Acervo de fungos endofíticos associados ao maracujá (Passiflora incarnata): preservação e potencial de biocontrole contra fitopatógenos

• Autor(a) principal: Alves, Fernanda Correia
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/239279
• topic: Fungos endofíticos; Controle biológico; Fitopatógenos; Agricultura sustentável; Endophytic fungi; Biological control; Phytopathogens; Sustainable agriculture

A espécie Passiflora incarnata, conhecida popularmente por maracujazeiro, destaca-se na indústria farmacológica mundial auxiliando no tratamento da ansiedade, distúrbios do sono e transtornos nervosos. O setor de fitoterápicos constitui uma significativa parcela do mercado do agronegócio; a utilização de plantas medicinais encontra-se em destaque no mercado farmacêutico nacional e internacional. Este cenário explica e justifica a importância de pesquisas que envolvam o mercado econômico, as formas de cultivo e a sua obtenção desses fármacos. Os fungos endofíticos geralmente habitam o interior dos tecidos vegetais, de onde conseguem desempenhar funções relevantes para a planta aumentando, por exemplo, a sobrevivência das mudas, ao propiciar resistência a vários patógenos e a condições abióticas adversas. Os fitopatógenos Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium oxysporum, F. solani e Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae utilizados nesse trabalho, foram selecionados porque atacam os cultivos de P. incarnata prejudicando a produtividade dos cultivos e, consequentemente, a produção final do medicamento. A conscientização sobre os impactos causados pelo uso de defensivos agrícolas despertou o interesse por alternativas como a aplicação de defensivos biológicos, que apresentam resultados satisfatórios com produção segura e sustentável. A área tem recebido atenção e investimento, atendendo ao segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois gera estratégias que podem minimizar o uso de agentes tóxicos. Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram purificar, preservar e revelar a atividade antagonista dos fungos endofíticos isolados da folha de P. incarnata frente aos fitopatógenos citados, e confirmar a patogenicidade dos mesmos. Dentre os 50 fungos triados, 44 apresentaram tempo de crescimento adequado (7 dias) para a realização dos testes de antagonismo. Os ensaios revelaram 5 endofíticos promissores na inibição dos fitopatógenos testados. O fungo filamentoso T. longibrachiatum (LMA 1684) inibiu o crescimento de F. solani, C. gloesporioides, F. oxysporum e X. axonopodis pv. passiflorae 51%, 76%, 55% e 88%, respectivamente. Enquanto, os fungos endofíticos FNEC 1 (LMA 1731), FNEC 2 (LMA 1608) e Chaetomium complexo globosum (LMA 1793) inibiram o crescimento da bactéria fitopatogênica X. axonopodis em um percentual de 95%, 74% e 66%, respectivamente. O fungo Fusarium sp. (LMA 1722) inibiu o crescimento de C. gloesporioides, F. oxysporum e X. axonopodis pv. passiflorae 60%, 61% e 59%, respectivamente. O teste de patogenicidade evidenciou a virulência expressa pelos fitopatógenos que causam as doenças nos hospedeiros vegetais e os sintomas se assemelham aos citados na literatura. Este trabalho representa um ponto inicial para o desenvolvimento de um produto de controle biológico. Desse modo, os 5 endofíticos promissores no teste de antagonismo constituem uma importante contribuição desse estudo para futuros estudos de interesse para a bioeconomia do agronegócio.