A cascata do HIV e a proporção entre carga viral indetectável e detectável em adolescentes e adultos jovens dos 15 municípios com maior prevalência do HIV no estado do Rio Grande do Sul, 2006 e 2016

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paganella, Machline Paim
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/188935
Resumo: A epidemia de HIV no Brasil é concentrada em alguns segmentos populacionais que, muitas vezes, estão inseridos em contextos que aumentam suas vulnerabilidades e apresentam prevalência superior à média nacional. O estado do Rio Grande do Sul (RS) apresenta uma epidemia diferenciada, mantendo-se ao longo dos anos como um dos estados com maior prevalência da infecção pelo HIV no país. Uma das populações chamadas prioritárias pelo Ministério da Saúde, são os jovens. Contudo, poucos estudos relacionados ao HIV levam em conta as transições de desenvolvimento dos jovens, e estudos raramente incluem pessoas com idade de 13 a 24 anos. Neste contexto, nosso trabalho objetivou a construção da Cascata do HIV da população de adolescentes e jovens adultos dos 15 municípios de maior prevalência de HIV no estado do RS, avaliação da evolução da Carga Viral detectável e, razão entre a carga viral indetectável e detectável nessa população, entre os anos de 2006 a 2016. Por meio da vinculação de dados a nível individual para a população de indivíduos HIV positivos de bancos de vigilância de HIV brasileiros, a cascata descreve quatro estimativas de prevalência para etapas sequenciais desde o diagnóstico de HIV até a supressão viral: HIV 'diagnosticado/vinculado' 'retido em cuidado', 'em tratamento' e, 'em supressão viral'. Estratificamos a cascata por gênero, raça, nível educacional e cidade. Os dados foram analisados a partir de uma triangulação de dados dos Sistemas de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Avaliamos a mediana da carga viral in-care de adolescentes e jovens adultos (13 a 24 anos de idade) e comparamos com a mediana da carga viral in-care da população geral de pessoas vivendo com HIV/Aids nas 15 cidades com a maior prevalência de HIV localizados no Rio Grande do Sul, de 2006 a 2016. Exploramos a proporção entre o número de indivíduos com carga viral indetectável e carga viral detectável nas duas populações estudadas. Os resultados das análises apontam para uma carência no perfil de cuidado dos adolescentes e adultos jovens. A cascata ao longo dos 11 anos avaliados mantém-se em uma "estabilidade negativa", sem apresentar evolução de melhora no perfil. Ou seja, o número de adolescentes e adultos jovens diagnosticados, vinculados, retidos, em tratamento e em supressão; não apresenta evolução de melhora no cuidado e atenção à essa população específica. O mesmo observa-se na análise da razão entre os indivíduos com carga viral indetectável em relação aos indivíduos com carga viral detectável. Ainda, em comparação com a população em geral, os adolescentes e adultos jovens apresentaram uma razão significativamente menor, mostrando-se uma população onde o número de indivíduos com carga viral detectável é superior aos adolescentes e adultos jovens que atingem supressão viral. A deficiência de informações e dados referentes à epidemia nesse recorte populacional é uma questão global. A caracterização do cenário da epidemia em adolescentes e adultos jovens é de extrema valia para que possamos embasar ações específicas e factíveis no intuito de evoluir para um cenário mais favorável.
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Neste contexto, nosso trabalho objetivou a construção da Cascata do HIV da população de adolescentes e jovens adultos dos 15 municípios de maior prevalência de HIV no estado do RS, avaliação da evolução da Carga Viral detectável e, razão entre a carga viral indetectável e detectável nessa população, entre os anos de 2006 a 2016. Por meio da vinculação de dados a nível individual para a população de indivíduos HIV positivos de bancos de vigilância de HIV brasileiros, a cascata descreve quatro estimativas de prevalência para etapas sequenciais desde o diagnóstico de HIV até a supressão viral: HIV 'diagnosticado/vinculado' 'retido em cuidado', 'em tratamento' e, 'em supressão viral'. Estratificamos a cascata por gênero, raça, nível educacional e cidade. Os dados foram analisados a partir de uma triangulação de dados dos Sistemas de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Avaliamos a mediana da carga viral in-care de adolescentes e jovens adultos (13 a 24 anos de idade) e comparamos com a mediana da carga viral in-care da população geral de pessoas vivendo com HIV/Aids nas 15 cidades com a maior prevalência de HIV localizados no Rio Grande do Sul, de 2006 a 2016. Exploramos a proporção entre o número de indivíduos com carga viral indetectável e carga viral detectável nas duas populações estudadas. Os resultados das análises apontam para uma carência no perfil de cuidado dos adolescentes e adultos jovens. A cascata ao longo dos 11 anos avaliados mantém-se em uma "estabilidade negativa", sem apresentar evolução de melhora no perfil. Ou seja, o número de adolescentes e adultos jovens diagnosticados, vinculados, retidos, em tratamento e em supressão; não apresenta evolução de melhora no cuidado e atenção à essa população específica. O mesmo observa-se na análise da razão entre os indivíduos com carga viral indetectável em relação aos indivíduos com carga viral detectável. Ainda, em comparação com a população em geral, os adolescentes e adultos jovens apresentaram uma razão significativamente menor, mostrando-se uma população onde o número de indivíduos com carga viral detectável é superior aos adolescentes e adultos jovens que atingem supressão viral. A deficiência de informações e dados referentes à epidemia nesse recorte populacional é uma questão global. A caracterização do cenário da epidemia em adolescentes e adultos jovens é de extrema valia para que possamos embasar ações específicas e factíveis no intuito de evoluir para um cenário mais favorável.The HIV epidemic in Brazil is concentrated in some segments of the population which are often inserted in contexts that increase their vulnerability and present prevalence higher than the national average. The state of Rio Grande do Sul (RS) presents a differentiated epidemic, remaining over the years as one of the states with the highest prevalence of HIV infection in the country. One of the populations defined as a priority by the Ministry of Health is the young people. However, few HIV-related studies take into account the developmental transitions of young people, and studies rarely include people from 13 to 24 years old. In this context, our study aimed to build the adolescents and young adults' HIV cascade of 15 municipalities with the highest HIV prevalence in the State of Rio Grande do Sul, evaluate the evolution of the detectable viral load and the ratio between undetectable and detectable viral load in this population in the period of 2006 to 2016. Using linked individual-level data for the population of HIVpositive individuals in Brazilian National HIV Surveillance Databases, the cascade depicts four prevalence estimates for sequential steps from HIV diagnosis through viral suppression: HIV ‘diagnosed/linked’ to care, ‘retained’ in care, ‘on treatment’ and virologically ‘suppressed’. We stratified the cascade by gender, race, educational level, and city. Data were analyzed from a linkage triangulation of data from the Laboratory Examination Information System (SISCEL) and the Notifiable Diseases Information System (SINAN) from the Brazilian Ministry of Health. We evaluated the median in-care viral load of the adolescents and young adults (13 to 24 years of age) and compared with the median in-care viral load of the overall population of people living with HIV/Aids in the 15 cities with the highest HIV prevalence in Brazil that are located in Rio Grande do Sul from 2006 to 2016. We explored the proportion between the number of individuals with undetectable viral load and detectable viral load in the two studied populations. The results of the analyzes point to a lack of care profile among adolescents and young adults. The cascade over the evaluated 11 years remains in a "negative stability", without presenting evolution of improvement in the profile. That is, the number of adolescents and young adults diagnosed, linked, retained, treated and suppressed; there is no evolution of improvement in care and attention to this specific population. The same was observed in the analysis of the ratio between individuals with undetectable viral load in relation to individuals with detectable viral load. Still, compared to the general population, adolescents and young adults presented a significantly lower ratio, showing a population where the number of individuals with detectable viral load is higher than adolescents and young adults who reach viral suppression. The lack of information and data regarding the epidemic in this age range population is a global issue. The characterization of the epidemic scenario in adolescents and young adults is extremely valuable so that we can base specific and feasible actions in order to evolve to a more favorable scenario.application/pdfporHIVCarga viralRio Grande do SulA cascata do HIV e a proporção entre carga viral indetectável e detectável em adolescentes e adultos jovens dos 15 municípios com maior prevalência do HIV no estado do Rio Grande do Sul, 2006 e 2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001081581.pdf.txt001081581.pdf.txtExtracted Texttext/plain239574http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188935/2/001081581.pdf.txt29ae64cb0912a1cb7145cb1cb46fbe24MD52ORIGINAL001081581.pdfTexto completoapplication/pdf4741960http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188935/1/001081581.pdf20d505caffec3cb7e01c9ec1e2d9cce3MD5110183/1889352022-07-29 04:51:16.196267oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188935Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-07-29T07:51:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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