos; e o argentino, Walter Mignolo, autores preocupados com a associação entre crítica epistemológica e crítica social. Os dois estão atentos à questão da modernidade, identificando-a enquanto um fenômeno que, embora reivindique uma condição totalizante e global, possui limites claramente ocidentais e eurocentrados. Por isso, para ambos, o projeto moderno é limitado, sua abrangência não traduz a heterogeneidade das inúmeras experiências sociais locais presentes no mundo. Sendo assim, Santos e Mignolo avaliam a importância de incluir à compreensão da modernidade seu lado colonial, e reafirmam a multiplicidade interpretativa e cognitiva das sociedades em contraponto ao discurso universalizante da ciência moderna.El objetivo general de esta investigación – teórica y cualitativa – es realizar una crítica a la centralidad que la razón científica ocupa en la contemporaneidad en detrimento de otras formas de reflexión. A partir de un posible contradiscurso a la ciencia moderna, la tesis pretende realzar la variabilidad y la pluralidad como condiciones inherentes a los saberes. De este modo, debatir el protagonismo ocupado por la ciencia, muchas veces tratada como el único medio eficaz de interpretación de las realidades, fundamenta el interés del estudio – basado en análisis antropológicas y sociológicas que no poseen la intención de definir conceptos universales o teorias generales abarcadoras. Al cuestionar el proyecto moderno y parte de sus convenciones epistemológicas, el texto se contrapone a las construcciones del pensamiento que jerarquían las racionalidades y conducen el conocimiento académico al de detentor de las verdades. El problema aquí enfrentado trae componentes históricos e informativos cerca de la elevación de un paradigma científico hegemónico, vinculado mayoritariamente al hemisferio Norte y al Occidente, que se destaca como sistema explicativo subalterinizando otras formas de cognición. A través de un recurso metodológico llamado de cabotaje, la tesis se propone a presentar un movimiento intelectual crítico a la ciencia moderna, que aclara los procesos de silenciamiento de otras fuentes de saber. Este silenciamiento discurre de las circunstancias históricas, como el colonialismo y la colonialidad, que refuerzan la suposta superioridad de las voces racionales hegemónicas especialmente en relación a las falas del sur y del Oriente. Las referencias esenciales de la investigación son el português, Boaventura de Sousa Santos; y el argentino, Walter Mignolo, autores preocupados con la asociación entre crítica epistemológica y crítica social. Los dos están atentos a la cuestión de la modernidad, identificándola como un fenómeno que, aunque reivindique una condición totalizante y global, posee límites claramente occidentales y eurocentrados. Por eso, para ambos, el proyecto moderno és limitado, su alcance no traduce la heterogeneidad de las innúmeras experiencias sociales locales presentes em el mundo. De esta forma, Santos y Mignolo evalúan la importancia de incluir a la compreensión de la modernidad su lado colonial y reiteran la multiplicidad interpretativa y cognitiva de las sociedades en contrapuesto al discurso universalizante de la ciencia moderna.This research – theoretical and qualitative – aims to criticize the centrality that scientific reason occupies in contemporaneity, instead of other forms of reflection. Starting from an argumentation over modern science, the thesis aspire to show the variability and pluralism as a part of knowledge itself. This way discussing science protagonism, usually considered the only effective way of interpreting the realities, gives the foundation to the research – based in anthropological and sociological analysis which do not have the goal to point universal concepts or general theories. Questioning the modern project and some of its epistemological beliefs, the paper puts itself over thinking that hierarchize rationalities and guide academical knowledge to truth holder status. Informational and historical components about a hegemonic scientific knowledge connected to North and Occident, which underlies others. Using a methodological ploy named cabotage, the thesis aims to present a critical movement to modern science, which underline the silencing process of other knowledge origin. This silencing from historical circumstances as colonialism and coloniality, ramp up this underling. The main references to the research are the works of the Portuguese author Boaventura de Sousa Santos and the Argentinian Walter Mignolo, both caring about the association between epistemological and social critic. They notice the modernity, pointing as an phenomenon, even presenting itself as global, that have limits and do not broach the vast social experiences present worldwide. This way, Santos and Mignolo points the importance to include this multiple possibility against the universal speech of modern science.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Teixeira, Paulo Eduardo [UNESP]Rubim, Christina de Rezende [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lemos, Marcelo Rodrigues [UNESP]2018-08-10T19:41:16Z2018-08-10T19:41:16Z2018-08-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15483800090682433004110042P8966252294591430544578133998764060000-0003-3246-5059porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-12T19:13:53Zoai:repositorio.unesp.br:11449/154838Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-12T19:13:53Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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