Arpilleras chilenas e brasileiras : práticas poéticas, práticas de luta
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/268155 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como foco, sob uma perspectiva crítica e historiográfica, as arpilleras produzidas no Chile durante a ditadura (1973–1990) e as produzidas recentemente no Brasil pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), buscando compreender de que maneira a técnica da arpillera se constitui como uma prática poética e também uma prática de luta. A técnica remonta às mulheres de Isla Negra, na periferia do litoral chileno, as quais utilizavam a arpillera – palavra espanhola para juta, fibra têxtil utilizada no material das sacarias de transporte de alimentos – para bordar. Outro antecedente é a obra visual de Violeta Parra (1917– 1967), artista cuja importância transcende a música, pois realizou um trabalho de coleta, compilação e difusão do folclore chileno e também foi a primeira artista latino-americana a expor no Museu do Louvre, em 1964. Durante a ditadura de Augusto Pinochet, mães, esposas e filhas de desaparecidos chilenos encontraram na técnica da arpillera – e na rede de solidariedade formada no período – um modo de compartilhar suas dores, denunciar os horrores da ditadura e também uma forma de sustento. No Brasil, as mulheres organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) retomam a técnica entre 2013 e 2014, ao produzir bordados a partir de suas vivências, relatando as violações aos direitos humanos nas áreas de barramentos e questionando o modelo energético em vigor. As arpilleras são, para o MAB, um método de educação popular feminista latino americano. Este estudo está dividido em cinco capítulos, organizados em três partes: primeiramente, analisa-se a relação entre algumas exposições que exibiram arpilleras, explorando suas narrativas visuais e os intercâmbios com o campo institucionalizado da arte; em seguida, é retomado seu contexto histórico localizado no Chile e as discussões culturais do período; por fim, aborda-se o contexto brasileiro dessa produção, imbricado com as pautas do MAB e com o potencial da técnica como método de educação popular. Como metodologia, além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com mulheres organizadas no MAB e participação em oficinas da técnica. |
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Pereira, Aline Alessandra Zimmer da PazKern, Daniela Pinheiro Machado2023-12-07T03:22:56Z2023http://hdl.handle.net/10183/268155001189294Esta pesquisa tem como foco, sob uma perspectiva crítica e historiográfica, as arpilleras produzidas no Chile durante a ditadura (1973–1990) e as produzidas recentemente no Brasil pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), buscando compreender de que maneira a técnica da arpillera se constitui como uma prática poética e também uma prática de luta. A técnica remonta às mulheres de Isla Negra, na periferia do litoral chileno, as quais utilizavam a arpillera – palavra espanhola para juta, fibra têxtil utilizada no material das sacarias de transporte de alimentos – para bordar. Outro antecedente é a obra visual de Violeta Parra (1917– 1967), artista cuja importância transcende a música, pois realizou um trabalho de coleta, compilação e difusão do folclore chileno e também foi a primeira artista latino-americana a expor no Museu do Louvre, em 1964. Durante a ditadura de Augusto Pinochet, mães, esposas e filhas de desaparecidos chilenos encontraram na técnica da arpillera – e na rede de solidariedade formada no período – um modo de compartilhar suas dores, denunciar os horrores da ditadura e também uma forma de sustento. No Brasil, as mulheres organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) retomam a técnica entre 2013 e 2014, ao produzir bordados a partir de suas vivências, relatando as violações aos direitos humanos nas áreas de barramentos e questionando o modelo energético em vigor. As arpilleras são, para o MAB, um método de educação popular feminista latino americano. Este estudo está dividido em cinco capítulos, organizados em três partes: primeiramente, analisa-se a relação entre algumas exposições que exibiram arpilleras, explorando suas narrativas visuais e os intercâmbios com o campo institucionalizado da arte; em seguida, é retomado seu contexto histórico localizado no Chile e as discussões culturais do período; por fim, aborda-se o contexto brasileiro dessa produção, imbricado com as pautas do MAB e com o potencial da técnica como método de educação popular. Como metodologia, além da pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com mulheres organizadas no MAB e participação em oficinas da técnica.This research focuses, from a critical and historiographical perspective, on the arpilleras produced in Chile during the dictatorship (1973–1990) and those produced recently in Brazil by the Movement of People Affected by Dams (MAB), seeking to understand how the arpillera technique is constituted as a poetic practice as well as a resistance practice. The technique dates back to the women of Isla Negra, on the outskirts of the Chilean coast, which used arpillera – the Spanish word for jute, a fiber textile used in the material of food transporting bags – for embroidery. Another antecedent is the visual work by Violeta Parra (1917–1967), an artist whose importance transcends music, since she performed a work of collecting, compiling, and disseminating Chilean folklore, and was also the first Latin-American female artist on display at the Louvre Museum, in 1964. During the dictatorship of Augusto Pinochet, mothers, wives, and daughters of disappeared Chileans found in the arpillera technique – and in the network of solidarity formed during the period – a way of sharing their pain, denouncing the horrors of dictatorship, and also a form of livelihood. In Brazil, women organized in the Movement of People Affected by Dams (MAB) resumed the technique between 2013 and 2014, producing embroidery from their experiences, reporting human rights violations in dam areas, and questioning the current energy model. For MAB, arpilleras are a method of popular Latin American feminist education. This study is divided into five chapters, organized into three parts: Firstly, the relationship between some arpilleras exhibitions is analyzed, exploring their visual narratives and exchanges with the institutionalized field of art; then, its historical context, located in Chile, as well as cultural discussions of the period are recovered; finally, the context of its Brazilian production is addressed, intertwined with the MAB guidelines and with the potential of the technique as a method of popular education. As a methodology, in addition to bibliographical research, semi-structured interviews were carried out with women organized in the MAB, and there was also participation in technical workshops.Esta investigación tiene como foco, bajo una perspectiva crítica e historiográfica, las arpilleras producidas en Chile durante la dictadura (1973–1990) y las producidas recientemente en Brasil por el Movimiento de Afectados por Represas (MAR/MAB), buscando comprender de que manera la técnica de la arpillera se constituye como una práctica poética y también una práctica de lucha. La técnica remonta a las mujeres de Isla Negra, en la periferia del litoral chileno, las cuales utilizaban la arpillera – palabra española para yute, fibra textil utilizada en el material de las bolsas de transporte de alimentos – para bordar. Otro antecedente es la obra visual de Violeta Parra (1917–1967), artista cuya importancia transciende la música, pues realizó un trabajo de colecta, compilación y difusión del folclore chileno y también fue la primera artista latinoamericana a exponer en el Museo del Louvre, en 1964. Durante la dictadura de Augusto Pinochet, madres, esposas e hijas de desaparecidos chilenos encontraron en la técnica de la arpillera – e en la red de solidaridad formada en el período – un modo de compartir sus dolores, denunciar los horrores de la dictadura y también una forma de subsistencia. En Brasil, las mujeres organizadas en el Movimiento de Afectados por Represas (MAR/MAB) retoman la técnica entre 2013 y 2014, al producir bordados a partir de sus vivencias, relatando las violaciones a los derechos humanos en las áreas de presas y cuestionando el modelo energético en vigencia. Las arpilleras son, para el MAR/MAB, un método de educación popular feminista latinoamericano. Este estudio está dividido en cinco capítulos, organizados en tres partes: primeramente, se analiza la relación entre algunas exposiciones que exhibieron arpilleras, explorando sus narrativas visuales y los intercambios con el campo institucionalizado del arte; en seguida, es retomado su contexto histórico ubicado en Chile y las discusiones culturales del período; por fin, se aborda el contexto brasileño de esa producción, imbricado con las pautas del MAR/MAB y con el potencial de la técnica como método de educación popular. Como metodología, además de la investigación bibliográfica, fueron realizadas entrevistas semiestructuradas con mujeres organizadas en el MAR/MAB y participación en talleres de la técnica.application/pdfporArtivismoDitadura : ChileMovimento dos atingidos por barragemSocial artTextile artivismChilean dictatorship (1973–1990)Movement of People Affected by Dams (MAB)ArpillerasArte socialActivismo textilDictadura chilena (1973–1990)Movimiento de Afectados por Represas (MAR/MAB)Arpilleras chilenas e brasileiras : práticas poéticas, práticas de lutainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de ArtesPrograma de Pós-Graduação em Artes VisuaisPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001189294.pdf.txt001189294.pdf.txtExtracted Texttext/plain489668http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268155/3/001189294.pdf.txt7c914091d8738e2598b688c6dca51a05MD53001189294-02.pdf.txt001189294-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain242984http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268155/4/001189294-02.pdf.txt1e4e99ab6b63ea962b53b40eab9a0965MD54ORIGINAL001189294.pdfVolume 1application/pdf11005758http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268155/1/001189294.pdff150b12c0698df63d8617adc6ab35245MD51001189294-02.pdfVolume 2application/pdf1826538http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268155/2/001189294-02.pdf4e50c56a8de0cdf811324cd58ef86f3dMD5210183/2681552023-12-08 04:22:14.72348oai:www.lume.ufrgs.br:10183/268155Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-12-08T06:22:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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