Atividades físicas e padrão de consumo alimentar em estudantes do ensino médio em Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Mauro Virgílio Gomes
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/9978
Resumo: (Introdução) Dispõe-se, atualmente, de evidências fortes e consistentes de que o estilo de vida está associado a diversos eventos relacionados à saúde. Mesmo nas populações jovens, a importância de um estilo de vida ativo e saudável tem sido apontada como elemento fundamental para prevenção de doenças, tanto as que podem se manifestar precocemente (obesidade) quanto aquelas de manifestação mais tardia e insidiosa (cardiovasculares). Além disso, estudos de tracking têm demonstrado que quando a exposição a comportamentos e fatores de risco à saúde ocorre na infância e adolescência, estes são mais estáveis na vida adulta e, portanto, mais difíceis de alterar. Mas, apesar de todo o corpo de conhecimento que vem sendo acumulado com relação à importância do estilo de vida para saúde de todas as pessoas, há ainda amplo desconhecimento sobre a proporção de jovens brasileiros que estão expostos a comportamentos de risco à saúde, particularmente à falta de atividades físicas e padrão alimentar inadequado. Além disso, mesmo considerando os estudos internacionais, foram poucos os que procuraram testar a eficiência de intervenções para promoção de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis no contexto da escola de ensino médio. (Objetivos) Diante deste cenário, procurou-se, neste trabalho, ampliar o nível de conhecimento sobre a exposição a dois comportamentos de risco à saúde em estudantes de ensino médio. O objetivo, na primeira fase, foi identificar: (a) a proporção de escolares expostos a baixo nível de atividade física e padrão de consumo alimentar inadequado; (b) os determinantes da exposição a estes comportamentos; e, (c) os subgrupos populacionais expostos a maior risco. Num segundo momento, procurou-se elaborar e testar a eficiência e o impacto de uma intervenção para lidar com estes problemas no contexto do ensino médio. (Material e métodos) Trata-se portanto de uma investigação abrangente, subdividida em dois estudos independentes, mas complementares. O primeiro foi um estudo epidemiológico transversal e de base populacional (estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais em Santa Catarina), desenvolvido mediante análise secundária de dados. Medidas foram obtidas de 5.083 estudantes (59,4% moças), com idade entre 15 e 19 anos e que foram selecionados aleatoriamente através de amostragem por conglomerados em três estágios, sendo que “turmas” foram as unidades amostrais no último estágio. O segundo estudo foi uma intervenção experimental randomizada com duração de 13 semanas, sendo que os dois grupos acompanhados (intervenção e controle) foram submetidos a avaliações pré e pós-intervenção. A intervenção, baseada nos conceitos e filosofia do programa Escola Promotoras de Saúde, consistiu de um conjunto de 11 ações visando a promoção da prática de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis. As ações foram organizadas em torno de três focos principais: modificação ambiental e em normas, ações educativas, e treinamento e engajamento de pessoal. Participaram da intervenção estudantes do ensino médio de 36 turmas de seis escolas de Florianópolis (SC), sendo 18 em três escolas de intervenção (n=452 estudantes) e 18 em três escolas controle (n=300). xv (Análise de dados) No tratamento estatístico dos dados foram utilizados testes paramétricos e não-paramétricos, segundo natureza das variáveis e distribuição dos dados. Análises bivariadas incluíram a aplicação dos testes de Quiquadrado (associação e tendência), McNemar (medidas repetidas), teste da razão crítica de Z (proporções extraídas de amostras independentes) e análise de variância simples. Na análise multivariada, recorreu-se a regressão logística binária (simples e múltipla) e à análise de variância medidas repetidas (modelo linear geral). Análises foram realizadas utilizando o programa SPSS e o EpiCalc. (Resultados) Com relação ao primeiro estudo (análise secundária), observouse que 46,2% dos estudantes do ensino médio em Santa Catarina não atendiam às recomendações de prática de atividades físicas (≥420 minutos AFMV/semana), sendo que a proporção de moças insuficientemente ativas (53,5%) foi significativamente maior que entre os rapazes (36,1%). Verificou-se, também, que aproximadamente um em cada quatro sujeitos estava exposto a padrão alimentar de risco (baixa freqüência de consumo de frutas e verduras e elevado consumo de refrigerantes), comportamento de risco mais prevalente entre os rapazes (30,6%) que entre as moças (19,4%). Após ajustamento, mediante análise multivariada, identificou-se que os subgrupos expostos a maior risco foram: (a) em relação à falta de atividades físicas, as moças, os estudantes do período noturno e aqueles que se deslocam de carro/ônibus para escola; (b) em relação à dieta inadequada, os rapazes, os residentes em áreas urbanas, estudantes que se deslocam de carro/ônibus para escola e que tem percepção de saúde negativa. No segundo estudo, onde se procurou avaliar a eficiência na implementação e impacto de uma intervenção para promoção de atividades físicas e alimentação saudável, verificouse que a taxa de participação/cobertura foi baixa (em média 20%), mas que as ações foram satisfatoriamente implementadas. Aproximadamente 40 a 60% dos sujeitos participantes referiram que a participação nas atividades oferecidas aumentou o seu nível de conhecimento e incentivou a fazer mudanças em comportamentos de risco. Entretanto, apesar de ter sido razoavelmente implementada, a intervenção teve um impacto modesto. Os efeitos observados, em relação à alimentação saudável, foram: o aumento do nível de conhecimento; e a redução na proporção de sujeitos que percebem a textura/sabor dos alimentos como barreira. Quanto às atividades físicas, houve um efeito positivo sobre a percepção de barreiras (falta de vontade e falta de energia) e um aumento no número de atividades físicas que os estudantes relataram participar habitualmente. (Conclusões) Desprezadas as limitações inerentes aos estudos baseados em medidas auto-relatadas e, no segundo estudo, o reduzido número de estudantes no grupo controle em comparação ao grupo intervenção, pode-se extrair duas conclusões principais: (1) a prevalência de estudantes (adolescentes com idades entre 15 e 19 anos) insuficientemente ativos e com dieta inadequada é alta e, infelizmente, comparável à observada em países como os Estados Unidos e Canadá, onde estes problemas já são enfrentados como uma prioridade de saúde pública; (2) no contexto da escola de ensino médio, intervenções que são baseadas na filosofia e conceitos do programa Escolas Promotoras de Saúde provocam efeitos modestos após 13 semanas de acompanhamento, mas parecem ser bem aceitas pelos estudantes que encontram nas atividades: incentivo, informações e oportunidades para mudar comportamentos de risco à saúde. Futuros estudos deverão acompanhar estudantes por um período de intervenção mais longo, permitindo assim controlar a interferência das variações sazonais observadas neste estudo.
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Mas, apesar de todo o corpo de conhecimento que vem sendo acumulado com relação à importância do estilo de vida para saúde de todas as pessoas, há ainda amplo desconhecimento sobre a proporção de jovens brasileiros que estão expostos a comportamentos de risco à saúde, particularmente à falta de atividades físicas e padrão alimentar inadequado. Além disso, mesmo considerando os estudos internacionais, foram poucos os que procuraram testar a eficiência de intervenções para promoção de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis no contexto da escola de ensino médio. (Objetivos) Diante deste cenário, procurou-se, neste trabalho, ampliar o nível de conhecimento sobre a exposição a dois comportamentos de risco à saúde em estudantes de ensino médio. O objetivo, na primeira fase, foi identificar: (a) a proporção de escolares expostos a baixo nível de atividade física e padrão de consumo alimentar inadequado; (b) os determinantes da exposição a estes comportamentos; e, (c) os subgrupos populacionais expostos a maior risco. Num segundo momento, procurou-se elaborar e testar a eficiência e o impacto de uma intervenção para lidar com estes problemas no contexto do ensino médio. (Material e métodos) Trata-se portanto de uma investigação abrangente, subdividida em dois estudos independentes, mas complementares. O primeiro foi um estudo epidemiológico transversal e de base populacional (estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais em Santa Catarina), desenvolvido mediante análise secundária de dados. Medidas foram obtidas de 5.083 estudantes (59,4% moças), com idade entre 15 e 19 anos e que foram selecionados aleatoriamente através de amostragem por conglomerados em três estágios, sendo que “turmas” foram as unidades amostrais no último estágio. O segundo estudo foi uma intervenção experimental randomizada com duração de 13 semanas, sendo que os dois grupos acompanhados (intervenção e controle) foram submetidos a avaliações pré e pós-intervenção. A intervenção, baseada nos conceitos e filosofia do programa Escola Promotoras de Saúde, consistiu de um conjunto de 11 ações visando a promoção da prática de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis. As ações foram organizadas em torno de três focos principais: modificação ambiental e em normas, ações educativas, e treinamento e engajamento de pessoal. Participaram da intervenção estudantes do ensino médio de 36 turmas de seis escolas de Florianópolis (SC), sendo 18 em três escolas de intervenção (n=452 estudantes) e 18 em três escolas controle (n=300). xv (Análise de dados) No tratamento estatístico dos dados foram utilizados testes paramétricos e não-paramétricos, segundo natureza das variáveis e distribuição dos dados. Análises bivariadas incluíram a aplicação dos testes de Quiquadrado (associação e tendência), McNemar (medidas repetidas), teste da razão crítica de Z (proporções extraídas de amostras independentes) e análise de variância simples. Na análise multivariada, recorreu-se a regressão logística binária (simples e múltipla) e à análise de variância medidas repetidas (modelo linear geral). Análises foram realizadas utilizando o programa SPSS e o EpiCalc. 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Entretanto, apesar de ter sido razoavelmente implementada, a intervenção teve um impacto modesto. Os efeitos observados, em relação à alimentação saudável, foram: o aumento do nível de conhecimento; e a redução na proporção de sujeitos que percebem a textura/sabor dos alimentos como barreira. Quanto às atividades físicas, houve um efeito positivo sobre a percepção de barreiras (falta de vontade e falta de energia) e um aumento no número de atividades físicas que os estudantes relataram participar habitualmente. (Conclusões) Desprezadas as limitações inerentes aos estudos baseados em medidas auto-relatadas e, no segundo estudo, o reduzido número de estudantes no grupo controle em comparação ao grupo intervenção, pode-se extrair duas conclusões principais: (1) a prevalência de estudantes (adolescentes com idades entre 15 e 19 anos) insuficientemente ativos e com dieta inadequada é alta e, infelizmente, comparável à observada em países como os Estados Unidos e Canadá, onde estes problemas já são enfrentados como uma prioridade de saúde pública; (2) no contexto da escola de ensino médio, intervenções que são baseadas na filosofia e conceitos do programa Escolas Promotoras de Saúde provocam efeitos modestos após 13 semanas de acompanhamento, mas parecem ser bem aceitas pelos estudantes que encontram nas atividades: incentivo, informações e oportunidades para mudar comportamentos de risco à saúde. Futuros estudos deverão acompanhar estudantes por um período de intervenção mais longo, permitindo assim controlar a interferência das variações sazonais observadas neste estudo.(Background) Today there is a growing and reliable body of evidence linking lifestyle factors to several health outcomes. Even young people can avoid some severe problems (i.e.: obesity and cardiovascular diseases) through a healthy and active lifestyle. In addition, tracking studies have shown that health-risk factors and behaviors are more stable and hard to change during adulthood when an early exposure occurs. Despite all knowledge accumulated during the last decades, there is no available data on the prevalence of health-risk behaviors – such as physical inactivity and poor diet - among Brazilian adolescents. Moreover, there are only a few high school-based intervention studies (published and in progress) focusing physical activity and healthy eating promotion. (Objectives) This study has two separate, but complementary phases. In both, the aim was to expand the knowledge about how are the Brazilian adolescents (highschool students) exposed to inactivity and poor diet. In the first phase, the objectives were: (a) to estimate the prevalence of inactivity and poor diet using a database of a recently statewide survey; (b) to identify the determinants of those health-risk behaviors; and, (c) to identify the higher risk subgroups. During the second phase of the study, the short-term effects of a 13–week, school-based intervention was assessed. Process evaluation was also done. (Design) The first phase of the study consisted of a secondary analysis of a representative database from a statewide lifestyle survey. The 2001 lifestyle survey (referred as COMPAC) was planned through a three-stage cluster sampling design with high-school classrooms as the sampling unity in the last stage. Information from 5,083 students (59,4% female), 15-19 years of age were available to run the analysis. The second phase was a randomized school-based intervention study lasting 13 weeks. Intervention and control schools were randomly selected and assessed at the baseline and post intervention using validated questionnaires. The intervention was based on the WHO healthy promoting schools’ philosophy, and included 11 independent health promotion activities aiming improve healthy eating, physical activity, and mediators of those behaviors. The activities were organized around three major areas: environmental and organizational changes, health education (the entire school community), and personnel training and engagement (staff, teachers, and students leaders). The intervention was run in three high schools (452 students) in Florianópolis (State of Santa Catarina, Brazil) while other three matched schools (300 students) were used as controls. (Data analysis) Statistical procedures included parametric and non-parametric tests. For two-groups comparisons the following tests were used: Chi-square, Chisquare for trend, McNemar (repeated measures), critical ratio Z test, and ANOVA one-way. Multivariate analysis included: multiple logistic regression and GLM (general linear model) with ANOVA repeated measures. All analyze were performed using SPSS and EpiCalc software. (Results) It was observed that 46.2% of the students did not reach the healthrelated physical activity recommendations for youth (60 min/day MVPA), and the prevalence was higher among females (53.5%) than males (36.1%). Furthermore, it was verified that around one in each four subjects reported poor diet (low consumption of fruits and vegetables, and high consumption of soft drinks); the proportion was lower among female (19.4%) than among male (30.6%) students. Following the multivariate analysis, it was observed that gender, active transportation, and school period (morning X night classes) were factors significantly associated with the physical activity levels. Whereas, gender, local of residence (rural versus urban), mode of transportation, and self-rated health were significantly associated with eating behaviors. In the second phase (the intervention study), it was verified a low participation rate (below 20% in some activities). Positively, between 40 to 60% of the participants reported improvements in knowledge, and that they were more likely to change health-risk behaviors. The impact was just moderate and only a few outcomes variables were significantly affected. The effects were observed in relation to knowledge and barriers for healthy eating, but not over eating behaviors. Barriers for physical activity and one physical activity outcome variable were slightly affected by the intervention. (Conclusions) This study has several limitations, including self-reported measures and the small number of controls in the intervention phase. However, despite these limitations, the following conclusions can be presented: (1) physical inactivity and poor diet are both health-risk behavior highly prevalent among high-school students in Santa Catarina (similar to the prevalence among the youth in the U.S. and Canada); (2) a short-term intervention based on WHO health promoting schools’ philosophy seems to be well accepted by the students that consider it as a source of information and an opportunity to change behavior. Future researches must include a longer follow-up and objectively measure physical activity behavior.application/pdfporAtividade físicaIngestão de alimentosAdolescentesEnsino fundamental e médioSanta CatarinaAtividades físicas e padrão de consumo alimentar em estudantes do ensino médio em Santa CatarinaPhysical activity and eating behavior among high-school students in Santa Catarina, Brazil info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação FísicaPrograma de Pós-Graduação em Ciência do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2004doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000492260.pdf000492260.pdfTexto completoapplication/pdf3655076http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9978/1/000492260.pdf72c16c84b7bad0142407bf28a803b4b9MD51TEXT000492260.pdf.txt000492260.pdf.txtExtracted Texttext/plain283615http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9978/2/000492260.pdf.txt2684961fd17c241f1e5d3d33f632d3d8MD52THUMBNAIL000492260.pdf.jpg000492260.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1190http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/9978/3/000492260.pdf.jpg1d801922773293f3b7f593b667faffb6MD5310183/99782022-06-29 04:42:24.57785oai:www.lume.ufrgs.br:10183/9978Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-06-29T07:42:24Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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Mas, apesar de todo o corpo de conhecimento que vem sendo acumulado com relação à importância do estilo de vida para saúde de todas as pessoas, há ainda amplo desconhecimento sobre a proporção de jovens brasileiros que estão expostos a comportamentos de risco à saúde, particularmente à falta de atividades físicas e padrão alimentar inadequado. Além disso, mesmo considerando os estudos internacionais, foram poucos os que procuraram testar a eficiência de intervenções para promoção de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis no contexto da escola de ensino médio. (Objetivos) Diante deste cenário, procurou-se, neste trabalho, ampliar o nível de conhecimento sobre a exposição a dois comportamentos de risco à saúde em estudantes de ensino médio. O objetivo, na primeira fase, foi identificar: (a) a proporção de escolares expostos a baixo nível de atividade física e padrão de consumo alimentar inadequado; (b) os determinantes da exposição a estes comportamentos; e, (c) os subgrupos populacionais expostos a maior risco. Num segundo momento, procurou-se elaborar e testar a eficiência e o impacto de uma intervenção para lidar com estes problemas no contexto do ensino médio. (Material e métodos) Trata-se portanto de uma investigação abrangente, subdividida em dois estudos independentes, mas complementares. O primeiro foi um estudo epidemiológico transversal e de base populacional (estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais em Santa Catarina), desenvolvido mediante análise secundária de dados. Medidas foram obtidas de 5.083 estudantes (59,4% moças), com idade entre 15 e 19 anos e que foram selecionados aleatoriamente através de amostragem por conglomerados em três estágios, sendo que “turmas” foram as unidades amostrais no último estágio. O segundo estudo foi uma intervenção experimental randomizada com duração de 13 semanas, sendo que os dois grupos acompanhados (intervenção e controle) foram submetidos a avaliações pré e pós-intervenção. A intervenção, baseada nos conceitos e filosofia do programa Escola Promotoras de Saúde, consistiu de um conjunto de 11 ações visando a promoção da prática de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis. As ações foram organizadas em torno de três focos principais: modificação ambiental e em normas, ações educativas, e treinamento e engajamento de pessoal. Participaram da intervenção estudantes do ensino médio de 36 turmas de seis escolas de Florianópolis (SC), sendo 18 em três escolas de intervenção (n=452 estudantes) e 18 em três escolas controle (n=300). xv (Análise de dados) No tratamento estatístico dos dados foram utilizados testes paramétricos e não-paramétricos, segundo natureza das variáveis e distribuição dos dados. Análises bivariadas incluíram a aplicação dos testes de Quiquadrado (associação e tendência), McNemar (medidas repetidas), teste da razão crítica de Z (proporções extraídas de amostras independentes) e análise de variância simples. Na análise multivariada, recorreu-se a regressão logística binária (simples e múltipla) e à análise de variância medidas repetidas (modelo linear geral). Análises foram realizadas utilizando o programa SPSS e o EpiCalc. (Resultados) Com relação ao primeiro estudo (análise secundária), observouse que 46,2% dos estudantes do ensino médio em Santa Catarina não atendiam às recomendações de prática de atividades físicas (≥420 minutos AFMV/semana), sendo que a proporção de moças insuficientemente ativas (53,5%) foi significativamente maior que entre os rapazes (36,1%). Verificou-se, também, que aproximadamente um em cada quatro sujeitos estava exposto a padrão alimentar de risco (baixa freqüência de consumo de frutas e verduras e elevado consumo de refrigerantes), comportamento de risco mais prevalente entre os rapazes (30,6%) que entre as moças (19,4%). 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Entretanto, apesar de ter sido razoavelmente implementada, a intervenção teve um impacto modesto. Os efeitos observados, em relação à alimentação saudável, foram: o aumento do nível de conhecimento; e a redução na proporção de sujeitos que percebem a textura/sabor dos alimentos como barreira. Quanto às atividades físicas, houve um efeito positivo sobre a percepção de barreiras (falta de vontade e falta de energia) e um aumento no número de atividades físicas que os estudantes relataram participar habitualmente. 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