Desconstruindo a "pedagogia da virilidade" : conversação sobre a potência das masculinidades de professores homens na educação infantil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/251791 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi escutar as narrativas de professores homens atuantes na Educação Infantil nos estados brasileiros do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, sob a perspectiva de suas masculinidades. Analisamos o mal-estar ao qual são submetidos ao atuarem nessa etapa inicial da educação básica, bem como a potência desses sujeitos que tensionam o paradigma hegemônico masculino, produzindo uma desconstrução da “Pedagogia da Virilidade”. A área da educação é majoritariamente ocupada por mulheres, e na Educação Infantil, que atende crianças de zero a cinco anos de idade, essa característica exacerba-se. Por ser uma etapa escolar na qual as crianças necessitam de cuidados mais próximos, inclusive corporais, a docência masculina parece ter sido destinada a um lugar de impossibilidade em relação a esse trabalho. A partir de uma pesquisa de caráter qualitativo, realizaram-se encontros grupais utilizando a Conversação como dispositivo metodológico. Participaram do estudo oito professores homens que atuam em escolas de Educação Infantil, diretamente nas salas de aula. A partir da análise dos dados, realizada a partir da escuta clínica, emergiram três eixos que versam sobre os significantes: "problema", "diferença" e "potência". Em relação ao primeiro significante, os professores verbalizaram que suas presenças são vistas como um problema tanto pelas famílias quanto pelas instituições escolares. A questão da diferença surgiu como uma forma de localizar o fazer pedagógico masculino em oposição ao feminino em diferentes aspectos. Por fim, os professores salientaram a potência e o desejo de estarem em espaços educacionais voltados à primeira infância. Os resultados apontam para a necessidade de uma formação em Pedagogia que acolha as masculinidades, para uma desgenirificação do cuidado e para a construção de um campo de atuação que respeite e deseje a diversidade. Este estudo apoiou-se nos Estudos das Masculinidades em diálogo com a Psicanálise. |
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Lopes, Carlos Eduardo de MelloLopes, Rita de Cassia Sobreira2022-11-25T04:46:37Z2022http://hdl.handle.net/10183/251791001152378O objetivo deste estudo foi escutar as narrativas de professores homens atuantes na Educação Infantil nos estados brasileiros do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, sob a perspectiva de suas masculinidades. Analisamos o mal-estar ao qual são submetidos ao atuarem nessa etapa inicial da educação básica, bem como a potência desses sujeitos que tensionam o paradigma hegemônico masculino, produzindo uma desconstrução da “Pedagogia da Virilidade”. A área da educação é majoritariamente ocupada por mulheres, e na Educação Infantil, que atende crianças de zero a cinco anos de idade, essa característica exacerba-se. Por ser uma etapa escolar na qual as crianças necessitam de cuidados mais próximos, inclusive corporais, a docência masculina parece ter sido destinada a um lugar de impossibilidade em relação a esse trabalho. A partir de uma pesquisa de caráter qualitativo, realizaram-se encontros grupais utilizando a Conversação como dispositivo metodológico. Participaram do estudo oito professores homens que atuam em escolas de Educação Infantil, diretamente nas salas de aula. A partir da análise dos dados, realizada a partir da escuta clínica, emergiram três eixos que versam sobre os significantes: "problema", "diferença" e "potência". Em relação ao primeiro significante, os professores verbalizaram que suas presenças são vistas como um problema tanto pelas famílias quanto pelas instituições escolares. A questão da diferença surgiu como uma forma de localizar o fazer pedagógico masculino em oposição ao feminino em diferentes aspectos. Por fim, os professores salientaram a potência e o desejo de estarem em espaços educacionais voltados à primeira infância. Os resultados apontam para a necessidade de uma formação em Pedagogia que acolha as masculinidades, para uma desgenirificação do cuidado e para a construção de um campo de atuação que respeite e deseje a diversidade. Este estudo apoiou-se nos Estudos das Masculinidades em diálogo com a Psicanálise.The purpose of this study was to listen to narratives of male teachers working in Early Childhood Education institutions in brazilian states of Rio Grande do Sul and Santa Catarina, under the perspective of their masculinities. We analyzed the ill-being subjects undergo by working in this early stage of basic education, as well as their potency that strain male hegemonic paradigm producing a deconstruction of "Virility Pedagogy". Education as a field is already mostly occupied by women and in Early Childhood Education, which serves children from zero to five years of age, this characteristic is even highly exacerbated. As a school stage in which children demand closer care, including bodily care, male teaching seems to have been pushed to a place of almost forbidding inadequacy. Based on qualitative research, group meetings were held using Conversation as methodological device. Eight male teachers, who work in-classrooms on Early Childhood Education schools, participated in the study. From the data analysis, three axes emerged that verse with the signifiers: "problem", "difference" and "potency". Regarding the first signifier, the teachers verbalized that their presence is seen as a problem by both families and school institutions. The question of difference emerged as a way of locating the masculine pedagogical practice in opposition to the feminine in different aspects. Finally, the teachers highlighted the power and desire to be in educational spaces aimed at early childhood. The results point to the need for training in Pedagogy that embraces masculinities, for a de-generification of care and for the construction of a field of action that respects and desires diversity.application/pdfporEducação infantilMasculinidadeCorporeidadeGêneroDocênciaChildhood educationMasculinitiesTeachingPsychoanalysisCorporealityDesconstruindo a "pedagogia da virilidade" : conversação sobre a potência das masculinidades de professores homens na educação infantilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001152378.pdf.txt001152378.pdf.txtExtracted Texttext/plain314921http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251791/2/001152378.pdf.txte99f07ae89a6f60679de9d7b4a940d25MD52ORIGINAL001152378.pdfTexto completoapplication/pdf1012218http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251791/1/001152378.pdfbfc0ed1fd1b3fb7b779d79c1df2bebe5MD5110183/2517912022-11-26 06:01:20.833056oai:www.lume.ufrgs.br:10183/251791Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-11-26T08:01:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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