Arestas da realidade : uma narrativa possível sobre o Movimento Estudantil da UFRGS (1964-1985)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/186171 |
Resumo: | A investigação visa analisar o modo como alguns estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) representaram os dilemas sócio-políticos que assolaram a Universidade e o país nos anos em que o Brasil foi governado por uma aliança militar (1964-1985). Utiliza-se os pressupostos teóricos da História Cultural, além das reflexões da História da Educação para analisar as trajetórias de vida de sujeitos que participaram de um processo histórico, o qual, ainda hoje se faz presente nas memórias e discursos dos indivíduos que o viveram. O trabalho enfoca nas gerações de estudantes que participaram do Movimento Estudantil (ME) da UFRGS. Iniciasse analisando os relatos de memória dos jovens que lutavam na clandestinidade contra o estado autoritário em seus anos de chumbo. Estes personagens precisavam se adaptar ao cerco repressivo que vinha se fechando para os grupos de oposição. Muitos foram presos e torturados, além de se verem obrigados a fugir do país para sobreviver. Por fim, o texto se concentra nos anos da dita transição pactuada, anunciada pelo general Ernesto Geisel como sendo um período da abertura “lenta, gradual e segura”, do regime ditatorial rumo ao governo democrático. Tendo em vista o objetivo anunciado, o corpus documental foi formado por depoimentos orais elaborados junto aos personagens que atuaram nesta Universidade. Cumpre destacar que, durante o processo de abertura política, ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980, verificou-se uma transformação no modo como o ME se organizava. Para aqueles que ingressaram neste movimento nessa época, a crítica às práticas da geração anterior, que havia optado por um combate à ditadura através da luta armada, fez com que emergissem novas estratégias de contestação. A vista disso, os discentes investiram nos movimentos de massa e na defesa do retorno às liberdades democráticas, na qual fosse garantido o direito a voto em todas as instâncias de governo. Procurava-se transformar a sociedade brasileira através do voto eleitoral, apostando nos partidos de esquerda que deixaram de ser ilegais e em novas siglas, como o PT. Ademais, essa geração incluiu outras pautas de discussão, diferentemente daquelas apresentadas pelo ME dos anos de 1960. Em suma, estes sujeitos buscaram politizar o cotidiano, abordando questões como o feminismo, a ecologia e o consumo de drogas. Sendo assim, o ME se mostra um movimento que soube se transformar através do tempo e dos processos históricos, desempenhando um adversário à altura na arena política da ditadura civil-militar brasileira. |
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Castro, Gabriela Mathias deAlmeida, Dóris Bittencourt2018-12-13T02:37:31Z2018http://hdl.handle.net/10183/186171001083157A investigação visa analisar o modo como alguns estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) representaram os dilemas sócio-políticos que assolaram a Universidade e o país nos anos em que o Brasil foi governado por uma aliança militar (1964-1985). Utiliza-se os pressupostos teóricos da História Cultural, além das reflexões da História da Educação para analisar as trajetórias de vida de sujeitos que participaram de um processo histórico, o qual, ainda hoje se faz presente nas memórias e discursos dos indivíduos que o viveram. O trabalho enfoca nas gerações de estudantes que participaram do Movimento Estudantil (ME) da UFRGS. Iniciasse analisando os relatos de memória dos jovens que lutavam na clandestinidade contra o estado autoritário em seus anos de chumbo. Estes personagens precisavam se adaptar ao cerco repressivo que vinha se fechando para os grupos de oposição. Muitos foram presos e torturados, além de se verem obrigados a fugir do país para sobreviver. Por fim, o texto se concentra nos anos da dita transição pactuada, anunciada pelo general Ernesto Geisel como sendo um período da abertura “lenta, gradual e segura”, do regime ditatorial rumo ao governo democrático. Tendo em vista o objetivo anunciado, o corpus documental foi formado por depoimentos orais elaborados junto aos personagens que atuaram nesta Universidade. Cumpre destacar que, durante o processo de abertura política, ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980, verificou-se uma transformação no modo como o ME se organizava. Para aqueles que ingressaram neste movimento nessa época, a crítica às práticas da geração anterior, que havia optado por um combate à ditadura através da luta armada, fez com que emergissem novas estratégias de contestação. A vista disso, os discentes investiram nos movimentos de massa e na defesa do retorno às liberdades democráticas, na qual fosse garantido o direito a voto em todas as instâncias de governo. Procurava-se transformar a sociedade brasileira através do voto eleitoral, apostando nos partidos de esquerda que deixaram de ser ilegais e em novas siglas, como o PT. Ademais, essa geração incluiu outras pautas de discussão, diferentemente daquelas apresentadas pelo ME dos anos de 1960. Em suma, estes sujeitos buscaram politizar o cotidiano, abordando questões como o feminismo, a ecologia e o consumo de drogas. Sendo assim, o ME se mostra um movimento que soube se transformar através do tempo e dos processos históricos, desempenhando um adversário à altura na arena política da ditadura civil-militar brasileira.The research aims to analyze how some students of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) represented the socio-political dilemmas that devastated the University and the country in the years when Brazil was governed by a military alliance (1964-1985). It used the theoretical presuppositions of Cultural History, as well as the reflections of the History of Education to analyze the life trajectories of the subjects who participated in a historical process, which is still present today in the memories and discourses of the individuals who lived it. The work focuses on the generations of students who participated in the Student Movement (SM) of UFRGS. The work begin analyzing the memory stories of the young who fought clandestinely against the authoritarian state in their lead years. These characters needed to adapt their acts against the repressive siege that was closing to their opposition groups. Many were arrested and tortured, and forced to flee the country to survive. Finally, the text focuses on the years of the political transition, announced by General Ernesto Geisel as a period of the "slow, gradual and safe" opening of the dictatorial regime towards democratic government. In the view of the announced objective, the documentary corpus was formed by oral statements elaborated with the characters who acted in this University. It should be noted that during the process of political openness, which occurred between the 1970s and 1980s, there was a transformation in the way the SM was organized. For those who entered this movement at this time, criticism of the practices of the previous generation, which had opted for a struggle against the dictatorship through armed struggle, led to the emergence of new strategies of contestation. In view of this, the students invested in mass movements and in the defense of the return to democratic freedoms, in which the right to vote was guaranteed in all instances of government. It was tried to transform the brazilian society through the electoral vote, betting on left parties that stopped being illegal and in new acronyms, like the PT. In addition, this generation included other discussion guidelines, unlike those presented by the SM of the 1960s. In short, these subjects sought to politicize everyday life, addressing issues such as feminism, ecology and drug liberation. Thus, the SM shows itself to be a movement that has been able to transform itself through time and a historical process, playing an adversary in the political arena of the brazilian civil-military dictatorship.application/pdfporMovimento estudantilMemóriaDitadura militarStudent MovementMemoryCivil-Military DictatorshipArestas da realidade : uma narrativa possível sobre o Movimento Estudantil da UFRGS (1964-1985)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001083157.pdf.txt001083157.pdf.txtExtracted Texttext/plain399167http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/186171/2/001083157.pdf.txt0f8e8fe71c12bc97c298358d1ff7ffb8MD52ORIGINAL001083157.pdfTexto completoapplication/pdf2077467http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/186171/1/001083157.pdf61b16f64db3b2cc7f25701597e0599eeMD5110183/1861712021-05-07 05:14:53.363613oai:www.lume.ufrgs.br:10183/186171Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T08:14:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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