Fatores de risco para morte em pacientes diabéticos e não diabéticos em tratamento hemodialítico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/2991 |
Resumo: | A mortalidade dos pacientes diabéticos, quando iniciam tratamento hemodialítico, ainda é muito elevada, significativamente maior do que a dos pacientes não diabéticos. As doenças cardíacas são a principal causa de morte nestes pacientes. O diabetes, por si só, está associado a uma alta prevalência de hipertensão, doença cardiovascular e insuficiência cardíaca, resultando em morbi-mortalidade significativas. Tradicionalmente, a mortalidade tem sido associada à cardiopatia isquêmica. A mortalidade cardiovascular, entretanto, não está relacionada apenas à isquemia, mas também à insuficiência cardíaca e à morte súbita. O objetivo deste estudo foi analisar o papel da doença cardiovascular como fator prognóstico para a morte de pacientes diabéticos e não diabéticos, que iniciam hemodiálise, levando em consideração outros fatores. Este foi um estudo prospectivo de uma coorte de 40 pacientes diabéticos e 28 não diabéticos, que iniciaram programa de hemodiálise, de agosto de 1996 a junho de 1999, em 5 hospitais de Porto Alegre, Brasil. O tempo total de acompanhamento foi de 4,25 anos. A avaliação inicial, realizada entre o 20 e o 30 mês de hemodiálise, incluiu: um questionário com características demográficas, história do diabetes e suas complicações, história de hipertensão e acidente vascular cerebral; o exame físico incluindo avaliação nutricional e exame oftalmológico; e avaliação laboratorial com medidas de parâmetros nutricionais, bioquímicos, hormonais, perfil lipídico, e controle metabólico do diabetes, além da avaliação da adequação da diálise. Para a avaliação cardiovascular foram utilizados: questionário Rose, ECG em repouso, cintilografia em repouso e sob dipiridamol, e ecocardiograma bi-dimensional e com Doppler. A mortalidade foi analisada ao final dos 51 meses, e as causas de morte, definidas pelos registros médicos, atestados de óbito ou informações do médico assistente ou familiar. Na análise estatística, foram empregados o teste t de Student, o qui-quadrado (χ2) ou teste exato de Fisher. Para a análise da sobrevida, o método de Kaplan-Meier foi utilizado, e, para identificar os principais fatores associados à mortalidade, construiu-se um modelo de regressão múltipla de Cox. O nÍvel de significância adotado foi de 5%. Ao final do estudo, os pacientes diabéticos tiveram um índice de mortalidade significativamente mais elevado do que os pacientes sem diabetes (47,5% vs. 7,1%; P=0,0013, log rank test). Na análise de Cox, o padrão pseudonormal ou restritivo de disfunção diastólica esteve associado a um risco de 3,2 (IC 95%:1,2-8,8; P=0,02), e a presença de diabetes, a um risco de 4,7 (IC 95%:1,03-21,4; P=0,04) para a morte. Concluiu-se que a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo foi o principal preditor de mortalidade nesta coorte de pacientes que estão iniciando tratamento hemodialítico. |
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Zaslavsky, Lerida Maria AraujoGross, Jorge Luiz2007-06-06T17:25:27Z2002http://hdl.handle.net/10183/2991000380111A mortalidade dos pacientes diabéticos, quando iniciam tratamento hemodialítico, ainda é muito elevada, significativamente maior do que a dos pacientes não diabéticos. As doenças cardíacas são a principal causa de morte nestes pacientes. O diabetes, por si só, está associado a uma alta prevalência de hipertensão, doença cardiovascular e insuficiência cardíaca, resultando em morbi-mortalidade significativas. Tradicionalmente, a mortalidade tem sido associada à cardiopatia isquêmica. A mortalidade cardiovascular, entretanto, não está relacionada apenas à isquemia, mas também à insuficiência cardíaca e à morte súbita. O objetivo deste estudo foi analisar o papel da doença cardiovascular como fator prognóstico para a morte de pacientes diabéticos e não diabéticos, que iniciam hemodiálise, levando em consideração outros fatores. Este foi um estudo prospectivo de uma coorte de 40 pacientes diabéticos e 28 não diabéticos, que iniciaram programa de hemodiálise, de agosto de 1996 a junho de 1999, em 5 hospitais de Porto Alegre, Brasil. O tempo total de acompanhamento foi de 4,25 anos. A avaliação inicial, realizada entre o 20 e o 30 mês de hemodiálise, incluiu: um questionário com características demográficas, história do diabetes e suas complicações, história de hipertensão e acidente vascular cerebral; o exame físico incluindo avaliação nutricional e exame oftalmológico; e avaliação laboratorial com medidas de parâmetros nutricionais, bioquímicos, hormonais, perfil lipídico, e controle metabólico do diabetes, além da avaliação da adequação da diálise. Para a avaliação cardiovascular foram utilizados: questionário Rose, ECG em repouso, cintilografia em repouso e sob dipiridamol, e ecocardiograma bi-dimensional e com Doppler. A mortalidade foi analisada ao final dos 51 meses, e as causas de morte, definidas pelos registros médicos, atestados de óbito ou informações do médico assistente ou familiar. Na análise estatística, foram empregados o teste t de Student, o qui-quadrado (χ2) ou teste exato de Fisher. Para a análise da sobrevida, o método de Kaplan-Meier foi utilizado, e, para identificar os principais fatores associados à mortalidade, construiu-se um modelo de regressão múltipla de Cox. O nÍvel de significância adotado foi de 5%. Ao final do estudo, os pacientes diabéticos tiveram um índice de mortalidade significativamente mais elevado do que os pacientes sem diabetes (47,5% vs. 7,1%; P=0,0013, log rank test). Na análise de Cox, o padrão pseudonormal ou restritivo de disfunção diastólica esteve associado a um risco de 3,2 (IC 95%:1,2-8,8; P=0,02), e a presença de diabetes, a um risco de 4,7 (IC 95%:1,03-21,4; P=0,04) para a morte. Concluiu-se que a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo foi o principal preditor de mortalidade nesta coorte de pacientes que estão iniciando tratamento hemodialítico.The mortality rate of diabetic patients on hemodialysis is higher than in comparable non-diabetic patients. Cardiovascular diseases are the most common causes of death in these patients. Diabetes is associated with a higher prevalence of hypertension, cardiovascular disease and cardiac failure, and these associations result in significant morbidity and mortality. Traditionally, mortality has been associated to coronary artery disease, since it is often present in diabetic patients at the time renal replacement therapy is initiated. Nevertheless, cardiovascular mortality is not only related to myocardial ischaemia, but also to a high incidence of heart failure and sudden death. The aim of this study was to evaluate the role of cardiovascular disease on mortality of diabetic patients starting hemodialysis, taking into account other factors that could affect survival. This was a 4.25-year prospective study of a cohort of 40 diabetic and 28 non-diabetic patients starting hemodialysis in 5 dialysis centers of the metropolitan area of Porto Alegre, Brazil, between August, 1996 to June, 1999. The baseline evaluation was conducted from the 2nd to the 3rd month of hemodialysis and the total follow-up time was 51 months. Information about the causes of death was obtained from medical records, assistant nephrologist, death certificates and patients’ relatives. The protocol of the study included: a questionnaire with demographic characteristics, history of diabetes and its complications, history of hypertension and cerebral vascular accident; physical examination, including measurement of nutritional parameters, and fundoscopy; and laboratory evaluation of nutritional and hormonal parameters, metabolic control of diabetes and lipid profile. The effectiveness of dialysis was evaluated by urea reduction rate. Cardiovascular status was assessed through World Health Organization questionnaire, rest electrocardiogram analyzed according to Minnesota Code, myocardial scintigraphy with Technetium-99-sestamibi at rest and after dipyridamole and M-mode, two-dimensional and Doppler echocardiogram. On the basis of the findings of the transmitral flow Doppler echocardiography, patients were prospectively categorized as having normal, deficit of relaxation, pseudo-normal or restrictive pattern. Regarding statistical analysis, in the comparison of descriptive data, Student’s t test was used for analysis of continuous variables, and either the chi-square test (χ2) or Fisher’s exact test were used for categorical variables. The Kaplan-Meier method was used for analysis of survival. The Cox’s proportional hazards model with Wald’s statistics was used to evaluate the effect of independent predictors on patients’ survival. Significance was established at 5%. At the end of the study period, patients with diabetes presented an overall mortality rate [19/40 (47.5%)] higher than patients without diabetes [2/28 (7.1%), P=0.0013, log rank test). According to Cox’s proportional-hazards model, the patterns pseudo-normal or restrictive of diastolic dysfunction (HR:3.2; 95%CI 1.2-8.8; P=0.02) and the presence of diabetes (HR:4.7; 95%CI:1.03-21.4; P=0.04) were associated with mortality. We concluded that left ventricular diastolic dysfunction was the main predictor of mortality in this cohort of diabetic patients starting dialysis. Intensive treatment of cardiovascular risk factors before starting and during dialysis might reduce the mortality rate of diabetic patients.application/pdfporDiabetes mellitusNefropatias diabéticasDiálise renalFatores de riscoMortalidadeFatores de risco para morte em pacientes diabéticos e não diabéticos em tratamento hemodialíticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas : EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2002doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000380111.pdf000380111.pdfTexto completoapplication/pdf904695http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/2991/1/000380111.pdf52b476aad102fd3f78b8ab2c01adeae1MD51TEXT000380111.pdf.txt000380111.pdf.txtExtracted Texttext/plain135285http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/2991/2/000380111.pdf.txt6f9a97fa7341df9b113f694d8bfa3685MD52THUMBNAIL000380111.pdf.jpg000380111.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1273http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/2991/3/000380111.pdf.jpg0db3bf53b8960ef7c3f1b661b50c6c67MD5310183/29912023-07-08 03:32:31.079584oai:www.lume.ufrgs.br:10183/2991Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-07-08T06:32:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A mortalidade dos pacientes diabéticos, quando iniciam tratamento hemodialítico, ainda é muito elevada, significativamente maior do que a dos pacientes não diabéticos. As doenças cardíacas são a principal causa de morte nestes pacientes. O diabetes, por si só, está associado a uma alta prevalência de hipertensão, doença cardiovascular e insuficiência cardíaca, resultando em morbi-mortalidade significativas. Tradicionalmente, a mortalidade tem sido associada à cardiopatia isquêmica. A mortalidade cardiovascular, entretanto, não está relacionada apenas à isquemia, mas também à insuficiência cardíaca e à morte súbita. O objetivo deste estudo foi analisar o papel da doença cardiovascular como fator prognóstico para a morte de pacientes diabéticos e não diabéticos, que iniciam hemodiálise, levando em consideração outros fatores. Este foi um estudo prospectivo de uma coorte de 40 pacientes diabéticos e 28 não diabéticos, que iniciaram programa de hemodiálise, de agosto de 1996 a junho de 1999, em 5 hospitais de Porto Alegre, Brasil. O tempo total de acompanhamento foi de 4,25 anos. A avaliação inicial, realizada entre o 20 e o 30 mês de hemodiálise, incluiu: um questionário com características demográficas, história do diabetes e suas complicações, história de hipertensão e acidente vascular cerebral; o exame físico incluindo avaliação nutricional e exame oftalmológico; e avaliação laboratorial com medidas de parâmetros nutricionais, bioquímicos, hormonais, perfil lipídico, e controle metabólico do diabetes, além da avaliação da adequação da diálise. Para a avaliação cardiovascular foram utilizados: questionário Rose, ECG em repouso, cintilografia em repouso e sob dipiridamol, e ecocardiograma bi-dimensional e com Doppler. A mortalidade foi analisada ao final dos 51 meses, e as causas de morte, definidas pelos registros médicos, atestados de óbito ou informações do médico assistente ou familiar. Na análise estatística, foram empregados o teste t de Student, o qui-quadrado (χ2) ou teste exato de Fisher. Para a análise da sobrevida, o método de Kaplan-Meier foi utilizado, e, para identificar os principais fatores associados à mortalidade, construiu-se um modelo de regressão múltipla de Cox. O nÍvel de significância adotado foi de 5%. Ao final do estudo, os pacientes diabéticos tiveram um índice de mortalidade significativamente mais elevado do que os pacientes sem diabetes (47,5% vs. 7,1%; P=0,0013, log rank test). Na análise de Cox, o padrão pseudonormal ou restritivo de disfunção diastólica esteve associado a um risco de 3,2 (IC 95%:1,2-8,8; P=0,02), e a presença de diabetes, a um risco de 4,7 (IC 95%:1,03-21,4; P=0,04) para a morte. Concluiu-se que a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo foi o principal preditor de mortalidade nesta coorte de pacientes que estão iniciando tratamento hemodialítico. |
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