Drenagem precoce de abscesso tubo-ovariano guiada por ultrassonografia ou terapia conservadora : análise comparativa entre desfechos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Suelyn Cristina Portalupi
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/254436
Resumo: Introdução: Os abscessos tubo-ovarianos (ATOS) são importantes causas de morbidade feminina. O tratamento habitual é baseado em antibioticoterapia isolada ou associada a abordagem invasiva. No entanto, os procedimentos invasivos guiados por imagem, representam uma possibilidade de manejo desta patologia. Objetivo: Realizar uma análise comparativa entre o prognóstico de pacientes tratadas com tratamento clínico padrão (antibioticoterapia) versus pacientes que foram submetidas a drenagem primária guiada por ultrassonografia, associada também a antibioticoterapia, analisando o tempo de permanência hospitalar e os desfechos de morbimortalidade, como melhora clínica e laboratorial, complicações, necessidade de (re)intervenção, reinternação e morte. Método: Foi realizado um estudo observacional de coorte retrospectiva, através da revisão de prontuários de pacientes com diagnósticos de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e ATO, conforme CID, registrados entre os meses de janeiro de 2017 a julho de 2022 no Hospital Fêmina. O grupo de controle foi representado pelas pacientes que receberam apenas tratamento com antibioticoterapia endovenosa. Já no grupo dos casos estão pacientes que além da antibioticoterapia padrão foram submetidas a punção guiada por ultrassonografia transvaginal. Os dados foram digitados em planilha Excel e exportados para o programa SPSS v. 20.0. Valores de P <0,05 foram considerados indicativos de significância estatística. Resultados: Dos 113 pacientes do estudo, 50 (44%) mulheres foram tratadas isoladamente com antibióticos, 21 (18%) foram submetidos a drenagem precoce em menos de 72 horas da admissão e 42 (37%) submetidas a drenagem guiada após esse período. Não houve diferença estatisticamente significativa no tempo de permanência hospitalar entre os grupos simultaneamente, sendo em média de 6,4 dias nos controles e de 5,1 dias no grupo de drenagem precoce, e de 9,6 dias no grupo de drenagens tardias de (p=0,290). Houve redução de em média 2,9 dias de permanência hospitalar ((IC 95% (-4,8 a -0,9) (p=0,04)) no grupo da drenagem precoce (<72 horas) em relação aos controles. A melhora clínica precoce (p= 0,012) e a queda esperada da PCR (p= 0,033) foram mais frequentes nas pacientes submetidas à drenagem. O tempo de permanência hospitalar aumenta com o diâmetro do abscesso: 0,4 ((IC 95% 0,1 – 0,7) (p= 0,05)) dias a cada centímetro, independentemente das outras variáveis. Conclusão: A drenagem guiada por ultrassom de abscessos é uma técnica de sucesso, com mínimas complicações relacionadas ao procedimento, acelerando a melhora clínica e laboratorial das pacientes e reduzindo o tempo de internação quando realizada precocemente, idealmente em até 72 horas da admissão.
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Método: Foi realizado um estudo observacional de coorte retrospectiva, através da revisão de prontuários de pacientes com diagnósticos de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e ATO, conforme CID, registrados entre os meses de janeiro de 2017 a julho de 2022 no Hospital Fêmina. O grupo de controle foi representado pelas pacientes que receberam apenas tratamento com antibioticoterapia endovenosa. Já no grupo dos casos estão pacientes que além da antibioticoterapia padrão foram submetidas a punção guiada por ultrassonografia transvaginal. Os dados foram digitados em planilha Excel e exportados para o programa SPSS v. 20.0. Valores de P <0,05 foram considerados indicativos de significância estatística. Resultados: Dos 113 pacientes do estudo, 50 (44%) mulheres foram tratadas isoladamente com antibióticos, 21 (18%) foram submetidos a drenagem precoce em menos de 72 horas da admissão e 42 (37%) submetidas a drenagem guiada após esse período. Não houve diferença estatisticamente significativa no tempo de permanência hospitalar entre os grupos simultaneamente, sendo em média de 6,4 dias nos controles e de 5,1 dias no grupo de drenagem precoce, e de 9,6 dias no grupo de drenagens tardias de (p=0,290). Houve redução de em média 2,9 dias de permanência hospitalar ((IC 95% (-4,8 a -0,9) (p=0,04)) no grupo da drenagem precoce (<72 horas) em relação aos controles. A melhora clínica precoce (p= 0,012) e a queda esperada da PCR (p= 0,033) foram mais frequentes nas pacientes submetidas à drenagem. O tempo de permanência hospitalar aumenta com o diâmetro do abscesso: 0,4 ((IC 95% 0,1 – 0,7) (p= 0,05)) dias a cada centímetro, independentemente das outras variáveis. Conclusão: A drenagem guiada por ultrassom de abscessos é uma técnica de sucesso, com mínimas complicações relacionadas ao procedimento, acelerando a melhora clínica e laboratorial das pacientes e reduzindo o tempo de internação quando realizada precocemente, idealmente em até 72 horas da admissão.Introduction: Tubo-ovarian abscesses (ATOS) are important causes of increased female morbidity. The usual treatment is based on antibiotic therapy or a surgical approach. However, invasive image-guided procedures are an alternative treatment for this pathology. Objective: To perform a comparative analysis between the morbidity outcomes and the prognosis of patients treated with standard clinical treatment (broad spectrum antibiotic therapy) versus patients treated with early ultrasound-guided drainage, also associated with antibiotic therapy. Method: A longitudinal study was carried out, with a concurrent design through the review of medical records of patients with diagnoses of DIP and ACT, according to the ICD, registered between the months of January 2017 to December 2021 at Hospital Femina. The standard group included patients who received only treatment with intravenous antibiotic therapy. In the control group, there were patients who, in addition to standard antibiotic therapy, underwent transvaginal ultrasound-guided puncture. The data will be entered into an Excel spreadsheet and later exported to the SPSS v program. 20.0. Two-sided P values <0.05 were considered indications of statistical significance. Results: Of the 113 patients in the study, 50 (44%) women were treated alone with antibiotics, 21 (18%) underwent early drainage within 72 hours of admission, and 42 (37%) underwent guided drainage after this period. There was no statistically significant difference in the length of hospital stay between the groups simultaneously, with an average of 6.4 days in the controls and 5.1 days in the early drainage group, and 9.6 days in the late drainage group (p=0.290). There was an average reduction of 2.9 days of hospital stay ((CI 95% (-4.8 to -0.9) (p=0.04)) in the early drainage group (<72 hours) compared to controls. Early clinical improvement (p= 0.012) and expected drop in CRP (p= 0.033) were more frequent in patients who underwent drainage. Length of hospital stay increases with abscess diameter: 0.4 ((95% CI 0.1 – 0.7) (p= 0.05)) days per centimeter, regardless of other variables. Conclusion: Ultrasound-guided drainage of abscesses is a highly successful technique, with minimal procedure-related complications, with brief clinical and laboratory improvement of the patients, as well as a reduction in the length of hospital stay provided it is performed early, ideally within 72 hours of admission.application/pdfporAbscessoPelveUltrassonografiaTubas uterinasOvárioPrognósticoProcedimentos cirúrgicos minimamente invasivosTubo-ovarian abscessesPelvic abscessesImage-guided drainageDrenagem precoce de abscesso tubo-ovariano guiada por ultrassonografia ou terapia conservadora : análise comparativa entre desfechosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e ObstetríciaPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001160637.pdf.txt001160637.pdf.txtExtracted Texttext/plain67232http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254436/2/001160637.pdf.txtdeb23a59580ca9b490cab19570f3cd93MD52ORIGINAL001160637.pdfTexto completoapplication/pdf1732982http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/254436/1/001160637.pdfaeab6b316590e5809fc6b6964097bf41MD5110183/2544362024-07-20 06:23:15.545413oai:www.lume.ufrgs.br:10183/254436Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-07-20T09:23:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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