Variações genéticas, de metilação e desfechos perinatais em recém-nascidos com exposição pré-natal a crack/cocaína no Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/224114 |
Resumo: | O consumo de crack/cocaína no Brasil é um problema de saúde pública que se agrava nos últimos anos. Tanto fatores epigenéticos, como polimorfismos de suscetibilidade a teratógenos são uma área ainda pouco explorada e em estudos com exposição pré-natal à cocaína em humanos. Estudos em ratos mostram mudanças na metilação do gene da proteína quinase C épsilon (PRKCε) nos corações da prole exposta à cocaína. Por outro lado o gene ABCB1 que codifica a glicoproteína P pode influenciar o efeito pré-natal do crack/cocaína, dado que já foi associado com menor proteção fetal contra potenciais teratógenos. Assim, os principais objetivos do presente estudo foram: (1) investigar o padrão de metilação do DNA da região reguladora do gene PRKCε em bebês expostos ao crack/cocaína em comparação com bebês não expostos e; (2) estudar em pares mãe-bebê de expostos e não expostos, o polimorfismo C3435T do gene ABCB1 e a presença de desfechos adversos perinatais. A metilação foi avaliada através da conversão por bissulfito em amostras de DNA de 19 bebês expostos e 12 não expostos, porém não foi detectada metilação em nenhum destes. O polimorfismo de ABCB1 foi testado em 45 mulheres usuárias de crack e 43 bebês, e em 89 mulheres não usuárias e 42 bebês. Nas mulheres autodeclaradas brancas foi encontrada diferença entre as frequências alélicas (T:0,59 usuárias; 0,36 não usuárias; p=0,019). Em num modelo de alelo de risco dominante (CT+TT), a diferença se manteve (p=0,042), sugerindo que a presença do alelo T possa estar associada ao consumo de droga. Não foi encontrada associação entre o polimorfismo da mãe ou do bebê e a presença de desfechos adversos perinatais no bebê (baixo peso, crescimento fetal intrauterino, prematuridade). No entanto, genótipos com o alelo T foram mais frequentes em mães brancas cujos bebês foram hospitalizados (p<0,001) e nos bebês hospitalizados (p<0,001). Isto pode indicar que a presença do alelo T estaria envolvido numa maior vulnerabilidade do bebê ao uso de substâncias durante a gravidez. Estudos com números amostrais maiores serão necessários para confirmar esta hipótese. |
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Gomez, Alejandra RojasFaccini, Lavinia SchulerVianna, Fernanda Sales Luiz2021-07-17T04:43:32Z2017http://hdl.handle.net/10183/224114001051724O consumo de crack/cocaína no Brasil é um problema de saúde pública que se agrava nos últimos anos. Tanto fatores epigenéticos, como polimorfismos de suscetibilidade a teratógenos são uma área ainda pouco explorada e em estudos com exposição pré-natal à cocaína em humanos. Estudos em ratos mostram mudanças na metilação do gene da proteína quinase C épsilon (PRKCε) nos corações da prole exposta à cocaína. Por outro lado o gene ABCB1 que codifica a glicoproteína P pode influenciar o efeito pré-natal do crack/cocaína, dado que já foi associado com menor proteção fetal contra potenciais teratógenos. Assim, os principais objetivos do presente estudo foram: (1) investigar o padrão de metilação do DNA da região reguladora do gene PRKCε em bebês expostos ao crack/cocaína em comparação com bebês não expostos e; (2) estudar em pares mãe-bebê de expostos e não expostos, o polimorfismo C3435T do gene ABCB1 e a presença de desfechos adversos perinatais. A metilação foi avaliada através da conversão por bissulfito em amostras de DNA de 19 bebês expostos e 12 não expostos, porém não foi detectada metilação em nenhum destes. O polimorfismo de ABCB1 foi testado em 45 mulheres usuárias de crack e 43 bebês, e em 89 mulheres não usuárias e 42 bebês. Nas mulheres autodeclaradas brancas foi encontrada diferença entre as frequências alélicas (T:0,59 usuárias; 0,36 não usuárias; p=0,019). Em num modelo de alelo de risco dominante (CT+TT), a diferença se manteve (p=0,042), sugerindo que a presença do alelo T possa estar associada ao consumo de droga. Não foi encontrada associação entre o polimorfismo da mãe ou do bebê e a presença de desfechos adversos perinatais no bebê (baixo peso, crescimento fetal intrauterino, prematuridade). No entanto, genótipos com o alelo T foram mais frequentes em mães brancas cujos bebês foram hospitalizados (p<0,001) e nos bebês hospitalizados (p<0,001). Isto pode indicar que a presença do alelo T estaria envolvido numa maior vulnerabilidade do bebê ao uso de substâncias durante a gravidez. Estudos com números amostrais maiores serão necessários para confirmar esta hipótese.Crack cocaine use in Brazil is a public health problem that has worsened in recent years. Epigenetic factors and polymorphisms of susceptibility to teratogens have not yet been explored in studies with humans exposed to crack/cocaine. Studies in rats show changes in the promoter methylation of the protein kinase C epsilon (Prkce) gene in the hearts of exposed offspring. On the other hand, the ABCB1 gene encoding the P-glycoprotein may influence the prenatal effect of crack/cocaine, since it has been associated with less fetal protection against potential teratogens. Therfore, the main objectives of the present study were: (1) to investigate the DNA methylation pattern of the regulatory region of the PRKCε gene in babies exposed to crack / cocaine compared to the methylation patterns of unexposed babies; (2) to study the C3435T polymorphism of the ABCB1 gene in exposed and unexposed mother-infant pairs and the presence of adverse perinatal outcomes. Methylation was evaluated in 19 exposed and 12 exposed infants, but no methylation was detected in either group. The ABCB1 polymorphism was tested in 45 female crack users and 43 babies, and in 89 non-users women and 42 babies. A difference was found between the allelic frequencies in self-reported white women (T:0.59 users; 0.36 nonusers, p=0.019). In a dominant risk allele model (CT+TT), this difference persisted, suggesting that the presence of the T allele associated with drug use. No association was found between the polymorphisms of the mother or the baby and the presence of adverse outcomes in the infants (low birth weight, fetal intrauterine growth, prematurity). However, genotypes with the T allele were more frequent in white mothers whose infants were hospitalized (p<0.001) and in hospitalized infants (p <0.001). This may be an indication that the presence of the T allele would be involved in a greater vulnerability of the baby to the use of substances during pregnancy. Studies with larger samples will be needed to confirm this hypothesis.application/pdfporGravidez : Efeito de drogasCocaínaCrack (Droga)Cocaína crackPolimorfismoRecém-nascidoVariações genéticas, de metilação e desfechos perinatais em recém-nascidos com exposição pré-natal a crack/cocaína no Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Genética e Biologia MolecularPorto Alegre, BR-RS2017mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001051724.pdf.txt001051724.pdf.txtExtracted Texttext/plain138019http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224114/2/001051724.pdf.txt09119381489e0ab16b137048dba3a162MD52ORIGINAL001051724.pdfTexto completoapplication/pdf3312749http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224114/1/001051724.pdf5b5d9cc85892bda47cd676a81220f5cfMD5110183/2241142024-03-13 05:03:57.96667oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224114Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-13T08:03:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O consumo de crack/cocaína no Brasil é um problema de saúde pública que se agrava nos últimos anos. Tanto fatores epigenéticos, como polimorfismos de suscetibilidade a teratógenos são uma área ainda pouco explorada e em estudos com exposição pré-natal à cocaína em humanos. Estudos em ratos mostram mudanças na metilação do gene da proteína quinase C épsilon (PRKCε) nos corações da prole exposta à cocaína. Por outro lado o gene ABCB1 que codifica a glicoproteína P pode influenciar o efeito pré-natal do crack/cocaína, dado que já foi associado com menor proteção fetal contra potenciais teratógenos. Assim, os principais objetivos do presente estudo foram: (1) investigar o padrão de metilação do DNA da região reguladora do gene PRKCε em bebês expostos ao crack/cocaína em comparação com bebês não expostos e; (2) estudar em pares mãe-bebê de expostos e não expostos, o polimorfismo C3435T do gene ABCB1 e a presença de desfechos adversos perinatais. A metilação foi avaliada através da conversão por bissulfito em amostras de DNA de 19 bebês expostos e 12 não expostos, porém não foi detectada metilação em nenhum destes. O polimorfismo de ABCB1 foi testado em 45 mulheres usuárias de crack e 43 bebês, e em 89 mulheres não usuárias e 42 bebês. Nas mulheres autodeclaradas brancas foi encontrada diferença entre as frequências alélicas (T:0,59 usuárias; 0,36 não usuárias; p=0,019). Em num modelo de alelo de risco dominante (CT+TT), a diferença se manteve (p=0,042), sugerindo que a presença do alelo T possa estar associada ao consumo de droga. Não foi encontrada associação entre o polimorfismo da mãe ou do bebê e a presença de desfechos adversos perinatais no bebê (baixo peso, crescimento fetal intrauterino, prematuridade). No entanto, genótipos com o alelo T foram mais frequentes em mães brancas cujos bebês foram hospitalizados (p<0,001) e nos bebês hospitalizados (p<0,001). Isto pode indicar que a presença do alelo T estaria envolvido numa maior vulnerabilidade do bebê ao uso de substâncias durante a gravidez. Estudos com números amostrais maiores serão necessários para confirmar esta hipótese. |
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