Uma perspectiva cognitiva sobre o design de artefatos digitais educacionais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/27964 |
Resumo: | No sistema produtivo contemporâneo, o design é uma atividade central, pois responde pelo projeto de bens e serviços. Design não está, todavia, relacionado apenas com as capacidades criativas ou com leituras estéticas do projetista – como faz crer o uso popular da palavra - englobando profissionais dos mais diversos domínios. Um engenheiro eletrônico que projeta circuitos; um engenheiro mecânico que projeta motores; um arquiteto que projeta um edifício; um designer gráfico que projeta uma marca; um analista que projeta um software: todos são designers. Em comum estes profissionais têm o mesmo tipo de problema, e assim o percurso cognitivo destes profissionais é similar. Da mesma forma, espera-se que um designer que projeta um artefato educacional digital também apresente comportamentos semelhantes durante o processo de projeto. Todavia, como é regra para a atividade de design, o projeto de artefato educacionais digitais tem seus desafios. Neste caso específico, o desafio do designer está no fato de que ele não pode projetar sozinho. Até mesmo nas etapas iniciais do projeto - quando se está gerando idéias e explorando conceitos, quando não se tem clara a forma ou mesmo a estrutura do artefato – o designer não pode projetar sozinho. Isto porque, para este tipo de artefato, o conhecimento e as habilidades do designer precisam ser orientadas por educadores e especialistas no domínio. Neste cenário se colocam as questões de pesquisa desta tese, que buscam compreender qual papel o designer tem enquanto membro de uma equipe de desenvolvimento de artefatos digitais educacionais. Como se entende que o designer não pode projetar este tipo de artefato sozinho, os objetivos específicos desta tese relacionam-se à cooperação com outro especialista: o educador. Deseja-se investigar como estes profissionais constroem colaborativamente o espaço do problema; quais estratégias de projeto os designers utilizam; e se há evidências de sobreposição entre os domínios pertinentes ao problema (neste caso, “educação”, “design” e “química”). Utilizando métodos adaptados à análise de atividades de design, investigou-se a atividade de duas duplas – formadas por um designer e por um educador especialista no domínio – buscando regularidades que pudessem responder à tais questões. Os resultados sugerem que a complexidade do tema não é um fator tão marcante para a qualidade do projeto quanto a estratégia utilizada pelo designer. Quando o designer decidiu tentar “brifar” seu colega – a fim de estruturar seu conhecimento sobre o tema para embasar o projeto – o efeito da complexidade do tema se fez sentir. Já quando o designer buscou integrar rapidamente as informações recebidas de seu colega educador ao projeto - sem antes buscar estruturar seu conhecimento sobre o tema – o efeito do tema foi tênue. Nenhuma destas estratégias corresponde à descrição de processos de design reportadas na literatura. Ao utilizar a estratégia de “integrar o mais rápido possível”, o designer deixou claras algumas de suas concepções a respeito dos processos de ensino e aprendizagem; teorias implícitas provavelmente construídas durante sua exposição à educação formal. Ao usar a estratégia “estruturar para depois projetar”, o designer não demonstrou identificar implicações e potenciais estruturais da orientação teórica seguida pelo seu colega. Estes resultados podem fundamentar – em pesquisas futuras - uma discussão a respeito da necessidade da atenção à formação de designers para trabalhar no projeto de artefatos digitais educacionais. |
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Perry, Gabriela TrindadeSchnaid, Fernando2011-03-02T05:59:44Z2010http://hdl.handle.net/10183/27964000767541No sistema produtivo contemporâneo, o design é uma atividade central, pois responde pelo projeto de bens e serviços. Design não está, todavia, relacionado apenas com as capacidades criativas ou com leituras estéticas do projetista – como faz crer o uso popular da palavra - englobando profissionais dos mais diversos domínios. Um engenheiro eletrônico que projeta circuitos; um engenheiro mecânico que projeta motores; um arquiteto que projeta um edifício; um designer gráfico que projeta uma marca; um analista que projeta um software: todos são designers. Em comum estes profissionais têm o mesmo tipo de problema, e assim o percurso cognitivo destes profissionais é similar. Da mesma forma, espera-se que um designer que projeta um artefato educacional digital também apresente comportamentos semelhantes durante o processo de projeto. Todavia, como é regra para a atividade de design, o projeto de artefato educacionais digitais tem seus desafios. Neste caso específico, o desafio do designer está no fato de que ele não pode projetar sozinho. Até mesmo nas etapas iniciais do projeto - quando se está gerando idéias e explorando conceitos, quando não se tem clara a forma ou mesmo a estrutura do artefato – o designer não pode projetar sozinho. Isto porque, para este tipo de artefato, o conhecimento e as habilidades do designer precisam ser orientadas por educadores e especialistas no domínio. Neste cenário se colocam as questões de pesquisa desta tese, que buscam compreender qual papel o designer tem enquanto membro de uma equipe de desenvolvimento de artefatos digitais educacionais. Como se entende que o designer não pode projetar este tipo de artefato sozinho, os objetivos específicos desta tese relacionam-se à cooperação com outro especialista: o educador. Deseja-se investigar como estes profissionais constroem colaborativamente o espaço do problema; quais estratégias de projeto os designers utilizam; e se há evidências de sobreposição entre os domínios pertinentes ao problema (neste caso, “educação”, “design” e “química”). Utilizando métodos adaptados à análise de atividades de design, investigou-se a atividade de duas duplas – formadas por um designer e por um educador especialista no domínio – buscando regularidades que pudessem responder à tais questões. Os resultados sugerem que a complexidade do tema não é um fator tão marcante para a qualidade do projeto quanto a estratégia utilizada pelo designer. Quando o designer decidiu tentar “brifar” seu colega – a fim de estruturar seu conhecimento sobre o tema para embasar o projeto – o efeito da complexidade do tema se fez sentir. Já quando o designer buscou integrar rapidamente as informações recebidas de seu colega educador ao projeto - sem antes buscar estruturar seu conhecimento sobre o tema – o efeito do tema foi tênue. Nenhuma destas estratégias corresponde à descrição de processos de design reportadas na literatura. Ao utilizar a estratégia de “integrar o mais rápido possível”, o designer deixou claras algumas de suas concepções a respeito dos processos de ensino e aprendizagem; teorias implícitas provavelmente construídas durante sua exposição à educação formal. Ao usar a estratégia “estruturar para depois projetar”, o designer não demonstrou identificar implicações e potenciais estruturais da orientação teórica seguida pelo seu colega. Estes resultados podem fundamentar – em pesquisas futuras - uma discussão a respeito da necessidade da atenção à formação de designers para trabalhar no projeto de artefatos digitais educacionais.In the contemporary production system, design is a central activity, as it is the mean to provide artifacts and services. Design is not, however, related solely to the creative skills or aesthetic preferences of the designer - as the popular use of the word may seem to - comprising professionals from various fields. An electronic engineer who designs circuits, a mechanical engineer who designs engines, an architect who designs a building, a graphic designer who designs a brand, an analyst who designs software: they are all designers. These professionals have in common the same kind of problem, and thus their cognitive routes are similar. Likewise, it is expected that a designer who designs an educational digital artifact also presents similar behavior during the design process. However, as a rule for the design activity, the design of educational digital artifact has its challenges. In the case of this particular class of problem, the designer's challenge is the fact that he cannot design alone. Even in the early stages of the project – idea generation and concept exploration, when there is no clear shape or structure of the artifact - the designer cannot design alone. This is because, for this type of artifact, the knowledge and skills of the designer need to be guided by educators and specialists in the field. In this scenario, the research questions of this thesis is raised, which seeks to understand what role the designer has as a member of a team of educational development of digital artifacts. How does he build the problem space? What strategies does he use when he has knowledge to design alone? How do the domains of design and education intersect and overlap? Using methods adapted to the analysis of design activities, the activity of two pairs of subjects were recorded – the pairs consisting of a designer and an expert educator in the field - looking for regularities that could answer the questions of the thesis. The results suggest that the complexity of the subject area (chemistry) was not a factor as remarkable for the quality of the project as the strategy used by the designer. When the designer decided to "brief" his colleague - to structure his knowledge on the subject area to support of the project - the effect of the complexity of the issue was felt. But when the designer sought to quickly integrate the information received from his fellow educator within the project - without first seeking to structure his knowledge on the subject - the effect of topic was tenuous. None of these strategies corresponds to the description of design processes reported in the literature. By using the strategy “integrate as soon as possible”, the designer made his perception about the processes of teaching and learning clear: implicit theories probably built during his exposure to formal education. By using the strategy "structure and then design”, the designer did not spot potential structural implications of the theoretical orientation followed by his colleague. These results support a discussion about the need of special education for designers who will work with educational digital artifacts.application/pdfporDesenvolvimento cognitivoDesignObjeto de aprendizagemInterfaceAmbiente de aprendizagemDesign cognitionInterface designEducational digital artifactsUma perspectiva cognitiva sobre o design de artefatos digitais educacionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCentro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias da EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em Informática na EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2010doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000767541.pdf000767541.pdfTexto completoapplication/pdf4531640http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27964/1/000767541.pdf5fe02b2cd2f67714114624fd0eae2e25MD51TEXT000767541.pdf.txt000767541.pdf.txtExtracted Texttext/plain357360http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27964/2/000767541.pdf.txt3a050a15d3b9225f5d5ebed6ae1d1122MD52THUMBNAIL000767541.pdf.jpg000767541.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1023http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/27964/3/000767541.pdf.jpgb0f0b515b829b21e71028f872f99b010MD5310183/279642018-10-11 09:18:15.474oai:www.lume.ufrgs.br:10183/27964Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-11T12:18:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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