Violências e indisciplinas/incivilidades escolares : um estudo em escolas de Porto Alegre/RS, Santa Rosa/RS e Chapecó/SC

• Autor(a) principal: Ames, Maria Alice Canzi
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/206372
• topic: Sociologia; Indisciplina; Violência; Escola; Justiça restaurativa; School; Incivilities; Indisciplines; Restorative Justice; Violences

A presente tese se propôs a compreender e analisar as principais relações entre as variáv eis causais do processo de indisciplinas/incivilidades e violências praticadas por jovens do ensino médio às e nas escolas. Buscou também analisar os encaminhamentos dados pelas escolas às diferentes formas de comportamentos. O universo da pesquisa compree ndeu três regiões de estudo, sendo duas do estado do RS/Brasil: Santa Rosa (Interior do RS) e Porto Alegre (Capital do RS) e uma do estado de SC/Brasil: Chapecó (considerada uma cidade em desenvolvimento). A amostra teve 906 questionários respondidos, os q uais foram registrados em um banco de dados no sistema Statistical Package for Social Sciences (SPSS 18.0). O estudo se apóia em contribuições teóricas clássicas e contemporâneas da Sociologia, Antropologia, Psicologia, Educação, Criminologia e Direito. A partir dos referenciais teóricos foram construídas as principais hipóteses da pesquisa e elaborados modelos que serviram de instrumento de análise para os dados disponíveis, coletados nas escolas participantes. As variáveis independentes envolvidas são: co ntexto sócio econômico e cultural; variação no índice de consumo de drogas individual e familiar; participação em gangues; porte de armas; experiência de violência em casa; tipo de autoridade doméstica; aceitação da autoridade do professor; justiça escolar ; justiça doméstica; turno frequentado; expulsão da escola; trabalho; classe social; idade; sexo; série. As variáveis dependentes são a variação dos índices de violências registradas e reportadas em cada escola em um exercício e noutro, a variação das indi sciplinas/incivilidades. Atentando para não cair na dicotomia do quantitativo e qualitativo, buscou se integrar as duas perspectivas como complementares. se integrar as duas perspectivas como complementares. Para tal, além dos exercícios estatísticos, realizamos entrevistas focais e observações participantes, com o uso de diferentes recursos didáticos. Os resultados nos remetem à reflexão sobre a força do contexto externo na socialização das novas gerações, para além da família e escola: a participação do jovem em gangues ou grupos ilícitos aumenta a probabili dade de envolver se com atos violentos na escola. Esta mesma situação está associada ao porte de armas, pois, ao fazer parte de um grupo considerado ilícito, aumenta o acesso facilitado às armas e também às drogas, alimentando um círculo de violência difíc il de interromper, porém, não impossível. Ao lado desses resultados, encontramos nas instituições formadoras dos jovens, um mal estar docente que propicia posturas de autoridade um tanto frágeis e difusas ou autoritárias, contribuindo para um sentimento de injustiça e ressentimento por parte das gerações vindouras que buscam referenciais para suas vidas, as quais se manifestam em indisciplinas e incivilidades.