Estigma e discriminação entre adultos com transtornos psiquiátricos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie |
Texto Completo: | http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22770 |
Resumo: | O estigma associado aos transtornos psiquiátricos é um obstáculo para os cuidados adequados em saúde mental. Ele contribui para a limitação do acesso aos serviços, emprego, habitação e demais direitos sociais. Nesta perspectiva, a presente pesquisa buscou conhecer a produção de estudos no campo do estigma na saúde mental no Brasil e identificar os preditores das experiências de estigma e discriminação vivenciadas por pessoas com transtornos psiquiátricos, como fatores sociodemográficos (escolaridade, sexo, idade e situação empregatícia) e clínicos (tipo de diagnóstico e presença de ideação suicida). Em relação aos aspectos metodológicos, a dissertação foi dividida em dois estudos: 1) um estudo de revisão de literatura sobre o estigma em relação aos transtornos psiquiátricos na população brasileira; e 2) um estudo empírico de desenho quantitativo transversal. No estudo de revisão de literatura, foram selecionados 20 artigos extraídos das bases PubMed e Scielo utilizando os descritores “estigma”, “saúde mental” e “Brasil”. Os critérios de inclusão foram: estudos com dados empíricos sobre o estigma relacionado à saúde mental; amostras/participantes brasileiros; e publicados nos idiomas Português, Inglês ou Espanhol. No estudo empírico transversal a amostra foi constituída por 100 pessoas com idade entre 18 a 60 anos de idade e de ambos os sexos. Os participantes tinham os diagnosticados de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia e eram usuários do Ambulatório de Psiquiatria do Hospital do Servidor Público Estadual. Utilizou-se a Escala Abreviada Sobre Discriminação e Estigma (DISCUS), além de itens de outros questionários breves com perguntas de múltipla abarcando: a) aspectos clínicos (tipo de diagnóstico; presença/ausência de ideação suicida); b) perfil sociodemográfico, incluindo sexo, idade, escolaridade e situação empregatícia); c) características pessoais como autoestima e bem-estar emocional. A análise estatística seguiu o seguinte caminho: 1) verificação da normalidade das variáveis quantitativas segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov; 2) utilização do teste de correlação entre duas variáveis intervalares com distribuição normal por meio do teste paramétrico de Pearson e teste não paramétrico de Spearman para as variáveis sem distribuição normal; 3) utilização do teste T para as variáveis independentes com duas categorias; e 4) nas variáveis independentes com três ou mais categorias, o teste não-paramétrico de Análise de Variância ANOVA. No estudo de revisão verificou-se que, de maneira geral, os trabalhos de pesquisa sobre o estigma na saúde mental realizados no Brasil buscaram: 1) investigar modelos de intervenção contra o estigma, dentre os quais destacam-se o modelo educativo e de contato; 2) compreender as crenças e atitudes do público geral, de estudantes e profissionais de saúde em relação a pessoas com problemas de saúde mental; e 3) compreender as experiências do estigma na vida de indivíduos transtornos psiquiátricos. No estudo empírico os resultados descritivos revelaram maior frequência de experiências de estigma/discriminação vivenciadas no ambiente de trabalho, nas amizades e nas relações interpessoais. A partir do modelo de regressão linear multivariado, observou-se que as variáveis escolaridade, diagnóstico de ansiedade, bipolaridade e depressão (em relação à esquizofrenia) e ideação suicida tiveram efeitos independentes sobre as experiências de estigma/discriminação vivenciadas. Este modelo foi estatisticamente significativo (p<0,001) e as variáveis que compõem o modelo final explicaram a maior proporção da variância do estigma (R2 = 20,27%). Como conclusões gerais, observou-se que os dois estudos realizados no contexto da presente dissertação (de revisão de literatura e empírico/transversal) revelaram que a escolaridade possui um papel relevante na percepção de situações estigmatizantes e que os estereótipos negativos, tipo de diagnóstico e ideação suicida pode interferir negativamente na vida de pessoas com problemas de saúde mental. Sugere-se a realização de novos estudos que busquem identificar outras variáveis que interferem na vida de pessoas com transtornos psiquiátricos, como questões socioeconômicas e étnicas, a fim de desenvolver e implementar políticas de intervenção para a redução do estigma relacionados aos transtornos psiquiátricos. |
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Em relação aos aspectos metodológicos, a dissertação foi dividida em dois estudos: 1) um estudo de revisão de literatura sobre o estigma em relação aos transtornos psiquiátricos na população brasileira; e 2) um estudo empírico de desenho quantitativo transversal. No estudo de revisão de literatura, foram selecionados 20 artigos extraídos das bases PubMed e Scielo utilizando os descritores “estigma”, “saúde mental” e “Brasil”. Os critérios de inclusão foram: estudos com dados empíricos sobre o estigma relacionado à saúde mental; amostras/participantes brasileiros; e publicados nos idiomas Português, Inglês ou Espanhol. No estudo empírico transversal a amostra foi constituída por 100 pessoas com idade entre 18 a 60 anos de idade e de ambos os sexos. Os participantes tinham os diagnosticados de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia e eram usuários do Ambulatório de Psiquiatria do Hospital do Servidor Público Estadual. Utilizou-se a Escala Abreviada Sobre Discriminação e Estigma (DISCUS), além de itens de outros questionários breves com perguntas de múltipla abarcando: a) aspectos clínicos (tipo de diagnóstico; presença/ausência de ideação suicida); b) perfil sociodemográfico, incluindo sexo, idade, escolaridade e situação empregatícia); c) características pessoais como autoestima e bem-estar emocional. A análise estatística seguiu o seguinte caminho: 1) verificação da normalidade das variáveis quantitativas segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov; 2) utilização do teste de correlação entre duas variáveis intervalares com distribuição normal por meio do teste paramétrico de Pearson e teste não paramétrico de Spearman para as variáveis sem distribuição normal; 3) utilização do teste T para as variáveis independentes com duas categorias; e 4) nas variáveis independentes com três ou mais categorias, o teste não-paramétrico de Análise de Variância ANOVA. No estudo de revisão verificou-se que, de maneira geral, os trabalhos de pesquisa sobre o estigma na saúde mental realizados no Brasil buscaram: 1) investigar modelos de intervenção contra o estigma, dentre os quais destacam-se o modelo educativo e de contato; 2) compreender as crenças e atitudes do público geral, de estudantes e profissionais de saúde em relação a pessoas com problemas de saúde mental; e 3) compreender as experiências do estigma na vida de indivíduos transtornos psiquiátricos. No estudo empírico os resultados descritivos revelaram maior frequência de experiências de estigma/discriminação vivenciadas no ambiente de trabalho, nas amizades e nas relações interpessoais. A partir do modelo de regressão linear multivariado, observou-se que as variáveis escolaridade, diagnóstico de ansiedade, bipolaridade e depressão (em relação à esquizofrenia) e ideação suicida tiveram efeitos independentes sobre as experiências de estigma/discriminação vivenciadas. Este modelo foi estatisticamente significativo (p<0,001) e as variáveis que compõem o modelo final explicaram a maior proporção da variância do estigma (R2 = 20,27%). Como conclusões gerais, observou-se que os dois estudos realizados no contexto da presente dissertação (de revisão de literatura e empírico/transversal) revelaram que a escolaridade possui um papel relevante na percepção de situações estigmatizantes e que os estereótipos negativos, tipo de diagnóstico e ideação suicida pode interferir negativamente na vida de pessoas com problemas de saúde mental. Sugere-se a realização de novos estudos que busquem identificar outras variáveis que interferem na vida de pessoas com transtornos psiquiátricos, como questões socioeconômicas e étnicas, a fim de desenvolver e implementar políticas de intervenção para a redução do estigma relacionados aos transtornos psiquiátricos.Stigma associated with others psychiatric disorders is an obstacle to mental health care. It contributes to limiting access to services, employment, habitation and other social rights. From that perspective, this research aimed to know the production of studies in the field of mental health stigma in Brazil and identify the predictors of stigma and discrimination experiences lived by people with psychiatric disorders, such as sociodemographic (education, gender, age, employment status) and clinical factors (type of diagnosis and presence of suicidal ideation). Regarding the methodological aspects, this dissertation was divided into two studies: 1) a literature review about stigma related to psychiatric disorders on Brazilian population; and 2) an empirical study of quantitative cross-sectional design. In the literature review, were selected 20 articles extracted from the PubMed and Scielo databases using the descriptors “stigma”, “mental health” and “Brazil”. Inclusion criteria were studies with empirical data on stigma related to mental health; Brazilian samples/participants; and published in Portuguese, English or Spanish. In the cross-sectional empirical study, the sample consisted of 100 people aged between 18 and 60 years and of both genders. Participants were diagnosed with depression, anxiety, bipolar disorder and schizophrenia and were users of the Psychiatric Outpatient Clinic of the State Public Servant Hospital. It was used the Abbreviated Discrimination and Stigma Scale (DISCUS), as well as items from other brief questionnaires with multiple questions covering: a) clinical aspects (type of diagnosis; presence/absence of suicidal ideation); b) sociodemographic profile, gender, age, education level and employment status); c) personal characteristics such as self-esteem and emotional well-being. Statistical analysis followed: 1) verification of the normality of quantitative variables according to the Kolmogorov-Smirnov test; 2) use of the correlation test between two interval variables with normal distribution using Pearson's parametric test and Spearman's nonparametric test for variables without normal distribution; 3) use of the T test for independent variables with two categories; and 4) in independent variables with three or more categories, the nonparametric ANOVA analysis of variance. In the review study it was found that, in general, research work of stigma in mental health conducted in Brazil sought to: 1) investigate models of intervention against stigma, among which stand out the educational and contact model; 2) understand the beliefs and attitudes of the general public, students and health professionals towards people with mental health problems; and 3) understand the experiences of stigma in the life of individuals with psychiatric disorders. In the empirical study, the descriptive results revealed a higher frequency of stigma/discrimination experiences in the workplace, friendships and interpersonal relationships. From the multivariate linear regression model, it was observed that the variables education, diagnosis of anxiety, bipolarity and depression (related to schizophrenia) and suicidal ideation had independent effects on the stigma/discrimination experiences. This model was statistically significant (p<0.001) and the variables that make up the final model explained the largest proportion of stigma variance (R² = 20.27%). As general conclusions, it was observed that the two studies conducted in this dissertation (literature review and empirical/cross-sectional) revealed that education has a relevant role in the perception of stigmatizing situations and that negative stereotypes, type of diagnosis and Suicidal ideation can negatively interfere with the lives of people with mental health problems. Further studies are suggested to identify other variables that affect the lives of people with psychiatric disorders, such as socioeconomic and ethnic issues, in order to develop and implement intervention policies to reduce stigma related to psychiatric disorders.application/pdfSILVA, Leonidas Valverde da. Estigma e discriminação entre adultos com transtornos psiquiátricos. 2019. 114 f. Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22770stigmapsychiatric disordersassociated factorsporUniversidade Presbiteriana Mackenziehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessestigmatranstornos psiquiátricosfatores associadosCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIACNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOCNPQ::CIENCIAS DA SAUDEhttp://tede.mackenzie.br/jspui/retrieve/19956/Leonidas%20Valverde%20.pdf.jpgEstigma e discriminação entre adultos com transtornos psiquiátricosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzieinstname:Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)instacron:MACKENZIERocha, Marina Monzani dahttp://lattes.cnpq.br/6765747992813196Ribeiro, Wagner Silvahttp://lattes.cnpq.br/0879604363822969BrasilCentro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)UPMDistúrbios do DesenvolvimentoORIGINALLeonidas Valverde .pdfLeonidas Valverde .pdfapplication/pdf1135028https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/ed4b8f25-82e6-4db5-b258-f5143c3d2a74/download9b9a222e900d4331f8e2c82e4e8d2596MD51TEXTLeonidas Valverde .pdf.txtLeonidas Valverde .pdf.txtExtracted texttext/plain234538https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/13cdff26-e14d-47bd-ac57-b2c54e8faf1a/download7c4417c43562c8b971ff0a795b5546deMD52THUMBNAILLeonidas Valverde .pdf.jpgLeonidas Valverde .pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1153https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/a61d3a25-6c67-4e79-8247-3a6101fbec87/downloadf0e1466b75333801dcba0ac6d3b2530cMD5310899/227702022-03-14 15:47:53.381http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/Acesso Abertooai:dspace.mackenzie.br:10899/22770https://dspace.mackenzie.brBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.mackenzie.br/jspui/PRIhttps://adelpha-api.mackenzie.br/server/oai/repositorio@mackenzie.br||paola.damato@mackenzie.bropendoar:102772022-03-14T15:47:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie - Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)false |
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