Estudo de Enterococcus sp. isolados de canídeos e felídeos selvagens do Pampa brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo, Gabriella Oliveira de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/213706
Resumo: Enterococos são bactérias gram-positivas encontrados no trato gastrointestinal de humanos e animais. Diversos estudos foram realizados com enterococos isolados de diversas amostras, entretanto poucos com microbiota proveniente de animais selvagens. O presente trabalho teve como objetivos: 1) isolar e avaliar a distribuição de Enterococcus spp. a partir de amostras fecais e orais de graxains-do-campo (Lycalopex gymnocercus) e gatos-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi) selvagens encontrados no Bioma Pampa do estado do Rio Grande do Sul, Brasil; 2) avaliar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana e; 3) verificar a presença de genes relacionados à resistência e à virulência. O isolamento foi realizado utilizandose meios de cultura seletivos e a identificação das espécies foi realizada por reação em cadeia da polimerase (PCR) e MALDI-TOF. O perfil de suscetibilidade frente a 12 antimicrobianos foi testado pelo método de disco difusão. Cepas com susceptibilidade reduzida para tetraciclina e eritromicina foram avaliadas por PCR para a presença dos genes tetL, tetM e tetS; e msrC e ermB, respectivamente. A determinação de genes de virulência (ace, agg, gelE, esp e cylA) também foi realizada por meio da técnica de PCR. A atividade das enzimas gelatinase e hemolisinas associada aos genes gelE e cylA, respectivamente foram determinadas. No total de 114 enterococos (58 de graxaim-do-campo e 56 de gato-do-mato-grande) foram isolados e identificados. Enterococcus faecalis foi mais abundante (52,63%), seguido de E. faecium (25,43%), E. casseliflavus (13,15%), E. hirae (7,01%) e E. durans (1,75%). Em relação aos animais avaliados, E. faecalis foi a espécie mais frequente (41,37% nas amostras de graxaim-do-campo e 64,28% provenientes de gato-do-mato-grande). 99,12% das cepas apresentaram suscetibilidade reduzida a pelo menos um dos antimicrobianos, sendo observada para rifampicina (79,7%), eritromicina (69,56%), ciprofloxacina (36,23%), tetraciclina e estreptomicina (34,78%), norfloxacina e nitrofurantoína (17,39%), gentamicina (10,14%), linezolida e cloranfenicol (2,89%). Dentre os 24 isolados resistentes à tetraciclina, 66,6% apresentaram os genes tetM e tetL, nenhum o tetS. Dos 21 resistentes à eritromicina, 71,42% apresentaram o gene msrC e 42,85% ermB. Quanto à presença dos genes de virulência, maior incidência foi observada para os genes ace (59,64%) e gelE (51,75%), seguido por agg (21,92%) e cylA e esp (0,87%). Em conclusão, diferentes espécies de enterococos fazem parte da microbiota intestinal de graxains-do-campo e de gatos-do-mato-grande. A presença de resistência e virulência nestes isolados pode estar relacionada a fatores antropogênicos ou com o resistoma ambiental.
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O perfil de suscetibilidade frente a 12 antimicrobianos foi testado pelo método de disco difusão. Cepas com susceptibilidade reduzida para tetraciclina e eritromicina foram avaliadas por PCR para a presença dos genes tetL, tetM e tetS; e msrC e ermB, respectivamente. A determinação de genes de virulência (ace, agg, gelE, esp e cylA) também foi realizada por meio da técnica de PCR. A atividade das enzimas gelatinase e hemolisinas associada aos genes gelE e cylA, respectivamente foram determinadas. No total de 114 enterococos (58 de graxaim-do-campo e 56 de gato-do-mato-grande) foram isolados e identificados. Enterococcus faecalis foi mais abundante (52,63%), seguido de E. faecium (25,43%), E. casseliflavus (13,15%), E. hirae (7,01%) e E. durans (1,75%). Em relação aos animais avaliados, E. faecalis foi a espécie mais frequente (41,37% nas amostras de graxaim-do-campo e 64,28% provenientes de gato-do-mato-grande). 99,12% das cepas apresentaram suscetibilidade reduzida a pelo menos um dos antimicrobianos, sendo observada para rifampicina (79,7%), eritromicina (69,56%), ciprofloxacina (36,23%), tetraciclina e estreptomicina (34,78%), norfloxacina e nitrofurantoína (17,39%), gentamicina (10,14%), linezolida e cloranfenicol (2,89%). Dentre os 24 isolados resistentes à tetraciclina, 66,6% apresentaram os genes tetM e tetL, nenhum o tetS. Dos 21 resistentes à eritromicina, 71,42% apresentaram o gene msrC e 42,85% ermB. Quanto à presença dos genes de virulência, maior incidência foi observada para os genes ace (59,64%) e gelE (51,75%), seguido por agg (21,92%) e cylA e esp (0,87%). Em conclusão, diferentes espécies de enterococos fazem parte da microbiota intestinal de graxains-do-campo e de gatos-do-mato-grande. A presença de resistência e virulência nestes isolados pode estar relacionada a fatores antropogênicos ou com o resistoma ambiental.Enterococci are gram-positive bacteria found in human and animal gastrointestinal tract. Many studies were carried out on isolated enterococci from several samples; however few were conducted with microbiota derived from wild animals. The main objectives of the present study were: 1) to isolate and evaluate the distribution of Enterococcus spp. from faecal and oral samples of wild pampas fox (Lycalopex gymnocercus) and geoffroy’s cat (Leopardus geoffroyi) found in Pampa Biome from Rio Grande do Sul, Brazil; 2) to assess the antimicrobial susceptibility profile and; 3) to verify the presence of resistance and virulence related genes. Enterococci isolation was performed using selective culture medium and species identification was conducted by polymerase chain reaction (PCR) and MALDI-TOF. The susceptibility profile towards 12 antimicrobials was tested using a diffusion disc method. Strains with reduced susceptibility to tetracycline and erythromycin were evaluated by PCR for the presence of the tetL, tetM and tetS genes; and msrC and ermB, respectively. PCR technique was also used to determine the virulence genes (ace, agg, gelE, esp e cylA). Enzymatic activity of gelatinase and hemolysins associated with gelE and cylA, respectively, were also determined. In total 114 enterococci (58 from pampas fox and 56 from Geoffroy's cat) were isolated and identified. Enterococcus faecalis was the most abundant (52.63%), followed by E. faecium (25.43%), E. hirae (7.01%) and E. durans (1.75%). Regarding to the evaluated animals, E. faecalis was the most frequent species (41.37% of pampas fox samples and 64.28% of Geoffroy's cat). 99.12% of the strains showed reduced susceptibility to at least one of the antimicrobials, being observed for rifampicin (79.7%), erythromycin (69.56%), ciprofloxacin (36.23%), tetracycline and streptomycin (34.78%), norfloxacin and nitrofurantoin (17.39%), gentamicin (10.14%), linezolid and chloramphenicol (2.89%). Among the 24 isolates resistant to tetracycline, 66.6% had tetM and tetL genes and none presented tetS. Of the 21 resistant to erythromycin, 71.42% had msrC gene and 42.85% had ermB. Regarding the presence of the virulence genes, a higher incidence was observed for ace (59.64%) and gelE (51.75%) genes, followed by agg (21.92%), cylA (0.87%) and esp (0.87%). In conclusion, different enterococci species are part of pampas fox and Geoffroy's cat intestinal microbiota. The presence of resistance and virulence in these isolates may be related to anthropogenic factors or ambient resistome.application/pdfporEnterococcusLycalopex gymnocercusFelidaeMicrobioma gastrointestinalResistência microbiana a medicamentosFatores de virulênciaEstudo de Enterococcus sp. isolados de canídeos e felídeos selvagens do Pampa brasileiroStudy of Enterococcus sp. isolated from wild canids and felids of brazilian Pampa info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do AmbientePorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001118254.pdf.txt001118254.pdf.txtExtracted Texttext/plain187652http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213706/2/001118254.pdf.txt9763dc5138d63b07f33c326990c142a6MD52ORIGINAL001118254.pdfTexto completoapplication/pdf1062179http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213706/1/001118254.pdf49e7f7b25ad0af7e60cff8054a6de1edMD5110183/2137062021-07-09 04:37:02.563304oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213706Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-07-09T07:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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