Ulysses: writing the space - the space in writing

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corrêa, Alan Noronha
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/246502
Resumo: A presente tese de doutorado tem como objetivo trazer luz às relações entre pensamento, linguagem, cultura, espaço e tempo na elaboração do romance Ulysses, de James Joyce. O presente trabalho propõe uma leitura desse romance levando em consideração espaço como elemento fundamental na narrativa. A concepção de espaço-tempo revolucionou a física, e influenciou Bakhtin a criar o conceito de Cronotopo, que será usado para analisar algumas configurações de tempo e espaço presentes nesse romance, assim como as concepções de Susan Friedman e Joseph Frank sobre espaço na narrativa literária. A concretude e o nível de detalhes sobre lugares da cidade de Dublin, assim como o uso peculiar que Joyce faz de uma linguagem espacialisada, tornam a narrativa de Ulysses altamente entrelaçada com os aspectos físicos e temporais. O conjunto da experiência humana condensado em um único dia, em uma cidade específica. Para conseguir um apelo universal, Joyce preencheu o texto com múltiplas camadas de referências culturais, especialmente, mas não exclusivamente irlandesas, inglesas, gregas, católicas e judaicas. Essas tendências culturais são usadas para criar sentido em uma complexa rede de simbolismos, referências, associações livres, metáforas, metonímias, elipses e muitos outros recursos linguísticos, vazados em um estilo que muda a cada capítulo: monólogo interior, diálogos, vinhetas, peça de teatro, linguagem jornalística, surrealismo, expressionismo e outros modos narrativos são usados, fazendo com que o espaço do texto e o espaço da cidade de Dublin, onde os personagens se movem, tenham uma relação inédita no gênero. Eles habitam o texto como habitam a cidade. Seus pensamentos interiores, desejos e sentimentos são mostrados no espaço do texto, que conecta os espaços psicológicos com os espaços físico e cultural. A narrativa de Joyce parece complexa porque ela tece essas conexões pacientemente, com uma profusão de detalhes, fazendo com que uma segunda ou terceira leitura sejam obrigatórias para um melhor entendimento.