Funcionamento parental em uma amostra brasileira de pacientes com transtornos alimentares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sanchez, Patrícia Castellano
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/7804
Resumo: Introdução: Os Transtornos Alimentares são patologias que se caracterizam por apresentarem graves perturbações no comportamento alimentar, alteração na percepção da forma corporal, preocupação excessiva com o peso e medo patológico de engordar. São patologias que estão aumentando em incidência, causam grande morbidade, trazendo sérias conseqüências físicas, psicológicas e desadaptação social. Em relação à etiologia dos Transtornos Alimentares, os conhecimentos atuais falam de uma predisposição biológica, aspectos psicológicos e influências socioculturais como fatores que provocariam maior suscetibilidade à doença. Em relação aos aspectos psicológicos, estariam incluídas características psicológicas individuais e familiares. Dentre as características familiares, vários autores afirmam que o funcionamento parental, nessas famílias, é disfuncional. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o de investigar se o funcionamento parental na infância, percebido por um grupo de pacientes com Transtornos Alimentares do Hospital de Clínicas de Porto Alegre apresentava piores escores de funcionamento do que o percebido por controles normais. Método: Os participantes desta pesquisa foram 24 pacientes do sexo feminino, do Programa de Transtornos Alimentares do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e 97 controles de instituições de ensino. Os critérios de inclusão para os pacientes foram a presença de Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa ou Transtorno Alimentar não especificado; ser do sexo feminino; residir em Porto Alegre ou em cidades próximas; ter 15 anos ou mais e estar com Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo próximo a 17. Os controles foram selecionados nas mesmas instituições de ensino das pacientes, pareados de acordo com a idade, sexo e escolaridade. Os critérios de inclusão para os controles foram não apresentar história de Transtornos Alimentares, transtornos psiquiátricos ou repetência escolar. Este estudo foi realizado através da aplicação do Instrumento de Vínculo Parental [Parental Bonding Instrument (PBI)], que contém duas escalas, uma que mede o cuidado, e a outra, a superproteção, embora chamada de proteção. Ao gerarem escores de cuidado e proteção, os pais podem ser efetivamente designados para um dos quatro quadrantes de funcionamento parental: Ótimo, Controle com Afeto, Controle sem Afeto, e Negligente. Resultados: Os escores, referidos, de cuidado da mãe e do pai, foram significativamente inferiores no grupo das pacientes em relação ao grupocontrole. Os escores referidos, de proteção materna foram significativamente maiores no grupo das pacientes em comparação ao grupo-controle. O estilo de maternagem predominante entre as pacientes foi o Controle sem Afeto e, no grupo-controle, o estilo Ótimo. Conclusão: As mães e os pais das pacientes com Transtornos Alimentares foram lembrados como menos cuidadosos do que os do grupo-controle, sendo que as mães dessas pacientes também foram lembradas como mais protetoras.Os resultados se assemelham ao de outros estudos, em diferentes culturas. Reforçam a importância do papel da família na predisposição e manutenção dos Transtornos Alimentares, bem como a necessidade de se incluir a família no processo terapêutico.
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