Vivências afetivo-sexuais de mulheres travestis e transexuais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Frida Pascio [UNESP]
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/194086
Resumo: Este trabalho é uma investigação analítica sobre as vivências afetivo-sexuais de mulheres travestis e trans heterossexuais não-transgenitalizadas. A temática trans já é investigada há algum tempo quanto aos aspectos médicos, psicológicos, sociais, jurídicos, porém, o campo do afeto, da afetividade, costuma ser preterido. Esquecem-se que, assim como as pessoas cisgêneras, pessoas travestis e trans também sentem afeto, e mais importante do que isto, também necessitam receber afeto em troca. Por tal razão, esta seara estará a ser desbravada e que seja este um pontapé inicial para muitas produções acadêmicas sobre a afetividade trans, sobre relações sexuais que muitas vezes são sem afeto, reconhecimento, dignidade ou cidadania. Para isto foi realizada uma investigação com entrevistas semiestruturadas que, posteriormente, foram categorizadas e analisadas utilizando a Análise Temática e a Pesquisa Social de Gomes (2016). Também foi feito um trabalho autoetnográfico baseado em Vergueiro (2015), hooks (1994), Smith (2005) e Andalzúa & Moraga (1983). A autoetnografia foi escolhida, pois também sou uma mulher trans heterossexual não-transgenitalizada e, desta maneira, realizei uma análise comparativa das vivências afetivo-sexuais dessas mulheres trans com as minhas, uma análise comparativa nossa e que consigamos (uso a primeira pessoa do plural “nós”, porque é um trabalho em parceria, uma luta coletiva por direitos, dignidade, respeito, vida) a partir dos resultados, coletivamente, pensarmos em políticas públicas de combate ao machismo, sexismo, misoginia, abuso, opressão, utilitarismo e transfobia. Este trabalho não é apenas acadêmico, é um manifesto de resistência e resiliência políticos, isto é, uma voz em defesa de toda uma comunidade tão vilipendiada, torturada, assassinada, vista como aberração, inumana, de ‘corpos ininteligíveis’, apenas relegados ao campo do abjeto.
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Por tal razão, esta seara estará a ser desbravada e que seja este um pontapé inicial para muitas produções acadêmicas sobre a afetividade trans, sobre relações sexuais que muitas vezes são sem afeto, reconhecimento, dignidade ou cidadania. Para isto foi realizada uma investigação com entrevistas semiestruturadas que, posteriormente, foram categorizadas e analisadas utilizando a Análise Temática e a Pesquisa Social de Gomes (2016). Também foi feito um trabalho autoetnográfico baseado em Vergueiro (2015), hooks (1994), Smith (2005) e Andalzúa & Moraga (1983). A autoetnografia foi escolhida, pois também sou uma mulher trans heterossexual não-transgenitalizada e, desta maneira, realizei uma análise comparativa das vivências afetivo-sexuais dessas mulheres trans com as minhas, uma análise comparativa nossa e que consigamos (uso a primeira pessoa do plural “nós”, porque é um trabalho em parceria, uma luta coletiva por direitos, dignidade, respeito, vida) a partir dos resultados, coletivamente, pensarmos em políticas públicas de combate ao machismo, sexismo, misoginia, abuso, opressão, utilitarismo e transfobia. Este trabalho não é apenas acadêmico, é um manifesto de resistência e resiliência políticos, isto é, uma voz em defesa de toda uma comunidade tão vilipendiada, torturada, assassinada, vista como aberração, inumana, de ‘corpos ininteligíveis’, apenas relegados ao campo do abjeto.Este trabajo es una investigación analítica sobre las experiencias afectivo-sexuales de mujeres travestis y transexuales heterosexuales no transgenitalizadas. La temática trans ha sido investigada desde hace algún tiempo en cuanto a aspectos médicos, psicológicos, sociales y legales, sin embargo, el campo del afecto, de la afectividad, suele pasarse por alto. Olvidan que, al igual que las personas cisgénero, las personas travestis y trans también sienten afecto y, lo que es más importante, también necesitan recibir afecto a cambio. Por ello, se está explorando este campo y que es el punto de partida de muchas producciones académicas sobre la afectividad trans, sobre las relaciones sexuales muchas veces sin afecto, reconocimiento, dignidad o ciudadanía. Para ello, realizamos una investigación con entrevistas semiestructuradas que posteriormente fueran categorizadas y analizadas utilizando el Análisis Temático y la Investigación Social de Gomes (2016). También se realizõ un trabajo autoetnográfico basado en Vergueiro (2015), hooks (1994), Smith (2005) y Andalzúa & Moraga (1983). Se eligió la autoetnografía, porque también soy una mujer trans heterosexual no transgenitalizada y, de esta manera, hizimos un análisis comparativo de las vivencias afectivo-sexuales de estas mujeres trans con las mías, un análisis comparativo nuestro y que possamos (uso la primera persona de la plural "nosotros", porque es un trabajo solidario, una lucha colectiva por los derechos, la dignidad, el respeto, la vida) con los resultados, colectivamente, pensar en políticas públicas para combatir el machismo, el sexismo, la misoginia, el abuso, la opresión, el utilitarismo. y transfobia. Esta obra no es solo académica, es un manifiesto de resistencia política y resiliencia, es decir, una voz en defensa de toda una comunidad tan vilipendiada, torturada, asesinada, vista como una aberración inhumana, de 'cuerpos ininteligibles', solo relegada al campo de lo abyecto.This work is an analytical investigation about the affective-sexual experiences of non-trans-genitalized heterosexual transvestite and trans women. The trans thematic has been investigated for some time in terms of medical, psychological, social and legal aspects, however, the field of affection, of affectivity, is usually overlooked. They forget that, just like cisgender people, transvestite and trans people also feel affection, and more importantly, they also need to receive affection in return. For this reason, this field is being explored and that is a starting point for many academic productions on trans affectivity, on sexual relations that are often without affection, recognition, dignity or citizenship. For this, an investigation has been carried out with semi-structured interviews that will later be categorized and analyzed using the Thematic Analysis and the Social Research of Gomes (2016). An auto-ethnographic work based on Vergueiro (2015), hooks (1994), Smith (2005) and Andalzúa & Moraga (1983) has also beeen done. Self-ethnography was chosen, because I am also a non-trans-genitalized heterosexual trans woman and, in this way, a comparative analysis of the affective-sexual experiences of these trans women with mine own was carried out, a comparative analysis of ourselves and that we can manage (I use the first person of the plural "us", because it is a partnership work, a collective struggle for rights, dignity, respect, life), after analyzing the results to, collectively, think about public policies to fight machismo, sexism, misogyny, abuse, oppression, utilitarianism and transphobia. This work is not only academic, it is a manifesto of political resistance and resilience, that is, a voice in defense of an entire community so vilified, tortured, murdered, seen as an inhuman aberration, of 'unintelligible bodies', only relegated to the field of the abject.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Knudsen, Patrícia Porchat Pereira da Silva [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Monteiro, Frida Pascio [UNESP]2020-10-14T16:57:01Z2020-10-14T16:57:01Z2020-08-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19408633004030083P025889409245236810000-0002-6192-0682porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T14:18:12Zoai:repositorio.unesp.br:11449/194086Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:01:22.960619Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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