Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bertol, Daniela
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/143421
Resumo: Introdução: Gordura epicárdica (GE) é um depósito de gordura visceral, cuja medida obtida por ecocardiografia vem sendo proposta como um exame para identificar indivíduos de alto risco de desenvolver doença cardiometabólica. Vários estudos, em geral em amostras com critérios de seleção e tamanho restritos, relataram associações, frequentemente grandes, de GE com diversos fatores de risco cardiovasculares. Objetivo: Descrever a distribuição de GE determinada por ecocardiografia e caracterizar sua associação com desfechos cardiometabólicos. Método: Estudo transversal em 991 participantes selecionados aleatoriamente do estudo ELSA-Brasil, uma coorte brasileira de servidores públicos, com idade entre 35 e 74 anos. Medimos espessura da GE (expressa como média das mensurações nas janelas paraesternal longitudinal e transversal), no final da sístole e da diástole; e determinamos síndrome metabólica (SM), hipertensão e diabetes mellitus a partir de dados e exames clínicos e laboratoriais. Resultados: A mediana (intervalo interquartílico) da espessura da GE foi 1,35(0- 2,33)mm e 0(0-0)mm respectivamente, na sístole e na diástole. GE foi mais frequentemente presente em mulheres, menos comum para cor de pele preta e aumentou com a idade e a obesidade (p<0,01). Idade apresentou a maior correlação com GE sistólica (r=0,38; p<0,001) e diastólica (r=0,33; p<0,001). Gordura epicárdica no quartil superior (2,63mm na sístole e > 0mm na GE diástole) demonstrou associações com SM (RP=1,28; IC95%: 1,01-1,63 para a medida diastólica) e com hipertensão (RP=1,28; IC95%: 1,08-1,51; e RP=1,34; IC95%: 1,14-1,57, para medidas sistólica e diastólica, respectivamente) ajustando para idade, sexo e cor de pele. Não houve associação com diabetes. 11 Conclusão: A presença de GE foi menor e menos frequente nesta amostra de uma coorte ocupacional do que geralmente relatado na literatura. Suas associações com hipertensão e síndrome metabólica, também foram menores do que as descritas em estudos com amostras restritas a indivíduos com maior risco cardiometabólico. Nossos dados sugerem que a medida da GE por ecocardiografia é de utilidade incerta para estratificação de risco cardiovascular em pacientes em geral.
id URGS_2971ce082c401db98cb6469d57d34504
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143421
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Bertol, DanielaDuncan, Bruce BartholowFoppa, Murilo2016-07-09T02:16:51Z2012http://hdl.handle.net/10183/143421000851120Introdução: Gordura epicárdica (GE) é um depósito de gordura visceral, cuja medida obtida por ecocardiografia vem sendo proposta como um exame para identificar indivíduos de alto risco de desenvolver doença cardiometabólica. Vários estudos, em geral em amostras com critérios de seleção e tamanho restritos, relataram associações, frequentemente grandes, de GE com diversos fatores de risco cardiovasculares. Objetivo: Descrever a distribuição de GE determinada por ecocardiografia e caracterizar sua associação com desfechos cardiometabólicos. Método: Estudo transversal em 991 participantes selecionados aleatoriamente do estudo ELSA-Brasil, uma coorte brasileira de servidores públicos, com idade entre 35 e 74 anos. Medimos espessura da GE (expressa como média das mensurações nas janelas paraesternal longitudinal e transversal), no final da sístole e da diástole; e determinamos síndrome metabólica (SM), hipertensão e diabetes mellitus a partir de dados e exames clínicos e laboratoriais. Resultados: A mediana (intervalo interquartílico) da espessura da GE foi 1,35(0- 2,33)mm e 0(0-0)mm respectivamente, na sístole e na diástole. GE foi mais frequentemente presente em mulheres, menos comum para cor de pele preta e aumentou com a idade e a obesidade (p<0,01). Idade apresentou a maior correlação com GE sistólica (r=0,38; p<0,001) e diastólica (r=0,33; p<0,001). Gordura epicárdica no quartil superior (2,63mm na sístole e > 0mm na GE diástole) demonstrou associações com SM (RP=1,28; IC95%: 1,01-1,63 para a medida diastólica) e com hipertensão (RP=1,28; IC95%: 1,08-1,51; e RP=1,34; IC95%: 1,14-1,57, para medidas sistólica e diastólica, respectivamente) ajustando para idade, sexo e cor de pele. Não houve associação com diabetes. 11 Conclusão: A presença de GE foi menor e menos frequente nesta amostra de uma coorte ocupacional do que geralmente relatado na literatura. Suas associações com hipertensão e síndrome metabólica, também foram menores do que as descritas em estudos com amostras restritas a indivíduos com maior risco cardiometabólico. Nossos dados sugerem que a medida da GE por ecocardiografia é de utilidade incerta para estratificação de risco cardiovascular em pacientes em geral.Background: Epicardial fat (EF) is a visceral fat depot for which measurements obtained by echocardiography have been proposed to identify individuals at high risk to develop cardiometabolic disease. Several studies, in general in samples with restricted selection criteria and size, report associations, often large, between EF and diverse cardiovascular risk factors. Objective: To describe the distribution of echocardiographically determined EF and its association with cardiometabolic outcomes. Methods: Cross-sectional study in 991 randomly selected participants of the ELSABrasil study, a cohort of public sector employees aged between 35 and 74 years. We measured epicardial fat thickness (expressed as the average of parasternal long- and short-axis view determinations) during end systole and end diastole, and ascertained the presence of the metabolic syndrome (MS), hypertension and diabetes mellitus based on clinical and laboratory examinations. Median (interquartile range) GE thickness was 1.35(0-2.33)mm and 0(0-0)mm for systolic and diastolic measures, respectively. Detectable EF thickness in was more prevalent in women, less common in black skin color and increased with age and obesity (all with P<0.01). Age had the highest correlation with systolic (ρ=0.38; p<0.001) and diastolic (ρ=0.33; p<0.001) EF. Upper quartile (2,63mm in systole and >0mm in diastole) epicardial fat showed small associations with the metabolic syndrome (PR=1.28; 95%CI 1.01-1.63 for the diastolic measure) and with hypertension (PR=1.28; 95%CI: 1.08-1.51; and PR=1.34; 95%CI: 1.14-1.57, for systolic and diastolic measures, respectively) adjusting for age, sex and skin color. There was no association with diabetes. Conclusion: EF was much less frequent and, when present, in much smaller quantity than reported in previous accounts based on selected samples. Its associations with hypertension and the metabolic syndrome, were also smaller than those described in samples restricted to those with greater cardiometabolic risk. Our data suggest that GE measured by echocardiography is unclear utility in the stratification of cardiovascular risk of general patient.application/pdfporPericárdioTecido adiposoSíndrome metabólicaDiabetes mellitusHipertensãoGordura subcutâneaGordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000851120.pdf000851120.pdfTexto completoapplication/pdf728789http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/1/000851120.pdf536a8d1938be02ea63d6a4c2f9db2a21MD51TEXT000851120.pdf.txt000851120.pdf.txtExtracted Texttext/plain161155http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/2/000851120.pdf.txt52119c2dc85a69b186f6bf692b98960dMD52THUMBNAIL000851120.pdf.jpg000851120.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1157http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/3/000851120.pdf.jpg0c6db382fa7494ee4d0188d715d97df8MD5310183/1434212023-08-27 03:43:34.167491oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143421Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-27T06:43:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
title Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
spellingShingle Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
Bertol, Daniela
Pericárdio
Tecido adiposo
Síndrome metabólica
Diabetes mellitus
Hipertensão
Gordura subcutânea
title_short Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
title_full Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
title_fullStr Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
title_full_unstemmed Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
title_sort Gordura epicárdica mensurada por ecocardiografia : distribuição e associação com síndrome metabólica, diabetes mellitus e hipertensão
author Bertol, Daniela
author_facet Bertol, Daniela
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Bertol, Daniela
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Duncan, Bruce Bartholow
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Foppa, Murilo
contributor_str_mv Duncan, Bruce Bartholow
Foppa, Murilo
dc.subject.por.fl_str_mv Pericárdio
Tecido adiposo
Síndrome metabólica
Diabetes mellitus
Hipertensão
Gordura subcutânea
topic Pericárdio
Tecido adiposo
Síndrome metabólica
Diabetes mellitus
Hipertensão
Gordura subcutânea
description Introdução: Gordura epicárdica (GE) é um depósito de gordura visceral, cuja medida obtida por ecocardiografia vem sendo proposta como um exame para identificar indivíduos de alto risco de desenvolver doença cardiometabólica. Vários estudos, em geral em amostras com critérios de seleção e tamanho restritos, relataram associações, frequentemente grandes, de GE com diversos fatores de risco cardiovasculares. Objetivo: Descrever a distribuição de GE determinada por ecocardiografia e caracterizar sua associação com desfechos cardiometabólicos. Método: Estudo transversal em 991 participantes selecionados aleatoriamente do estudo ELSA-Brasil, uma coorte brasileira de servidores públicos, com idade entre 35 e 74 anos. Medimos espessura da GE (expressa como média das mensurações nas janelas paraesternal longitudinal e transversal), no final da sístole e da diástole; e determinamos síndrome metabólica (SM), hipertensão e diabetes mellitus a partir de dados e exames clínicos e laboratoriais. Resultados: A mediana (intervalo interquartílico) da espessura da GE foi 1,35(0- 2,33)mm e 0(0-0)mm respectivamente, na sístole e na diástole. GE foi mais frequentemente presente em mulheres, menos comum para cor de pele preta e aumentou com a idade e a obesidade (p<0,01). Idade apresentou a maior correlação com GE sistólica (r=0,38; p<0,001) e diastólica (r=0,33; p<0,001). Gordura epicárdica no quartil superior (2,63mm na sístole e > 0mm na GE diástole) demonstrou associações com SM (RP=1,28; IC95%: 1,01-1,63 para a medida diastólica) e com hipertensão (RP=1,28; IC95%: 1,08-1,51; e RP=1,34; IC95%: 1,14-1,57, para medidas sistólica e diastólica, respectivamente) ajustando para idade, sexo e cor de pele. Não houve associação com diabetes. 11 Conclusão: A presença de GE foi menor e menos frequente nesta amostra de uma coorte ocupacional do que geralmente relatado na literatura. Suas associações com hipertensão e síndrome metabólica, também foram menores do que as descritas em estudos com amostras restritas a indivíduos com maior risco cardiometabólico. Nossos dados sugerem que a medida da GE por ecocardiografia é de utilidade incerta para estratificação de risco cardiovascular em pacientes em geral.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-07-09T02:16:51Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/143421
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000851120
url http://hdl.handle.net/10183/143421
identifier_str_mv 000851120
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/1/000851120.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/2/000851120.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143421/3/000851120.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 536a8d1938be02ea63d6a4c2f9db2a21
52119c2dc85a69b186f6bf692b98960d
0c6db382fa7494ee4d0188d715d97df8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085371633991680