O estudo da migração no ensino fundamental : humanizando sujeitos e saberes

• Autor(a) principal: Bull, Vanessa Nicoceli
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/213419
• topic: Ensino de história; Migração; Decolonialidade; Teaching History; Migration; Decoloniality

O processo de migração é marcado pelo movimento de pessoas de um lugar para o outro e ocorre de forma ampla e complexa a partir de diversas situações. É comum encontrarmos o tema da migração em diversos meios de comunicação com notícias sobre o movimento de pessoas em todo o globo. Com base neste contexto, esta pesquisa tem como objeto o estudo da migração em sala de aula. O trabalho foi realizado com estudantes do sétimo ano do Ensino Fundamental do Centro de Ensino Médio Pastor Dohms – Unidade Zona Norte, localizada na cidade de Porto Alegre. O objetivo desta pesquisa pretendeu colocar jovens como sujeitos históricos, com experiência de vida composta por conhecimentos e saberes significativos, mas também, procurou construir instrumentos que permitiram desenvolver a humanização dos olhares dos estudantes sobre o movimento de migração, a partir da ideia de que o processo é formado por pessoas, com vidas reais, também compostas por trajetórias e experiências únicas. Os referenciais teórico-metodológicos encontram-se alicerçados nos estudos decoloniais. Autores como Enrique Dussel, Boaventura de Sousa Santos, Catherine Walsh, entre outros, contribuíram para a problematização de conteúdos marcados por visões eurocêntricas, bem como, foram responsáveis pela ideia de que não há no mundo apenas uma forma de conhecimento, o que revela inúmeras compreensões com diferentes racionalidades, temporalidades e experiências de sujeitos históricos. Assim, a construção de conhecimentos pautados em experiências de vida dos estudantes, favorece um trabalho com ênfase nas diversas formas de saber e ver o mundo, elemento facilitador no desenvolvimento de olhares humanizados sobre outras realidades de vida, olhares também direcionados para os sujeitos históricos que vivenciam os processos de migração. A produção de fontes históricas pelos jovens, durante as etapas das sequências didáticas, permitiu que houvesse por parte dos envolvidos, o desenvolvimento de olhares sobre suas próprias posturas carregadas de preconceitos e estereótipos. A construção de conhecimento assim, se deu na prática dos estudantes a partir de suas próprias problematizações. Além disso, os envolvidos participaram do processo de reconhecimento e identificação com trajetórias migrantes e puderam humanizar realidades de vidas: as suas e a daqueles que migram.