O sindicalismo no contexto da terceirização: alcances e limites na representação sindical dos trabalhadores terceirizados do setor de asseio e conservação do Rio Grande do Sul

• Autor(a) principal: Andreta, Rachel Loureiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/255263
• topic: Sindicalismo; Terceirização; Representação; Sociologia; Syndicalism; Third-party work; Representation; Tercerización; Representación

Esse estudo buscou analisar o sindicalismo no contexto da terceirização, mais especificamente, a representação político sindical dos trabalhadores terceirizados do setor de asseio e conservação no Rio Grande do Sul. A pergunta a qual buscou-se responder foi: que tipo de representação político sindical os sindicatos do setor de asseio e conservação do Rio Grande do Sul estabelecem frente ao avanço da terceirização, da precarização e do enfraquecimento do sindicalismo como interlocutor legítimo junto ao Estado? Para responder tal pergunta, inicialmente, fez-se um resgate do sindicalismo e da terceirização no Brasil e, na sequência, abordou-se a questão da representação, buscando identificar os tipos de representação político-sindical existentes no cenário nacional, considerando a herança corporativista. Identificou-se três tipos preponderantes, a saber: representação fundamental; representação inclusiva e representação combativa. Tendo como base esses tipos de representação, procura-se analisar os alcances e os limites da representação sindical dos trabalhadores terceirizados do setor de asseio e conservação no Rio Grande do Sul. E, nessa direção, verifica-se como alcance as Convenções Coletivas do setor, que, no decorrer dos anos, mais especificamente, de 2017 a 2021, tem garantido maior proteção – e até mesmo mais direitos – aos trabalhadores, incorrendo ao que se entende, nesta tese, por uma representação inclusiva. No que tange aos limites, verifica-se a baixa adesão e os gargalos advindos desta à uma adesão mais ampla; a relação conciliadora e pouco combativa dos sindicatos dos trabalhadores com os sindicatos patronais; a elitização dos sindicatos do setor de asseio e conservação; o distanciamento das centrais sindicais e a insuficiência do setor de asseio e conservação à nível nacional. Identifica-se que essa gama de limites se diferencia dos limites que o sindicalismo enfrenta de modo geral, pois são decorrentes das características da terceirização em si, que envolve a precarização do segmento e o momento político-social, onde são limitados os espaços de concertação social, reverberando de forma mais intensa nos sindicatos precários, como o caso dos sindicatos dos trabalhadores terceirizados. Apesar disso, verifica-se que, à despeito dos limites e o fato desses limites serem mais difíceis de serem transpostos, não significa que os esforços dos sindicatos do referido setor, no Rio Grande do Sul, não tenham sido significativos na tentativa de enfrentar esses gargalos (ainda que de forma formal e burocratizada) e caminhar na direção de uma representação inclusiva.